A arte de Eliana Kertész eterniza sua força e alegria de viver
Eliana Kertész nasceu no Recôncavo baiano, na cidade de Conceição da Feira. Ainda criança mudou-se para Salvador, onde residiu até a sua morte em 2017. Em 1993 fez sua primeira exposição individual, no Escritório de Arte da Bahia, na capital baiana. A partir daí, participou de várias mostras individuais e coletivas, em vários estados e no exterior, a exemplo do Museu de Arte de Macau, China; no Museu de Arte Primitiva, em Guimarães, Portugal; no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal e na V Biennale D’Arte Contemporanea Internazionale, Roma, Itália. Suas obras estão em acervos públicos e particulares.
Eliana foi administradora de formação pela Universidade Federal da Bahia, vereadora mais votada e Secretaria da Educação e Cultura de Salvador, na segunda gestão do então esposo Mário Kertész, que governou Salvador de 1986 a 1989. Mas, ela queria ser mais. Queria ser uma artista.
Suas “gordinhas” tinham nomes e características particulares, eram personagens do seu ideal, de seu jeito de ver e viver a vida. Generosas, abundantes, opulentas, cheias de força, alegres, essencialmente alegres, consigo mesmas e com a vida. Assim, foram nascendo Maria da Praça, Maria Dolores, Santinha, Risoleta, Florzinha, Raquel, Hilda….
Em Salvador, três das suas criações habitam uma praça no coração do bairro de Ondina, dando ao local vida e humanização. Seu nome é Praça. As suas “Gordinhas de Ondina” habitam a Praça Eliana Kertész, uma homenagem mais que merecida, dada pelo Prefeito de Salvador, ACM Neto.
Um dos fortes traços nas gordas de Eliana era a sensualidade, mesmo que demonstrassem alguma timidez ou ousadia, suas gordas negras, brancas ou índias, queriam passar ao observador uma mensagem de amor e respeito às diferenças existentes em nosso país, como afirmou em várias entrevistas.
Para chegar ao ideal que queria, a artista usou os mais diversos materiais: terracota, bronze, resina, fiberglass. Mas, seu objetivo era mesmo transmitir sua verdade interior, de uma mulher livre, sem amarras sociais e com um intenso sentimento Amor pela vida.
Eliana Kertesz criava com mesma liberdade de seus predecessores, o colombiano Botero, Rubens, Rembrandt, Ingres e Renoir, e tinha como eles o mesmo fascínio pelas formas opulentas.
A pessoa Eliana
Quem conheceu a pessoa de Eliana Kertész pôde experienciar sua generosidade, integridade e amor pela vida. Uma carismática, de alma libertária. Não cabia nela, apenas o papel de política ou administradora, tinha que ser mesmo e foi, uma artista. Suas obras a eternizam. Suas esculturas versáteis, performáticas e admiráveis são seus registros deixados aqui na terra para sempre. Eliana era a força e a alegria de viver.
Artigo por Rita Moraes
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