Caso Sophia: Suspeito revela motivo do crime em depoimento à polícia
O suspeito de matar Sophia Ângelo a facadas, Edilson Amorim dos Santos Filho, prestou depoimento na ultima sexta-feira, 31. Ele confessou o crime e contou por que cometeu o assassinato. O pedreiro culpou a menina de 11 anos ao afirmar que ela teria o provocado sexualmente.
“Quando ela chegou perto de casa, ela pediu R$ 15. Aí, eu abri o portão de casa, fui lá na minha carteira que estava em cima da mesa, peguei e ela já entrou. ‘Pô, me dá R$ 50 aí que eu deixo você fazer mais coisa. Ela pegou e falou na minha cara mesmo, assim. ‘Tu não me dá esses R$ 50 e eu vou ali, falar com os caras ali’. Era 50 metros do meu portão para os caras”, disse ele.
Ao ser questionado sobre o que ela falaria para “os caras”, o suspeito respondeu: “Que eu estava ali para tentar abusar dela, essas coisas. Então, ali eu já comecei a entrar em desespero. Ela pegou a mochila dela da escola e jogou no meu sofá”.
A namorada de Edilson disse, em depoimento, que ele foi à Igreja Universal após cometer o crime. “Pedir perdão a Deus”, afirmou. No mesmo dia, o suspeito enviou uma foto na porta da igreja. Ela contou aos investigadores que não sabia que o pedreiro havia assassinado a menina.
Após a morte de Sophia, uma outra suposta vítima de Edilson decidiu formalizar uma denúncia de abuso contra o pedreiro. A estudante, que atualmente tem 23 anos, contou que é da família do suspeito e que tinha 16 anos quando foi abusada por ele. “Na época não quis registrar a ocorrência, pois como não havia acontecido penetração, pensei que não fosse dar em nada”, afirmou à polícia. Ela contou sobre o abuso para a família cerca de dois anos depois do crime.
O caso
Sophia Ângelo saiu de casa por volta das 7h de segunda-feira (27) e, desde então, não tinha mais sido vista. Ela estava a caminho da Escola Municipal Belmiro Medeiros, no bairro Moneró, a 20 minutos a pé de sua casa. Horas após o desaparecimento, os pais da menina conseguiram imagens dela ao lado de Edilson Amorim dos Santos Filho, de 47 anos.
O pai da menina disse que não foi avisado de que a criança não havia chegado à escola. “A escola não informou que ela não tinha ido. Então, pensamos que ela estivesse na escola. Ele [o suspeito] desviou a minha filha no meio do caminho. Eu reconheci ele nas imagens e, a partir daí, eu falei: ‘É o Júnior’. A minha sogra viu ele mais cedo em direção ao Galeão. Trouxemos todas as informações e depois fomos até a casa dele. Ele estava dormindo“, contou.
Na casa dele, durante uma perícia, os agentes encontraram um short utilizado pela menina no dia do desaparecimento, além de uma faca e uma chave de fenda torta. A ferramenta, que estava escondida, tinha sinais de sangue. O material será analisado. Os peritos também encontraram vestígios de sangue no banheiro. Apesar de o cômodo ter sido recentemente lavado, o uso da substância luminol conseguiu identificar resquícios de sangue.
ntrado em uma caçamba de lixo, na terça-feira (28). Edilson foi preso e confessou o crime. Segundo o delegado Felipe Santoro, ele foi preso em flagrante por estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver.
Segundo a 37ª Delegacia de Polícia, a criança levou, pelo menos, 35 facadas na nuca, no peito, nas pernas e nas costas. O delegado afirmou ao g1 que o pedreiro agiu com “extrema agressividade e crueldade”. Edilson é irmão da ex-madrasta de Sophia.
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