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Artigo: Marianna Costa, preparou um comentário sobre o mercado financeiro doméstico e internacional

 

 

A ultima terça-feira, 16, foi mais um dia de tensões em alta no mercado financeiro doméstico e internacional.No exterior, o grande destaque ficou com a fala do presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, que reafirmou que os dados recentes, em particular a força do mercado de trabalho e o progresso da dinâmica inflacionária, sugerem que o mais apropriado seja a manutenção da atual política monetária restritiva até que seus efeitos sejam sentidos, e que os dados futuros serão os principais guias para uma mudança de postura.

 

A fala do presidente do Fed reforça a percepção dos agentes econômicos de que o início do ciclo de queda de juros deve ser postergado para a segunda metade do ano.

O título de 10 anos da dívida norte-americana seguiu em alta, sendo cotado a 4,69% aa, nível não observado desde do início de novembro de 2023.

A agenda econômica nos EUA contou também com a divulgação dos dados de produção industrial em março, que apontou alta de 0,4% na comparação mensal, em linha com as expectativas e apresentou revisão para cima do dado de fevereiro. No entanto, a produção industrial nos EUA aponta queda de 1,8% na comparação anual. Também foram divulgados os dados sobre mercado imobiliário, onde as novas construções apresentaram queda de 14,7%, em função das taxas de juros mais elevadas. Nesse cenário, predominou a fala do presidente do Fed.
Na Europa, apesar do índice Zew de confiança na Alemanha ter surpreendido para cima, a fala da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, veio no sentido de reafirmar de que o início do ciclo de queda de juros “está muito próximo”. Segundo Lagarde, o atual processo de desinflação segue de acordo com o esperado e em direção a meta perseguida pelo BC. Para a presidente do BCE, há a necessidade de um pouco mais de certeza, mas se não houver nenhum grande choque no mercado acionário, está “próximo o momento de se adotar uma política monetária menos restritiva”. Hoje, é largamente esperado que o BCE comece a cortar os juros na próxima reunião de junho.
Aqui no Brasil, segue reverberando nos preços dos ativos financeiros a revisão das metas fiscais apresentadas ontem pelo Governo. As taxas de juros seguiram em tendencia de alta, assim como a moeda continuou a se desvalorizar. Mesmo que parte das pressões venham do cenário externo, seja pela alta dos preços dos títulos da dívida dos EUA ou pela manutenção das tensões acerca do cenário geopolítico, há um ajuste importante de preços dos ativos domésticos mais condizentes com um cenário onde a política fiscal é mais expansionista do que o anteriormente sinalizado pelo Governo. O boletim Focus publicado nesta terça-feira, trouxe revisão para cima da taxa Selic para o fim de 2024 de 9,00% para 9,13% e do IPCA para 2025 de 3,53% para 3,56%.

Marianna Costa é Economista do TC Investimentos

POR: Rita Moraes
Publicado em 17/04/2024