Ex-governador de província argentina é condenado a 16 anos de prisão por abusar de sobrinha

Ex-governador de província argentina é condenado a 16 anos de prisão por abusar de sobrinha

 

José Jorge Alperovich, ex-governador da província de Tucumán foi condenado a 16 anos de prisão pelo crime de abuso sexual de sua sobrinha e ex-secretária. Após a leitura da sentença, ele foi preso ainda dentro do tribunal. A defesa irá recorrer da condenação.

 

 

Alperovich cumpriu três mandatos consecutivos, entre 2003 e 2015, como governador de Tucumán, e também é ex-senador pelo Partido Justicialista.

 

Advogados de vítima pediram 22 anos de prisão. A defesa do político negou o crime, alegou motivação política na acusação e pediu a sua absolvição. O juiz deu a oportunidade de Alperovich fazer suas alegações finais, mas ele optou por ficar em silêncio. A audiência terminou em menos de 15 minutos.

Alperovich não queria que a vítima trabalhasse com ele. Ele queria levá-la para a cama. O conceito é primitivo. O senhor feudal governa. Você não pode discutir com o chefão. Você faz o que quiser. Este julgamento é um julgamento sobre a impunidade do poder. Ela estava em um cenário de submissão, em ‘situação de cativeiro’. A vítima se sentia prisioneira e estava a mercê do abusador”.

Vítima dos abusos assistiu ao julgamento

De acordo com a imprensa local, os filhos do político estavam na primeira fila do tribunal enquanto a sentença era divulgada. A mulher dele acompanhou a leitura do veredito virtualmente. A vítima de abuso sexual, identificada em julgamento pelas iniciais M.F.L., também assistiu à distância.

Para o promotor do caso, os abusos ocorreram em uma relação considerada intimidatória. A sentença do juiz Juan Ramos Padilla, lida nesta terça-feira, 18, chocou as pessoas que assistiam ao julgamento e deixou o tribunal em silêncio, informou o La Nación.

Alperovich foi condenado como autor de três acusações de abuso sexual, duas tentativas de abuso e ainda por mais “seis acusações de abuso agravado porque houve acesso carnal vaginal, anal e oral”.

A pena termina 17 de julho de 2040. Alperovich pode recorrer à Câmara Federal de Cassação e ao Tribunal. No ano que vem, quando ele completa 70 anos, o político poderá pedir para cumprir a pena em casa.

 

Ele foi governador de Tucumán, província localizada no norte do país, por três mandatos consecutivos, entre 2013 e 2015. Depois atuou como senador até 2021. Iniciou a sua trajetória política pelo peronismo —movimento político que surgiu na Argentina nos anos 1940, quando Juan Domingo Perón atuava no poder—, mas acabou se tornando um aliado do kirchnerismo em boa parte dos mandatos. Beatriz Rojkés, mulher de Alperovich, chegou a se tornar presidente provisória do Senado (terceira na linha de sucessão).

 

 

 

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