Escritor e jornalista global Edney Silvestre lança livro “Pequenas Viagens”, amanhã,11, em Salvador

Escritor e jornalista global Edney Silvestre lança livro “Pequenas Viagens”, amanhã,11, em Salvador

O jornalista global e escritor Edney Silvestre participa da Bienal de Salvador nesta sexta-feira,11. Além de lançar  seu novo livro, “Pequenas Vinganças”, ele bate papo com a escritora Socorro Acioli no espaço ‘Café Literário’, instalado no Centro de Convenções de Salvador.

Composto por duas novelas e sete contos inéditos, o novo livro de Edney Silvestre, Pequenas Vinganças, apresenta a história brasileira, no passado e no presente, além de revisitar Anna e Paulo, personagens de Vidas provisórias, seu romance de 2013.

As tramas abarcam as atrocidades racistas da Guerra do Paraguai, passando por um mergulho na frívola elite da ditadura Vargas e na indiferente alta-sociedade durante a ditadura militar. O autor também retrata a violência contemporânea que aflige inocentes e a pandemia que se abateu sobre o planeta em 2020.
os. “O Brasil vem sendo destruído e reconstruído e novamente destruído, e novamente reconstruído, desde que os europeus chegaram aqui, com a única intenção de explorar nossas riquezas e os povos originais”, diz o escritor.

“Pequenas Vinganças” é sobre as incessantes maneiras como o nosso país vem sendo destruído ao longo dos séculos, desde a ‘descoberta’ – assim mesmo, entre aspas, como o eurocentrismo nos impôs – e as igualmente incessantes maneiras como nós, os teimosos, os idealistas, os resilientes, tentamos – e algumas vezes conseguimos – erguê-lo das ruínas. Como fizemos, depois da ditadura militar”, disse Edney, autor de 11 livros, entre ficção e reportagens. Vencedor dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti, ele teve suas obras publicadas na Inglaterra, França, Sérvia, Holanda, Itália e em Portugal.

Livros e prêmios

Edney venceu o Prêmio Jabuti, de Melhor Romance 2010 e o Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria Estreante pelo romance, “Se eu fechar os olhos agora”.

Participoi de vários eventos literários nacionais e internacionais, a exemplos da FLIP, da Bienal do Livro do Rio de Janeiro e da Fliporto em Recife, bem como o Hay-on-Wyes no Páis de Gales, a Feira Internacional do Livro de Belgrado, o Winternachten de Haia, a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, a Feira de Frankfurt (Alemanha, 2014) e o Salão do Livro de Paris (2015).

O jornalista explodiu no cenário literário brasileiro e internacional com o romance Se eu fechar os olhos agora (Ed. Record, 2009) onde já unia ficção ao quadro histórico brasileiro que caracterizaria toda sua obra. A original mistura de fatos reais com uma trama ficcional escancarando o racismo, a misoginia, a homofobia e os preconceitos formadores do lado obscuro da sociedade brasileira lhe garantiram o Prêmio Jabuti de 2010 de Melhor Romance e o Prêmio São Paulo de Literatura 2010. A consagração internacional veio em seguida.

Definido como “trama eletrizante e comovente”, repleto de referências a um dos momentos mais importantes do cenário político e cultural do Brasil e do mundo, “Se eu fechar os olhos agora” transita por gêneros tão distintos quanto o policial, o histórico e o romance de formação. Em 2019 foi adaptado para uma minissérie da TV Globo por Ricardo Linhares, com os atores Antonio Fagundes, Xande Valois, João Gabriel d´Aleluia, Julia Svacina, Murilo Benício, Deborah Falabella, Mariana Ximenes, Gabriel Braga Nunes, Antonio Grassi, Marcela Fetter, Marcos Breda, Pierre Batelli, Thainá Duarte (no papel de Anita) Jonas Bloch e, em participação especial, Renato Borghi. A minissérie foi considerada uma das três melhores do mundo no Emmy International Awards 2019.

“Se eu fechar os olhos agora” foi publicado também na Grã-Bretanha, França, Alemanha, Portugal, Itália, Sérvia e Holanda.

O segundo romance de Edney A felicidade é fácil, lançado em 2011. A trama tensa e concisa, onde novamente o racismo e o cenário político são parte essencial da trama, narra o sequestro de uma criança e a relação deste crime com a corrupção na era Collor. Passado em um único dia, com um flashback ao comício das Diretas realizado em 1984, o romance foi chamado de “sublime” pelo escritor Luiz Rufatto. Os direitos de tradução foram adquiridos na França, Alemanha e Reino Unido.

Lançado numa primeira versão em 2013, o romance Vidas provisórias voltou às livrarias, totalmente reescrito e adicionado de capítulos extras, em novembro de 2021, pela Globo Livros. O novo “Vidas provisórias”, aprofundando as relações políticas e afetivas da primeira versão, trouxe de volta Paulo Roberto Antunes e Barbara Costa, personagens de seus dois livros anteriores. Saga de dois jovens expatriados brasileiros, a obra mostra Paulo (personagem de “Se eu fechar os olhos agora”, agora exilado na Suécia) e Bárbara (de “A felicidade é fácil”, imigrante ilegal nos Estados Unidos), tentando construir uma nova existência, enquanto sofrem as consequências da ditadura militar e do caos econômico produzido durante a Era Collor..

Outra expatriada, a brasileira Maggie, levada ainda criança para a Inglaterra, é a personagem central do romance “Boa noite a todos”(Ed. Record, 2014). Publicada em edição que inclui a peça do mesmo título, “Boa noite a todos”.

Em 2016 Silvestre lançou “Welcome to Copacabana & outras histórias” (Editora Record), composto por vinte contos ambientados em locais tão díspares quanto Copacabana, Oriente Médio, Nova York, Paestum e o espaço sideral, interligados pelos temas do inconformismo, expatriamento, solidão e enfrentamento do mundo.

Seu quinto romance, “O último dia da inocência” (Editora Record, 2019), inteiramente passado em um dia, 13 de março de 1964, como é característico de sua obra, mistura personagens reais e fictícios, e volta a ter a História do Brasil como pano de fundo para uma trama em que um jovem repórter se vê envolvido e acusado de ser o autor de um crime, ao mesmo tempo em que percebe a formação de planos para o assassinato do Presidente João Goulart.e sua esposa. Planos que só ele, caçado pela polícia, poderia evitar, mesmo a custo da própria vida.

Em seguida veio o romance histórico e proto-feminista “Amores improváveis”. A imigração italiana, os últimos anos da escravidão, as dolorosas tentativas de liberação feminina entre o final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX, a metamorfose de São Paulo em grande metrópole são alguns dos temas abordados por Silvestre em “Amores improváveis”, lançado pela Globo Livros em junho de 2021.

Uma viagem emocionante pela conturbada história íntima do Brasil: assim Silvestre define “Pequenas vinganças” (Globo Livros), seu livro que chegou às livrarias em novembro de 2022. Formado por duas novelas e sete textos menores, “Pequenas vinganças” acompanha mulheres e homens lutando contra as convenções sociais e opressão política e econômica, desde a medate do século XIX, tendo a Guerra do Paraguai como pano de fundo, passando pelas ditaduras de Vargas e dos militares, até a obsessão sexual do século XXI, às vésperas da pandemia de Covid-19. Um tanto à maneira de Balzac e seus romans-fleuve , “Pequenas vinganças” fecha com a volta de personagens surgidos em “Vidas provisórias”, “A felicidade é fácil” e “Se eu fechar os olhos agora”.

Outros livros de Edney são “Contestadores” (entrevistas, 2003 – Editora Francis), “Outros tempos” (crônicas e memórias, 2002 – Ed. Record), “Dias de cachorro louco” (crônicas, 1995 – Ed. Record – esgotado) e “Grandes entrevistas do milênio” (2009 Ed. Globo). Edney é também co-autor de “O livro das grandes reportagens” (Ed. Globo, esgotado) e “As melhores entrevistas de O Globo” (Ed. Globo, esgotado), volumes I e II.

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