Aécio se torna réu no STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na terça-feira, 17,receber denúncia da Procuradoria Geral da República contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por suposta prática de corrupção passiva e obstrução de Justiça. O senador afirma que provará a ‘absoluta legalidade e correção’ de seus atos.
Com a aceitação da denúncia, Aécio passa a responder ao processo penal na condição de réu e poderá contestar a acusação com novas provas. Só ao final da ação poderá ser considerado culpado ou inocente, em julgamento na Primeira Turma do Supremo.
Próximos passos
- relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, vai ouvir as partes do processo, reunir provas e deligências
- PGR deve detalhar e complementar a denúncia
- senador Aécio poderá prestar depoimento e convocar testemunhas para falarem em sua defesa
- depois de pronto o processo, as partes apresentam alegações finais
- ministro Marco Aurélio Mello conclui relatório e entrega para o revisor, ministro Luís Roberto Barroso
- é marcada a data para o julgamento na sessão da Primeira Turma
Aécio pode ser preso?
A decisão de tornar Aécio réu não afeta diretamente o mandato do senador, que mantém as prerrogativas e imunidades do cargo. Ele só poderá ser preso, antes de uma eventual condenação, se for pego em flagrante cometendo um crime inafiançável.
Se isso acontecer, a prisão também só poderia ser mantida com aval do Senado. O mesmo vale para medidas alternativas à prisão que afetem o exercício do mandato. Uma eventual cassação do mandato de senador também depende do Senado. Mesmo se fosse condenado pelo STF, caberia à Casa Legislativa a palavra final sobre sua permanência no cargo.
Ao final deste ano, Aécio Neves termina o mandato de oito anos no Senado e, se não for reeleito, perde o foro privilegiado no STF. Sem cargo político, o processo a que ele responde como réu será enviado à primeira instância.
Aécio é alvo de oito inquéritos e uma ação penal no Supremo. Além de agora ser réu, ele também é investigado a partir da delação dos executivos e donos da JBS. Há cinco inquéritos abertos a partir das delações da empreiteira Odebrecht e mais dois a partir das delações do senador cassado Delcídio do Amaral.
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