Carlinhos Brown completa 60 anos em novembro em pleno vigor

Carlinhos Brown completa 60 anos em novembro em pleno vigor

No ano em que completa 60 anos de vida, Carlinhos Brown presenteou os fãs com dois novos álbuns – SIM.ZÁS em março e Eletrotribalistas em junho -, criou samba enredo e desfilou com a Mocidade, levou um trio sustentável para o Carnaval de Londres, lançou musical infantil, vibrou com o resultado da trilha sonora composta para Cura, novo espetáculo de Deborah Colker, levou com a Pracatum os ZÀRABE para as ruas, depois de 10 anos, abrindo o Festival Internacional de Percussão LALATA, está compondo a trilha sonora daquele que será o primeiro musical brasileiro na Broadway, acaba de lançar nas plataformas digitais aquele que foi o seu terceiro álbum de estúdio –  Bahia do Mundo – Mito e Verdade (2001) -, e já prepara novo lançamento para novembro, do álbum “Carlinhos Brown é Mar Revolto”, reafirmando o movimento de constante revisitação de sua obra, muito presente nos últimos anos.

Carlinhos Brown conta que ‘Bahia do Mundo – Mito e Verdade’ lançado neste mês de outubro, é um álbum “que busca muito uma afirmação da linguagem da Bahia que se mistura com os estilos mundiais sendo um deles a música pop, mas a nossa música também é feita baseada na sonoridade afro-ameríndia. Foi um momento que uma das minhas incursões foi revistar instrumentos, transformar, buscar novas formas, foi o que até então era muito novo para o mercado – os Surdos Virados”, complementa. Já o novo álbum que será lançado em novembro, mês de seu aniversário, contará com participações de Rita Lee, Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra; Eloy Casagrande, baterista do Sepultura; e de Tarja Turunen, ex-vocalista da banda finlandesa Nightwish. “Carlinhos Brown é Mar Revolto” foi gravado, originalmente, em 2007, com integrantes do grupo baiano Mar Revolto, do qual fez parte, entre 1979 e 1980.

Nome fundamental para a música e a cultura brasileira e mundial, intérprete de cultura, criador de movimentos, compositor de versos, instrumentos e sonoridades, o multi-instrumentista, filho do Candeal, traçou uma potente trajetória artística sempre dedicada aos mestres encontrados no caminho, tendo lugar cativo e especial o Mestre Pintado do Bongô. “Vindos de sua filosofia vital e musical, os ritmos são ativos da natureza, como as árvores, motores que fazem com que a roda da Terra gire”, afirma o artista que é o primeiro músico brasileiro Embaixador Ibero-Americano para a Cultura e, também, a fazer parte da Academia do Oscar e a ser intitulado Embaixador da Justiça Restaurativa da Bahia. A data do aniversário, 23 de novembro, é a mesma de uma das filhas, Clara Buarque, multitalentosa como o pai, das artes cênicas às artes musicais.

Responsável por reposicionar a música percussiva no cenário nacional, consagrado por suas revitalizações rítmicas, sua atuação como arte-educador e pela exuberância das suas performances, Carlinhos Brown esteve entre os precursores do movimento Axé Music, criou a Timbalada, a Bolacha Maria, a Pracatum, o Guetho Square, o histórico e lendário estúdio Ilha dos Sapos, o Museu du Ritmo, o Selo/Editora Candyall Music, entre outros milhares de projetos, sonoridades e instrumentos, além de contabilizar mais de 800 canções registradas e mais de mil gravações cadastradas no banco de dados do Ecad – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. “O cosmos escuta quando soa a batucada, e então tudo ganha mais chances de fluir naturalmente”, pontua o mestre rítmico, filho do Candeal, que já formou mais de 15 mil percussionistas espalhados pelo mundo.

 

O pai de oito filhos, filho de Dona Madalena e Seo Renato (Bororó), recebeu diversos prêmios em toda carreira, destacando-se um Prêmio Goya, 2 Grammy’s Latinos e 08 indicações, além do troféu entregue em reconhecimento à sua atuação como arte-educador pela ISME – Sociedade Internacional de Educação Musical. Os primeiros passos na carreira internacional aconteceram ainda na década de 1980, ao participar de turnês com Caetano Veloso, nos discos “Caetano” (1987) e “Estrangeiro” (1989). Em 1992, depois de lançar a Timbalada, gravou com os músicos de jazz Wayne Shorter, Herbie Hancock, Bernie Worrell e Henry Threadgill o disco Bahia Black, composto também pelo Olodum. Em temporada em Nova York, Brown tocou com Marcus Miller, Bob James, Anthony Jackson, Lee Ritenour e Bill Laswell.

Sua primeira turnê solo levou o lançamento do álbum Alfagamabetizado (1996), lançado pela Virgin France, para mais de 30 shows entre a Europa e os Estados Unidos. Entre 2004 e 2005 realizou carnavais na Espanha, reunindo mais de um milhão e meio de pessoas nas ruas de Madri e Barcelona. Em 2006, foi convidado para percorrer seis cidades espanholas, entre elas Bilbao e Valencia, junto a personalidades como Rafael Nadal e Fernando Alonso, para lançar o Carnaval Movistar. Em 2008, Carlinhos Brown participou do primeiro carnaval das Ilhas Canárias e da primeira edição do Rock in Rio, em Madri.

O sucesso de Carlinhos Brown na Espanha é tamanho, que o artista recebeu o título, no país, de “Rei da Espanha”, e o cineasta Fernando Trueba fez o documentário chamado “El Milagro del Candeal”, que mostra os trabalhos do artista com a comunidade onde nasceu, cresceu e desenvolveu revitalizações socioeducativas e musicais, entre ricas e significativas conexões com suas raízes ancestrais. A produção ganhou o Prêmio Goya, o mais importante do cinema espanhol, e a relação de Carlinhos com a Espanha fortaleceu ainda mais os laços do país com o Brasil. Carlinhos Brown esteve, também, no Milano Latin Festival em 2011, quando participou de cinco festivais na Europa e na África, em menos de dez dias.

Em 2022, entre outras novidades, assina a trilha sonora da nova adaptação de Orfeu Negro para a Broadway, ao lado da cantora e compositora norte-americana Siedah Garrett e de um time de estrelas. Com estreia prevista para a temporada 2023-2024, Orfeu Negro será o primeiro musical brasileiro na história da Broadway. Originalmente baseado na peça Orfeu de Conceição do grande Vinícius de Moraes, Orfeu Negro traz uma releitura da história mitológica de Orfeu e Eurídice, tendo como cenário uma favela carioca durante o Carnaval, onde as personagens se conhecem e se apaixonam. A história tornou-se um clássico instantâneo da cultura popular, ganhando a Palma de Ouro e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1959, apresentando ao mundo a Bossa Nova.

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