Teatro Módulo expõe inédita “”Como eu vejo”, do jovem Bernardo Tochilovsky, diagnosticado com autismo

Teatro Módulo expõe inédita “”Como eu vejo”, do jovem Bernardo Tochilovsky, diagnosticado com autismo

Como eu Vejo” é uma exposição inédita, que retrata pela segunda vez a experiência do estudante de 19 anos, Bernardo Ribeiro Tochilovsky, com a arte, um contato que começou muito cedo na sua vida, pois ele desenhava tudo o que via, especialmente pessoas e animais.

“Ele usava este recurso como forma de apreender o mundo a sua volta, possivelmente pela dificuldade que apresentou, logo nos primeiros anos de vida, em compreender fatos da realidade e expressar o que sentia, quando teve diagnóstico de TEA – Transtorno do Espectro do Autismo”, revela sua mãe, a psicanalista Maria Angela Tochilovsky.

Segundo ela, Bernardo conseguiu encontrar esse caminho de expressão artística e seguiu adiante. Maria Angela espera que a vernissage de seu filho possa ajudar a dar mais visibilidade às alternativas de linguagem, comunicação e interação social para quem nasce com Autismo.

 “Que possa servir de referencial para outros tantos jovens que muitas vezes saem das escolas e não sabem o que fazer, ficam estagnados. Nossa principal intenção nesse caso é divulgar para pais, crianças e jovens a possibilidade da arte ajudar essas pessoas também, além de chamar a atenção das escolas sobre a importância de apontar caminhos ainda dentro do período escolar,  completa.

O domínio da leitura e escrita ocorreu por volta dos sete, oito anos de idade e foi decisivo para Bernardo desenhar as pessoas que encontrava no seu dia a dia ecomo que justificando, escrevia: “porque eu gosto e sinto saudade delas”.

“Ele assinava e colocava a data, parecia ter encontrado um modo de enquadrar o que sentia, dando forma e sentido a recortes das suas experiências com o outro”, relembra a mãe.

Maria Angela conta que Bernardo desenhava muito nas horas livres e começou a presentear as pessoas com os seus desenhos, inclusive reproduções de imagens que buscava em revistas e livros. A sua dificuldade com a terceira dimensão e com a profundidade nos desenhos acabou apontando para a originalidade das suas produções e despertando o interesse de amigos em pedir a Bernardo um desenho de presente”, revela.

Em 2018, quando concluiu o 3º ano do EM no Colégio Anglobrasileiro, Bernardo realizou a sua primeira mostra, “Eu Gosto de Dizer”, como uma resposta ao seu movimento quase diário de entregar a colegas, professores e funcionários, os seus pensamentos mais angustiados sobre separações e o que viria depois da escola, “enquadrados” nos desenhos. 

Esta foi a sua melhor forma de se comunicar. E o olhar sensível e a disponibilidade de todos do colégio para interrogar sobre a singularidade do sujeito e o possível foram determinantes para oferecer a Bernardo um espaço de produção criativa e um caminho a percorrer na sua profissionalização.

Entre o olho que observa e o objeto observado, aí está um dos espaços da arte! E foi num espaço como este que, de forma análoga, o encontro de Bernardo no colégio com a artista e educadora Camila Govas aconteceu como uma espécie de abdução, onde apenas a palavra não alcança traduzir, apenas sentir… um campo de pura entrega, disponibilidade, oferta e demanda de amor e arte”, avalia Maria Angela.

“Como eu vejo” é a segunda exposição de Bernardo, resultado deste encontro que segue agora em um ateliê super charmoso, onde quem chega pode ouvir as músicas do eclético repertório de Bernardo, escolhidas por ele no momento da criação. Nas suas telas é possível perceber o movimento de cores que dançam ao som das canções que as inspiram, oferecendo um espectro de matizes curiosas. “A mostra expõe e compartilha um modo leve e original, colorido e divertido de apreciação da realidade”, conclui a mãe do artista.

Para a professora professora Camila Govas, estar com Bernardo no ateliê é ir degustando junto com ele esse tempo de transformação, de experimentação do que cada obra pede, o que os gestos mostram, o que cada cor revela. É entender que Bernardo ensina que há tempo para tudo, que olhar algo é perceber para além do visto, que arte é processo, é para sentir e ser sentida”, reflete Camila.

A família espera pelos amigos para um brinde nesta quarta-feira, dia 02/10, das 18h às 20h30, e convida a sociedade para o lançamento da exposição com visitação aberta ao público até o dia 13/10, sempre de quarta a domingo, das 15h às 19h, na Sala Carlos Bastos, no Teatro Módulo.

 

SERVIÇO 

Exposição    : “Como Eu Vejo” – Aberta ao público

Artista            : Bernardo Ribeiro Tochilovsky – @bernardoribeirotochilovsky

Abertura      : Dia 02/10, das 18h às 20h30     

Quando        : De 02 a 13 de outubro – de quarta a domingo

Horário          : Das 15h às 19h

Onde             : Teatro Módulo – Sala Carlos Bastos

Por que         : Para se inspirar e inspirar outras pessoas 

Contato       : Maria Angela Tochilovsky  (71) 99982-386

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