Pandemia pesou para o trabalhador

Pandemia pesou para o trabalhador

O início do ano foi de retomada de recorde de casos de Covid-19, com uma reação acentuada no mercado de trabalho. A propagação da variante Ômicron mesmo com efeitos gerais mais leves, provocou grande número de afastamentos entre os trabalhadores que precisaram sair da linha de contágio. Segundo o SindiPetro, Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, entre funcionários próprios e terceirizados, estima-se que quatro mil foram infectados.

Mas a pressão sobre o trabalhador vem de bem antes e inclui um peso emocional que vai além do vírus. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha mostrou que, em 2021, 60% dos empregados entre 18 e 24 anos sentiram ansiedade ou cansaço excessivo. Segundo a Fiocruz, 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais desenvolveram sintomas de depressão e ansiedade. O psiquiatra Ilton Castro faz um alerta para que empresas olhem o tema com mais atenção. O estresse crônico e mal gerenciado está intimamente relacionado com a Síndrome do Esgotamento ou Síndrome de Burnout, considerada a partir de 2022 como doença do trabalho pela Organização Mundial da Saúde.

Muitos funcionários estão sobrecarregados e lidando com pressões internas e externas de uma responsabilidade jamais vista antes. Tudo está mais difícil, tanto no trabalho quanto em casa. A ida ao supermercado, a compra do gás, a conta de energia elétrica, absolutamente tudo subiu, o salário não acompanhou e o trabalho aumentou. É preciso que este funcionário se sinta acolhido na empresa. Que receba segurança e suporte para que possa falar sobre suas ansiedades e encontrar caminhos mais equilibrados”. Afirma o psiquiatra Ilton Castro.

A pressão à saúde do trabalhador altera a vida de muita gente. No Brasil, centenas de voos foram cancelados por falta de profissionais. Na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, o grupo Salineira, que faz o transporte público de sete municípios, chegou a tirar linhas de circulação, porque funcionários apresentaram sintomas gripais. Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, o mesmo ocorreu. A mudança atinge aos passageiros da linha Faol.

A Síndrome de Burnout é um agravo à saúde do trabalhador muito parecida com a depressão, mas que se diferencia desta por sua origem guardar estreita relação com o ambiente de trabalho. Assim como na depressão o indivíduo pode apresentar sintomas somáticos comoalteração do apetite, alterações do padrão gastrointestinal, insônia, fadiga, dores musculares e taquicardia. Além de alterações cognitivas e emocionais como esquecimentos, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso, derrota, desesperança, insegurança, negativismo, incompetência e isolamento que pode evoluir para de adoecimento cardiovascular, obesidade e quadro depressivo grave”, alerta o psiquiatra Ilton Castro.

Sua causa é um ambiente de trabalho insalubre com excesso de trabalho, inadequação da função para o trabalhador ou mesmo do trabalhador para função. Além de abusos e da velha lógica da expectativa e realidade.

É importantíssimo não levar trabalho para casa, respeitar seus limites, fazer atividade física, algo que lhe dê prazer, manter seus vínculos afetivos e sociais bem estreitos e descansar, pois é neste momento que você está recarregando suas energias físicas e mentais para seu trabalho que deve ser parte de sua realização como pessoa e não seu adoecimento”, orienta o psiquiatra Ilton Castro.


Ilton
 Castro é formado pela Faculdade de Medicina do Vale do Aço (MG). Se formou em psiquiatria noHospital Naval Marcílio Dias. Tem especialização em idosos e medicina do sono. Atua em Macaé, Rio das Ostras e todo o Brasil via Online. 
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