Covid-19 cala mais uma voz no Brasil: morre Agnaldo Timóteo

Covid-19 cala mais uma voz no Brasil: morre Agnaldo Timóteo

Entre as milhares de mortes pela Covid-19, com recordes diários no Brasil, o sábado de Páscoa, finalizou com tristeza para os amantes da Musica Pupular Brasileira. Morreu aos 84 anos, o cantor e interprete Agnaldo Timóteo. Ele estava internado desde o dia 17 de março no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo familiares, ele teve um “pequeno agravamento” e seguia intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde a manhã de hoje, 03 de abril. 

Médicos, que o atenderam acreditam que Agnaldo tenha contraído a doença entre a primeira e a segunda dose da vacina contra a covid-19, já que o artista havia tomado o reforço na segunda-feira, 15 de março. “É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do covid-19 e faleceu hoje às 10h45. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha”, diz a nota assinada por Marcelo e Ruth Timóteo.

O sobrinho do cantos, Timotinho, publicou um vídeo nas redes sociais: “Olá, gente. A notícia não é boa, confirmar o falecimento do cantor, Agnaldo Timóteo. Minha eterna gratidão por tudo. Descanse em paz! Obrigado a todos pelo carinho”.

Em maio de 2020, Agnaldo Timóteo sofreu um AVC, enquanto se preparava para se apresentava na cidade de Santa Rita de Cássia, interior da Bahia. Passou um tempo internado em um hospital de Salvador, e se recuperou. 

Carreira – De motorista da cantora Ângela Maria e um dos maiores interpretes da MPB

Nascido em Caratinga, em 16 de outubro de 1936, foi morar em Governador Valadares, trabalhou como torneiro mecânico. Insistiu para ter uma oportunidade, e sua sorte mudou quando conheceu Ângela Maria, de quem era fã. Esta o aconselhou que fosse para o Rio de Janeiro. Na cidade, su conseguiu muita coisa, se ofereceu para dirigir o automóvel da cantora. Em 1961, indicado pela sua patroa, aconteceu sua estreia em disco: um 78 rotações com “Sábado no Morro” e “Cruel Solidão”, para o selo Caravelle, onde gravou também no ano seguinte a marcha “Na Base do Amendoim”. Nada aconteceu. Ao participar do programa na TV Rio, arrebatou todos os prêmios e conseguiu contrato com a EMI Odeon. “Surge um Astro”, foi um sucesso, emplacando as músicas A Casa de Irene e Mamãe. A partir daí, se consagrou como um dos interpretes “bregas” da MPB.

Sucesso

Sua voz forte, interpretação acalourada e marcada pela cadência deu a Agnaldo Timóteo imensa popularidade, em especial nas décadas de 1960-1970, com recordes de vendas de discos e muitos prêmios.  Foram 55 anos de carreira, 62 trabalhos (longs plays, cds e dvds) e nunca parou de se apresentar e mobilizar grande público, principalmente nas cidades do interior, tendo ainda reconhecimento internacional em Moçambique. Mantém-se ativo devido as suas participações em programas de televisão e entrevistas.

Política

A popularidade como cantor romântico e a fama de valente, sem papas na língua, renderam votos a Agnaldo Timóteo. Em 1982, ele se elegeu deputado federal pelo PDT fluminense. Quatro anos depois, disputou o governo do Rio de Janeiro pelo PDS e perdeu para Moreira Franco. Em 1994, filiado ao PPR, o cantor voltou à Câmara dos Deputados. Em 1996, elegeu-se vereador no Rio de Janeiro, mas não conseguiu voltar ao cargo em 2000.

Radicado em São Paulo, foi eleito vereador da cidade em 2004, pelo PP. Sem sucesso, concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados, em 2010, e à Câmara Municipal, em 2012. Em 2014 e 2016, já de volta ao Rio de Janeiro, amargou novas derrotas nas urnas – como candidato a deputado federal e vereador.
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