Franquias avançam com plano de internacionalização e miram novos países
Ampliar horizontes e desbravar novos mercados faz parte dos planos estratégicos de franquias brasileiras que buscam conquistar espaço e consagrar diferentes marcas no exterior. E esse movimento vem crescendo ao longo dos anos. De acordo com a nova pesquisa de internacionalização da ABF (Associação Brasileira de Franchising), houve um aumento no número de unidades fora do Brasil, que subiu de 26,3% de 2022 para 2023, saltando de 1.717 para 2.175 operações. O estudo ainda mostra a existência de 205 marcas de redes de franquias brasileiras internacionalizadas no ano passado. Já o número de países que contam com marcas brasileiras ficou praticamente estável: 125, um a menos que em 2022.
Entre os Top 10 países que contam com atuação das franquias made in Brazil, os Estados Unidos continuam liderando, contando com 76 marcas em 2023, duas a menos frente ao ano anterior. Portugal permanece na vice-liderança, com o aumento de 56 para 71 franquias, e o Paraguai também se manteve no terceiro lugar, passando de 46 para 54 marcas brasileiras, tendo a Bolívia na quarta posição (27 para 28). O Chile em quinto (23 para 25), Colômbia (23 para 24) e Uruguai (22 para 24) vêm na sequência. México (21 para 24), Argentina (20 para 19) e Espanha, mantendo igualmente 19 operações nos dois últimos anos, fecham a lista dos Top 10 países com maior número de redes brasileiras.
Investindo nesta estratégia está a iGUi, – maior produtora do mundo de piscinas pré-fabricadas – e a franquia mais internacionalizada do Brasil. Atualmente, a marca que é sinônimo de piscina possui mais de 1.200 unidades no mundo, no Brasil e em outros 54 países dos cinco continentes, sendo mais de 280 delas no exterior. A rede conta, ainda, com fábricas (máster franquias) estrategicamente instaladas, além do Brasil, na Argentina, Paraguai, México, Estados Unidos e Portugal. Por sua expansão além-fronteiras, a iGUi conquistou o Prêmio ABF Destaque Franchising de Internacionalização 2022 e cinco Certificados de Franquia Internacional, concedidos pela ABF.
De acordo com o fundador e CEO da iGUi, Filipe Sisson, o mercado internacional é altamente competitivo e é necessário um esforço contínuo para manter a posição de destaque da rede brasileira no exterior. “A iGUi foi criada com um DNA internacional. Iniciamos a internacionalização pela Argentina, ainda em 2005, sendo a marca precursora do mercado de piscinas pré-fabricadas local e sempre tivemos em mente o quão importante foi tornar a iGUi uma marca internacional. Acredito que nosso sucesso é devido a vários fatores, destacando a constante inovação, a adaptação dos produtos e serviços às necessidades e culturas locais, a identificação de parceiros de negócios e fornecedores que compartilhem da mesma visão de qualidade e excelência que nós temos. Vale destacar também nossos investimentos em marketing e da participação em feiras internacionais, o que ajudou a marca a ganhar visibilidade global. Fatores como esses têm sido cruciais para o crescimento sustentável da iGUi também no exterior”.
Outra rede que está investindo em franquias no exterior é a Calçados Bibi. Fundada em 1949, a rede ingressou no Franchising em 2008 e hoje conta com um modelo de negócio com investimento a partir de R$ 400 mil, para ser implantado em shopping centers. Ampliando sua atuação no mercado global, a pioneira em calçados infantis no Brasil iniciou as exportações nos anos 70, com a fabricação e comercialização de produtos private label para o exterior. Já nos anos 90, a rede deu os primeiros passos para a segunda fase de internacionalização, começando a levar a Bibi aos mercados internacionais, com design e marca própria. Hoje, seguindo as diretrizes do propósito que visa fazer o bem para gerar boas lembranças, a empresa produz anualmente mais de 2,6 milhões de pares de calçados, que são vendidos nas mais de 150 lojas da marca no Brasil, sendo 21 delas no exterior, no canal de e-commerce, no aplicativo de vendas exclusivo e em 5 mil multimarcas em mais de 60 países.
“Vemos a expansão do varejo no mercado internacional como uma evolução natural ao nosso processo de exportação. Hoje, tendo a marca já consolidada em diversos mercados, exportando para mais de 60 países, buscamos ampliar a presença também no exterior, iniciando com a implantação de unidades licenciadas em países da América Latina para, em seguida, ingressar em outros comércios por meio dos nossos modelos de negócios. Atualmente, somamos 21 lojas internacionais, localizadas no Peru, Equador, Chile e Guatemala, além do canal de e-commerce chileno. As operações estrangeiras representam cerca de 10% do faturamento da rede de lojas”, revela a presidente da Calçados Bibi, Andrea Kohlrausch.
O plano de expansão da Bibi tem o objetivo de alcançar 100 lojas internacionais até 2030, focando na América Latina e Europa, considerando algumas similaridades culturais com o Brasil, além do histórico de presença da marca no local por meio das exportações, o que proporciona uma facilidade em alguns mercados para outras operações. Outro foco da marca, a médio e longo prazos, são países da África e da América do Norte, como Canadá e os Estados Unidos, sendo este um grande irradiador de moda e branding para os países latino-americanos como um todo.
Ingressando no mercado internacional
Ainda em comemoração aos 40 anos de fundação, o Divino Fogão deu mais um passo para seu crescimento: a abertura da primeira unidade no exterior. Com expectativa de inauguração em meados de novembro ou início de dezembro deste ano, a operação abrirá as portas na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A cidade foi escolhida devido à proximidade com a fronteira brasileira no munícipio de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. A relação entre as duas regiões permitiu levar o conceito de culinária da fazenda aos moradores locais. Além do início da expansão internacional, a marca segue com o crescimento dentro do Brasil. De julho a dezembro são esperados 16 novos restaurantes em sete estados.
“Temos muita presença em shopping center e aeroportos e estamos situados nos principais do Brasil. Para continuar crescendo, lançamos as dark kitchens, que nos permitiram ingressar em locais estratégicos, mas que não tinham fluxos de consumidores ideais para a implantação de uma loja em centro comercial. Outra iniciativa para a expansão foi a abertura de restaurantes em outlets, que se tornaram um ambiente de compras e lazer para os brasileiros. Estamos em dois shoppings a céu aberto e, para o segundo semestre, pretendemos ampliar ainda mais nossa participação nesses empreendimentos, além de implantar o primeiro restaurante em um país da América do Sul. Hoje contamos com 218 pontos de venda e nosso objetivo é chegar a 300 operações até o fim de 2027”, finaliza o fundador e presidente do Divino Fogão, Reinaldo Varela
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