Jerônimo Rodrigues prestigia cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Museu Nacional do Rio de Janeiro

Jerônimo Rodrigues prestigia cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Museu Nacional do Rio de Janeiro

A devolução foi permitida a partir da articulação entre instituições do Brasil e da Dinamarca, incluindo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Embaixada do Brasil na Dinamarca, museus dos dois países e da comunidade tupinambá da Serra do Padeiro, localizada na ainda não demarcada Terra Indígena Tupinambá Olivença, na Bahia.
“Foi uma agenda linda, emocionante. Este é um marco histórico para nós, brasileiros, e para nós,  indígenas. São 11 mantos desses. Um está aqui e dez espalhados por outros cantos da Europa. Mas, assim como esse manto,  outros valores deverão, com esse exemplo, ser devolvidos ao povo indígena e aos seus territórios”, destacou Jerônimo.
O presidente Lula destacou que o Manto Tupinambá deve ficar na Bahia. “Espero que todos compreendam que o lugar dele não é aqui. O governador indígena da Bahia, Jerônimo Rodrigues, terá o compromisso histórico de construir no Estado um lugar para abrigar o objeto, que guarda crenças, memórias e a retomada de uma história que foi apagada por séculos”, comentou.
A cacique Japomoty celebrou o momento. “Sou a primeira líder mulher do povo Tupinambá de Ilhéus. Lutamos muito para que o manto ficasse no Brasil e hoje, três séculos depois, comemoramos esse momento que demonstra toda a força dos nossos ancestrais. Simboliza um direito de vida, não só para nós, mas para todos os povos originários. Estou feliz porque o Brasil de hoje é um novo Brasil”, afirmou.
O evento foi organizado pelos ministérios dos Povos Indígenas (MPI), da Educação (MEC) e da Cultura (MinC,) e de lideranças do Povo Tupinambá. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, agradeceu a participação de todas as instituições envolvidas. “Graças à incansável luta dos Tupinambás e dessas entidades, conseguimos celebrar, hoje, a resistência, a ancestralidade e a força do nosso povo. Esse retorno marca ainda, o novo início das relações entre os indígenas e os museus, entidades vivas, de histórias e saberes disponíveis a toda a sociedade brasileira”, disse.
 
Sobre o Manto Tupinambá
 
O manto era usado pelos Tupinambás em importantes rituais, que representa as primeiras populações brasileiras. É feito de penas vermelhas de guará, costuradas em uma malha por meio de uma técnica ancestral da comunidade indígena. Mede cerca de 1,80 metros e tem 80 centímetros de largura.

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