Ministra Marina Silva se reúne com mais de 200 ativistas climáticos de mais de 70 países diferentes

Ministra Marina Silva se reúne com mais de 200 ativistas climáticos de mais de 70 países diferentes

A Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, participou do último dia do evento “Renovando Nossa Energia“. O encontro organizado pela 350.org reuniu mais de 200 lideranças climáticas de mais de 70 países perto de Brasília com o intuito de impulsionar a transição energética justa, um marco estratégico rumo à COP30.
A Ministra Marina Silva lidera este ano uma instância proposta pelo presidente Lula chamada “Balanço Ético Global“. Segundo o governo brasileiro, esta iniciativa “promoverá diálogos em diferentes regiões do mundo para refletir sobre como alinhar decisões ao objetivo inegociável de manter o aquecimento global a 1,5°C.” Este ano, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), grupos indígenas da floresta Amazônica e do Oceano Pacífico declararam que “lideranças indígena e de comunidades tradicionais, a transição energética justa, financiamento direto e a preservação integral das florestas, oceanos e solos, é o ponto de partida para qualquer discussão sobre o Balanço Ético Global.

 

A visita da Ministra Marina Silva ao evento também aconteceu dias após mais de 40 ativistas do encontro levarem às portas do Palácio do Itamaraty painéis solares e uma faixa de mais de 20 metros feita pelo artista Mundano com cinzas de queimadas da Amazônia, clamando pela liderança do Brasil na COP30 rumo a uma transição energética justa. A ação no Itamaraty pediu uma resposta direta a uma carta entregue à presidência da COP30 durante o ATL, assinada por mais de 180 organizações de todo o mundo e milhares de pessoas em uma petição online, exigindo que o fim dos combustíveis fósseis, a transição energética justa e a liderança indígena e tradicional estejam no centro das decisões da COP30.

 

Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente do Brasil, disse:

“A gente tem que pensar na raiz do problema climático. Será que alguém ainda não sabe que a raiz do problema é o uso de combustíveis fósseis? Todo mundo sabe disso, isso inclusive já foi acordado na COP28 – Agora é implementar, implementar, implementar.

 

Se nunca planejarmos, se não fizermos um mapa do caminho, não colocarmos metas, se continuarmos usando combustíveis fósseis, não conseguiremos avançar. Em 2025 nos reuniremos em Belém e já decidimos que diante da iminência do ponto de não retorno da crise climática, nós vamos implementar o que discutimos nas últimas décadas.

 

A ideia de justiça climática e a transição energética justa precisa ser cada vez mais reforçada e sobretudo considerada em todas as etapas do processo de negociação e planejamento. E que isso seja feito com sabedoria.

 

A ciência é capaz de antecipar muita coisa, mas geralmente só consideramos a ciência dos saberes ocidentais. Existe uma outra ciência, a do saber narrativo, dos saberes ancestrais, que diz a mesma coisa, mas com um diferença: diz e faz. Faz porque a sua vivência é coerente com aquilo que dizem.

 

Então eu quero que a COP30 também seja um espaço de aprendizagem, que os círculos criados pela presidência da COP30 possam efetivamente contribuir com o espaço oficial das negociações.

 

O que precisamos é uma nova perspectiva. Ela pode parecer sonhadora, mas é só ela que vai nos salvar. Ainda bem que temos bons professores.”
Ilan Zugman, Diretor da 350.org para a América Latina e o Caribe, disse:

“A visita da Ministra Marina Silva ao nosso evento é um sinal que o chamado está sendo ouvido – Se quisermos falar de um balanço ético este ano, não podemos deixar de fora as pessoas que são mais afetadas pela crise climática e no entanto tem menos responsabilidade por ela. Por isso, neste mês, lideranças, ativistas, e influenciadores do mundo demandaram que o fim dos combustíveis fósseis, a transição energética justa e a liderança indígena e das comunidades tradicionais estejam no centro da discussão da COP30. Não vamos aceitar menos que isso.”
Cacique Ninawa, povo Huni Kui, Brasil, disse:

“A visita da Ministra é um sinal forte para o país e para o mundo. Precisamos de coragem política para nos reconhecer, eliminar de vez o uso de combustíveis fósseis, acelerar uma transição justa e financiar aqueles que mais tem feito no enfrentamento da crise climática – Nós, povos indígenas e tradicionais somos as verdadeiras autoridades climáticas e guardiões do planeta.”
George Nacewa, Pacific Climate Warriors, disse:

“Este é um momento crítico para nosso povo; a era da deliberação já passou há muito tempo. Precisamos que a COP deste ano seja a que lidere a transição energética e que o mundo saia das palavras para as ações. Agora, cabe à Presidência da COP do Brasil decidir se eles darão atenção à liderança climática indígena e tradicional que vimos e ouvimos nas últimas semanas ou se continuarão nos levando a uma catástrofe climática.”
Nota ao editor:
Link para fotos e vídeos da ação em frente ao Itamaraty
Link para fotos e vídeo da entrega da carta para o presidente da COP30 no ATL

Link para fotos do evento “Renovando Nossa Energia”

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