Filme “Caminhos Magnétykos”, do premiado diretor portugues Edgar Pêra, estreia amanhã, 26, no Rio e em São Paulo

“Filósofo do som-imagem, performer, rebelde nato, modernista eterno, satirista político extraordinário” – “um artista que não pode ser definido através de comparações e generalizações fáceis, explicado com símiles simples, engavetado num gênero ou numa estética”. É assim que o catálogo da edição de 2019 do festival de Roterdã descreveu Edgar Pêra, quando lhe dedicou uma retrospectiva com 21 de seus títulos, entre “clássicos”, “novidades” e “remisturas”.

Caminhos Magnétykos é seu 42o filme, foi Vencedor do Prêmio Vortex Sci-Fi & Fantasy Award no Rhode Island International Film Festival 2019, e traz no elenco, o veterano ator francês Domique Pinon e o cantor e ator Ney Matogrosso .

O realizador se inspirou mais uma vez na obra do escritor Branquinho da Fonseca (1905-1974) – de onde já tirou “Rio Turvo” (2007) e “O Barão” (2011). “Juntei o ambiente de fim de guerra civil ao roteiro da história principal. Não me interessava uma guerra civil baseada nos conceitos de terrorismo que temos hoje, de guerra de religiões, mas antes a coisa mais antiga que se pode conhecer, que é a luta de classes”, explica Pêra.

Dominique Pinon é Raymond, um antigo revolucionário francês, decadente, que há 40 anos vive em Portugal. O país está em guerra civil, em combate ao regime autoritário e militarizado instaurado. No dia do casamento da sua filha Catarina (Alba Baptista), de 21 anos, com Damião (Paulo Pires) – um homem corrupto e envolvido com governantes tiranos, Raymond passa uma noite de tormenta, envolvido numa viagem caleidoscópica de pesadelos reais.

Acostumado a personagens antinaturalistas, Dominique Pinon revela-se uma ótima escolha para o papel do protagonista, despindo seu personagem de qualquer orgulho, até se conectar com suasverdadeiras crenças políticas.

Ney Matogrosso interpreta um personagemchave na trama: André, o líder de um grupo revolucionário e brinda o espectador cantando A rosa de Hiroshima, um grande momento do filme.

O diretor Edgar Pêra acredita que o realismo não dá conta de tamanhas barbaridades cotidianas. Inventa,
portanto, um dispositivo artificial, em que a irrealidade é utilizada como discurso crítico à contemporaneidade.
Escolhe um caminho repleto de luzes, cores e música para contar a sua história. Propõe um cinema colorido,
fragmentado, com estética de videoclipe, muitas projeções, sobreposições e efeitos que despertam a curiosidade. O filme provoca os mais diversos espectadores, tanto pela forma quanto pelo conteúdo, ambos de forte teor
político e satírico.

Sinopse:

Raymond é um francês que reside em Portugal. Sua filha Catarina, uma jovem de 21 anos, está às vésperas de se casar com um homem poderoso, corrupto e mau-caráter, envolvido com governantes tiranos. O futuro de sua única filha e as perspectivas políticas atormentam Raymond, numa noite de pesadelos e revoltas .

Edgar Pêra: nascido em Lisboa em 1960, é autor de trabalhos para cinema, televisão, internet, livros, espectáculos, galerias e museus, retratando temas como o trabalho, o tempo, a liberdade, a realidade e a alienação.

Filmografia: Reproduta Interdita (1988-90); A Cidade de Cassiano (1991);
Matadouro (1992); O Trabalho Liberta? (1993); Guerra Ou Paz? (1993);
SWK4 (1993); Manual de Evasão LX94 (1994); O Mundo Desbotado (1995); Who Is
The Master Who Makes The Grass Green? (1996); A Konspyração dos 1000
Tympanus (1997); As Dezaventuras do homem-Kâmara Epizohdyus 113
&115 (1998); Eskynas Agudas (1999); 25 de Abril Aventura para a
Demokracia (2000); A Janela (Maryalva Mix) (2001); O Homem-Teatro (2001);
88 (2001); Fiquem Qom a Qultura, eu fiko kom o Brazil (2002); Os Homens-
Toupeira (2003); És a Nossa Fé (2004); Stadium (Phantas-Mix) (2005);
Movimentos Perpétuos: Cine-Tributo a Carlos Paredes (2006); Impending
Doom (2006); Rio Turvo (2007); Arquitectura de Peso (2007); Crime Abismo Azul
Remorso Físico (2009); Avant La Corrida (2009); Punk Is Not Daddy (2010); O
Barão (2011); Horror in the Red District (Documental Prologue) (2011); One Way
or Another (Reflexions of a Psykokiller) (2012); Visões de Madredeus (2012);
Cinesapiens – segmento de 3X3D – com Jean-Luc Godard e Peter Greenaway (3D,
2013); Stillness (3D, 2014); Lisbon Revisited (3D, 2014); Virados do
Avesso (2014); A Caverna/ The Cavern (3D, 2015); O Espectador Espantado (3D,
2016); Delírio em Las Vedras (2016); Visões Virtuais (2016); Delírio em Santa Cruz
(2016); O Homem-Pykante – Diálogos Kom Pimenta (2018); Caminhos Magnétykos
(2018)

FICHA TÉCNICA:
Caminhos Magnétykos – 2018 – 86 min. Ficção
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
DIREÇÂO E ROTEIRO: Edgar Pêra
ADAPTAÇÃO DA OBRA ORIGINAL: Caminhos Magnéticos de Branquinho da
Fonseca
FOTOGRAFIA: Jorge Quintela
MONTAGEM: Cláudio Vasques
SOM: Pedro Marinho, Sérgio Silva, Luís Silveira, Artur Cyaneto, Emílio Alicante,
MÚSICA: The Legendary Tigerman, Tó Trips, Manuel de Oliveira, Ney Matogrosso,
Vinícius de Moraes, Gerson Conrad, João Lima, André Louro, Luís Almeida
PRODUÇÃO: Bando à Parte
CO-PRODUÇÃO: Persona Non Grata Pictures (Brasil)
Produtor: Rodrigo Areias
CO-PRODUTORES: Tathiani Sacilotto, António Ferreira
ELENCO: Dominique Pinon (Raymond); Ney Matogrosso (André), Alba Baptista
(Catarina); Paulo Pires (Damião); Teresa Ovídio (Gertrudes); António Durães
(Primeiro Ministro), Iris Cayatte (Sofia); Albano Jerónimo (Capitão Spínola); Jorge
Prendas (Fernando); Manuel João Vieira (Motorista); Ângelo Torres (João Lobo);
Marina Albuquerque (Daniela); Adelaide Teixeira (Andreia); Vítor Correia (Álvaro)
IDIOMA: Português, Francês
FESTIVAIS: 2018 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; 2018 LEFFEST –
Lisbon & Sintra Film Festival; 2018 Caminhos do Cinema Português; 2019 IFFR
International Film Festival Rotterdam; 2019 XI Festival Internacional de Cinema da
Fronteira; 2019 Rhode Island International Film Festival; 2019 Lună Plină –
Transilvania International Film Festival
FOTOS E CARTAZ:
http://pngpictures.com/png/site/web/pt/filmes/longas/caminhosmagneticos
TRAILER: https://youtu.be/rE67Etycauc
DISTRIBUIÇÃO: Esfera Filmes

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