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Sem tratamento específico “Varíola do Macaco” pode se tornar mais uma pandemia

Desde o começo do ano, a República Democrática do Congo registrou mais de 1,2 mil possíveis casos de varíola de macaco em humanos — em inglês, monkeypox. Agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta sexta-feira (20), que as suspeitas serão investigadas em profundidade. A Europa e a América do Norte também confirmaram casos.

Brasileiro é o primeiro infectado na Alemanha 

Autoridades alemãs registraram o primeiro caso de infecção por varíola dos macacos no país. Segundo o Instituto de Microbiologia da Bundeswehr, ligado às Forças Armadas alemãs, o vírus foi detectado nesta quinta-feira (19) em um brasileiro de 26 anos, que chegou à Alemanha vindo de Portugal, após passar pela Espanha.

“O vírus da varíola dos macacos foi detectado pela primeira vez na Alemanha pelo Instituto de Microbiologia de #Bundeswehr. Nosso instituto em Munique já havia diagnosticado o primeiro caso do coronavírus em 2020”, informou o Ministério da Defesa alemão, em sua página no Twitter. Portugal, Espanha  e outros países europeus vivem surto da doença.

Ontem, autoridades portuguesas confirmaram ter identificado cinco casos da infecção por varíola dos macacos. Os serviços de saúde da Espanha estão testando 23 casos em potencial, depois que o Reino Unido colocou a Europa em alerta para o vírus.

De acordo com a agência Reuters, os cinco doentes portugueses, de 20 casos suspeitos no país, estão estáveis. São homens e todos vivem na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo as autoridades sanitárias portuguesas.

 

Segundo a OMS, os casos suspeitos da varíola do macaco estão espalhados por 18 províncias do Congo. Até o dia 8 de maio, eram pelo menos 1.284 possíveis infecções, sendo que 58 pacientes morreram. Pela taxa de óbito, é possível estimar uma letalidade de 4,5% da doença.

Primeiros casos 

Esta doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, em um menino de 9 anos que vivia em uma região onde a varíola havia sido erradicada desde 1968.

Desde 1970, foram registrados casos humanos de “ortopoxvirosis simia” em 10 países africanos. No início de 2003, também foram confirmados casos nos Estados Unidos, os primeiros fora do continente africano.

Sintomas e vacinas da varíola do macaco

A OMS explica que o vírus da varíola do macaco pode ser transmitido por contato com fluidos corporais, feridas ou através de roupas e roupas de cama contaminadas. Embora o maior risco de transmissão seja entre animais e humanos, pessoas também podem transmitir a infecção entre si. Nesses casos, o mais comum é que ocorra a partir de gotículas respiratórias (contato próximo).

Vale destacar que esta doença é considerada rara e, na maioria dos casos, os pacientes apresentam os seguintes sintomas:

  • Lesões ulcerativas;
  • Erupção cutânea;
  • Gânglios palpáveis;
  • Febre;
  • Dores de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Fadiga (cansaço).

No momento, não existe tratamento específico contra a doença e nem vacinas exclusivas. No entanto, a OMS destaca que os imunizantes usados contra a varíola humana são até 85% eficazes contra este outro tipo. No Brasil, a fórmula está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e as crianças, normalmente, recebem esta fórmula.

Mais casos da infecção no mundo

Além do Congo, a OMS confirma que existem pelo menos 100 casos suspeitos da varíola do macaco na Europa, na América do Norte e na Oceania. No momento, 11 países já confirmaram possíveis casos da infecção. São eles:

  • Bélgica;
  • França;
  • Alemanha;
  • Itália;
  • Portugal;
  • Espanha;
  • Suécia;
  • Reino Unido;
  • Estados Unidos;
  • Canadá;
  • Austrália.

“Com vários casos confirmados no Reino Unido, Espanha e Portugal, este é o maior e mais disseminado surto de varíola já visto na Europa”, afirmou o serviço médico das Forças Armadas da Alemanha, em comunicado. Anteriormente, apenas casos importados da doença foram relatados na Europa, vindos da África.

Segundo a GAVI Alliance, a variola do macaco está na lista de 10 doenças com potencial para novas PANDEMIAS. Além dela, foram consideradas a ebola, a febre de Lessa e a febre do Vale do Rift.

Fonte: Reuters    

 
POR: Rita Moraes
Publicado em 20/05/2022