O Cinema de Álex de la Iglesia Mostra inédita do cultuado diretor espanhol

O Cinema de Álex de la Iglesia Mostra inédita do cultuado diretor espanhol

 

 

No ano em que comemora trinta anos da sua estreia como diretor de longa-metragens, com Ação Mutante(Acción Mutante, 1993), Álex de la Iglesia ganha uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro com os filmes mais marcantes de sua carreira. O Cinema de Álex de la Iglesia apresenta um panorama da obra do consagrado cineasta, um dos diretores e produtores de maior sucesso na Espanha, que já foi chamado de Tarantino espanhol e foi apadrinhado por Pedro Almodóvar, produtor do seu primeiro filme. Realizador genial, ele passeia pela comédia de humor ácido, pelo cinema de terror e pelo suspense hitchcockianodesrespeitando qualquer pacto realista.

“Álex de la Iglesia apresenta com muita clareza seu estilo autoral, tanto nas obras audiovisuais sob sua direção como em tantas que ele faz a curadoria criativa. Seus personagens e histórias são complexos, repletos de detalhes que ele mostra ao público por meio das cores, dos fluídos corporais, do grotesco, do caricato, com um humor ácido e inteligente, que deixa o espectador absolutamente conectado à história, ao mesmo tempo com um sorriso no rosto e olhar atormentado”, comentam os curadores da mostra Daniel Celli e Rafael Carvalho, que selecionaram os nove longas da programação.

Álex de la Iglesia ficou conhecido mundialmente pelo cult O dia besta(El día de la Bestia, 1995), que levou, entre outros prêmios, o Goya de melhor diretor. Ao longo da sua carreira, além de diversos prêmios Goya, ele recebeu também os Leão de Prata (Diretor) e Leão de Ouro (Roteiro, junto com seu parceiro constante Jorge Gerricaechevarría), no Festival de Veneza, por Balada do amor e do ódio (Balada triste de Trompeta, 2010). Ele é ex-diretor presidente da Academia Espanhola de Cinema e é casado com a atriz e produtora Carolina Bang, sua sócia na Pokeepsie Films, uma das mais atuantes empresas produtoras da Espanha, que faz parte do grupo francês Banijay.

Alex também dirige filmes e minisséries para TV e streaming, como a série 30 Monedas, em filmagem da terceira temporada sob sua direção, realizada para a HBO Espanha. Agora, enquanto acontece essa mostra, ele está filmando 1992, minissérie para a Netflix, com história ambientada na Expo’92 de Sevilha. Muitos dos projetos da Pokeepsie Films têm não só a produção do diretor espanhol, mas também a curadoria dele, caso do The Fear Collection, seleção de longas-metragens produzidos em uma parceria entre Sony Pictures International, Amazon Prime Video e a Pokeepsie Films.

Os filmes de Álex de la Iglesia remetem o espectador a um universo amplo de autores, que vai de Quentin Tarantino a Guillermo Del Toro e Robert Rodriguez, trio acolhido pela indústria hollywoodiana, mas passa igualmente pelo cinema B norte-americano e italiano, de artesãos como Roger Corman, Mario Bava, Lucio Fulci, Dario Argento, entre vários outros – e  também por José Mojica Marins, de quem Iglesia é um fã declarado e que receberá uma homenagem da mostra. Na programação da mostra será exibido, do criador do personagem Zé do Caixão, o longa-metragem A Praga, encontrado após o falecimento de Mojica e remasterizado pelo pesquisador Eugênio Puppo. A sessão especial será no dia 26 de agosto(sábado), às 16h, seguida de debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati.

“Considerando a obra de Álex de la Iglesia como conteúdo de gênero fantástico, temos no Brasil um ambiente no qual esse tipo de conteúdo encontra não só público mas também uma produção audiovisual local historicamente bastante enérgica, desde realizadores como José Mojica Marins, a outros como Walter Hugo Khouri, Carlos Reichenbach, Paulo Sacramento, Ivan Cardoso, e, mais recentemente, Juliana Rojas, Marco Dutra, Anita Rocha da Silveira, Adirley Queirós, Rodrigo Aragão e Marina Meliande, entre tantos outros, que marcaram momentos do audiovisual brasileiro com seus filmes de temática fantástica”, observam os curadores da mostra. Por conta disso, O Cinema de Álex de la Iglesia terá também em sua programação um segundo debate dedicado ao cinema de gênero fantástico no Brasil – “Produzindo cinema fantástico”, com o produtor e roteirista André Pereira,no dia 2 de setembro (sábado), às 16h.

Depois do Rio de Janeiro, a mostra, que é patrocinada pelo Banco do Brasil, será realizada no CCBB São Paulo, de 13 setembro a 1º de outubro.

Os ingressos para as sessões da mostra são gratuitos e podem ser adquiridos na bilheteria física ou no site do CCBB [bb.com.br/cultura], a partir das 9h do dia da sessão. Para os debates, os ingressos devem ser retirados uma hora antes do início do evento.

Sobre o CCBB RJ

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro representa o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. O CCBB RJ está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 250 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes Banco do Brasil. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeirofunciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal (Lei Municipal nº 6.278/2017).

PROGRAMAÇÃO CCBB RJ

Disponível também no sitebb.com.br/cultura

24/08 (quinta):

16h – A COMUNIDADE

18h – AÇÃO MUTANTE

25/08 (sexta):

16h – BALADA DO AMOR E DO ÓDIO

18h – CRIME FERPEITO

26/08 (sábado):

16h – Homenagem a José Mojica Marins: A PRAGA

17h30 – Debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati

27/08 (domingo):

16h – MUERTOS DE RISA

18h – AS BRUXAS DE ZUGARRAMURDI

31/08 (quinta):

16h – 800 BALAS

18h30 – Homenagem a José Mojica Marins: A PRAGA

01/09 (sexta):

16h – AS BRUXAS DE ZUGARRAMURDI

18h – PERDITA DURANGO

02/09 (sábado):

16h – Debate “Produzindo cinema fantástico”, com André Pereira

18h – O DIA DA BESTA

03/09 (domingo):

16h – AÇÃO MUTANTE

18h – A COMUNIDADE

07/09 (quinta):

16h – Sessão especial Pokeepsie Films

18h – 800 BALAS

08/09 (sexta):

16h – MUERTOS DE RISA

18h – Sessão especial Pokeepsie Films

09/09 (sábado)

16h – CRIME FERPEITO

18h – BALADA DO AMOR E DO ÓDIO

 

10/09 (domingo)

16h – PERDITA DURANGO

18h30 – MUERTOS DE RISA

FICHAS TÉCNICAS, SINOPSES E COMENTÁRIOS DOS CURADORES

800 BALAS, de Álex de la Iglesia

Espanha, 2002, 124 min. Faroeste. 18 anos.

Roteiro: Álex de la Iglesia, Jorge Gerricaechevarría

Elenco: Sancho Gracia, Carmen Maura, Eusebio Poncela, Ángel de Andrés López, Terele Pávez

 Sinopse

O veterano Julián, um ex-dublê de cinema, vive com antigos colegas de trabalho num estúdio desativado em Almeria, na Espanha, onde antes se rodavam faroestes norte-americanos. Hoje, à beira da falência, a trupe faz números de acrobacia para pequenas plateias. Neste cenário, Julián vive entre a memória dos tempos áureos e a lembrança de Carlos, seu neto, que cresceu longe dele. Mas sua vida é transformada quando o menino decide conhecê-lo e se juntar ao bando. Ao mesmo tempo, uma ambiciosa empresária decide tomar o terreno para construir um resort de luxo.

Comentário

Em 800 Balas, Álex de la Iglesia revisita, à sua maneira, os principais clichês do western, seus mitos e personagens, misturando o passado e o presente da história do cinema. Como um museu da Sétima Arte a céu aberto, os desertos de Almeria, no sudoeste espanhol, foram palco das filmagens de clássicos do faroeste e sobre suas areias e pedras caminharam astros como Clint Eastwood, Henry Fonda, Charlton Heston e Elizabeth Taylor. É neste cenário mítico, impresso em películas canônicas, que o diretor espanhol ambienta sua narrativa, brincando com as tensões entre o moderno e o arcaico.

AÇÃO MUTANTE (Acción mutante), de Álex de la Iglesia

Espanha, 1993, 93 min. Ficção científica. 18 anos.

Roteiro: Álex de la Iglesia, Jorge Gerricaechevarría

Produção: Pedro Almodóvar, Agustín Almodóvar, Esther Garcia

Elenco: Antonio Resines, Frédérique Feder, Álex Angulo, Karra Elejalde, Saturnino García

Sinopse

Humilhados pela sociedade, criminosos formam o exército “Ação mutante”. Disposto a se vingar dos maus-tratos, o bando, liderado por um ex-presidiário, se empenha em sequestrar a filha de um milionário, dono de uma indústria de bolachas integrais. O plano da trupe se concretiza durante a festa de casamento da jovem herdeira, numa verdadeira carnificina. Na esperança de receber uma grandiosa quantia, o grupo vai aos poucos se deteriorando, consumido pela avareza.

Comentário

Em sua estreia na direção de longas-metragens, Álex de la Iglesia ganha a benção de ninguém menos que Pedro Almodóvar, que assina a produção do filme. A história se passa num futuro indeterminado, apocalíptico, e seu grupo de protagonistas, a célula terrorista Ação mutante, não tem qualquer ambição política, a não ser semear o caos. Indicado a diversas categorias do Prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol, Ação mutante é considerado um marco do cinema de gênero na Espanha.

BALADA DO AMOR E DO ÓDIO (Balada triste de trompeta), de Álex de la Iglesia

Espanha/França, 2010, 107 min. Terror. 18 anos.

Roteiro: Álex de la Iglesia

Elenco: Carlos Areces, Antonio de la Torre, Carolina Bang, Enrique Villén, Sancho Gracia

Sinopse

Em 1973, no final da ditadura do sanguinário general Francisco Franco, Javier, um palhaço tristonho, vai trabalhar num circo. Ele guarda uma herança gloriosa, já que seu pai, também palhaço, foi um herói na luta contra as tropas franquistas. Na nova trupe, composta por figuras bizarras, Javier é obrigado a contracenar com Sergio, o brutal palhaço feliz, que o humilha no picadeiro em nome do entretenimento. A história ganha contornos trágicos quando Javier se envolve com a mulher de Sergio, uma belíssima e esquiva acrobata.

Comentário

Prêmio de direção e roteiro no Festival de Veneza de 2010, em júri presidido pelo cineasta Quentin Tarantino, Balada do amor e do ódio mergulha no passado e no presente da história espanhola, ao recuperar os anos sombrios do regime franquista e seus traumas contemporâneos. Num estilo que lembra o teatro grand-guignol, marcado pela crueldade, a história desse triângulo amoroso se desenrola entre o humor ácido, a violência cartunesca e o horror típicos da filmografia do diretor.

AS BRUXAS DE ZUGARRAMURDI (Las brujas de Zugarramurdi), de Álex de la Iglesia

Espanha, 2013, 112 min. Terror. 18 anos.

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Hugo Silva, Mario Casas, Pepón Nieto, Carolina Bang, Terele Pávez

Sinopse

Com dificuldades financeiras depois do divórcio, um pai solteiro decide roubar uma loja de joias, com a ajuda de outros ladrões. O furto é bem-sucedido e, durante a fuga, o bando pega uma estrada, saindo de Madri, até chegar no misterioso vilarejo de Zugarramurdi, entre a escuridão das florestas do País Basco. Lá, eles vão se deparar com o pior pesadelo de suas vidas ao cair nas garras de um sanguinário grupo de bruxas.

 Comentário

Grande vencedor do Prêmio Goya de 2014, em categorias como figurino, som, edição e efeitos especiais, As bruxas de Zugarramurdi é uma aventura visual ambiciosa, que prende o espectador pelo excesso e pela montagem acachapante – e, claro, pelo humor ácido típico do diretor. Boa parte do prazer em assisti-lo vem da epopeia dos protagonistas, um grupo de homens cheios de si que precisa lidar com a fúria ancestral de uma irmandade de bruxas. Destaque para a participação da rainha do cinema espanhol Carmen Maura, e da atriz e produtora Carolina Bang, parceria de Álex de la Iglesia em diversas de suas criações mais recentes.

A COMUNIDADE (La comunidad), de Álex de la Iglesia

Espanha, 2000, 110 min. Suspense. 18 anos.

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Carmen Maura, Jesús Bonilla, Eduardo Antuña, Terele Pávez, Enrique Villén,

Sinopse

Julia é uma corretora de imóveis. Querendo desfrutar de uma noite romântica, ela vai dormir com o namorado num dos apartamentos que está vendendo. Enquanto novos inquilinos não chegam, ela desfruta do conforto do lugar, entre sofás de couro legítimo e um colchão de água ideal para fazer amor. Certo dia, no entanto, bombeiros e outros moradores arrombam um apartamento e ali encontram, no meio de sacos de lixo, ratos e baratas, o cadáver de um homem, que morreu e foi esquecido. Julia vasculha os pertences do morto e acaba descobrindo uma enorme quantia de dinheiro guardada. Imaginando-se milionária, ela não percebe que todos à sua volta querem colocar as mãos no mesmo tesouro.

Comentário

Um dos filmes mais conhecidos e celebrados do diretor espanhol, A comunidade rendeu a Carmen Maura o Prêmio Goya de Melhor Atriz em 2001. Uma das grandes “obras hitchcockianas” do cineasta, o longa homenageia o mestre do suspense já nos créditos iniciais, com grafismos que remetem à abertura do clássico Um corpo que cai (1958). Uma das maiores atrizes do cinema espanhol, estrela de Pedro Almodóvar, Carmen Maura brilha no papel da inescrupulosa e carismática Julia.

CRIME FERPEITO (Crimen ferpecto), de Álex de la Iglesia

Espanha/Itália, 2004, 105 min. Comédia. 18 anos.

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Guillermo Toledo, Mónica Cervera, Luis Varela, Fernando Rojete, Javier Gutiérrez

Sinopse

Rafael é vendedor de uma sofisticada loja de departamentos em Madri. Ambicioso e arrogante, é desejado pelas mulheres, que o querem como amante, e bajulado pelos homens, que querem ser como ele. Mas, sua liderança nas vendas e a chance de subir de cargo são ameaçadas por Dom Antonio, antigo e experiente vendedor. Durante uma briga dentro de um provador, Rafael mata o seu oponente. Na tentativa de ocultar o crime, é surpreendido pela ajuda de uma estranha cúmplice.

 Comentário

Segundo Álex de la Iglesia, o título de Crime ferpeito é uma referência bem-humorada ao clássico de Alfred Hitchcock, Disque M para matar(1954), lançado na Espanha com o nome de Crime perfeito. A menção ao mestre do suspense não é gratuita se pensarmos que a história do diretor espanhol é, de alguma forma, um thriller psicológico de chantagem. Mas há também outros elementos hitchcockianos mais sutis em Crime ferpeito, como o cenário claustrofóbico, um “entre quatro paredes” onde as personagens se debatem movidas por suas intenções obscuras, como acontece em Festim diabólico (1948). Seja como for, Crime ferpeito é talvez um dos melhores exemplos da habilidade de Álex de la Iglesia em conduzir uma narrativa de medo e humor. A inteligência do roteiro e a habilidade de direção se combinam ao excelente desempenho do casal de protagonistas, com Guillermo Toledo no papel do escroque e machista Rafael, e com Mónica Cervera no papel da diabólica Lourdes.

O DIA DA BESTA (El día de la bestia), de Álex de la Iglesia

Espanha, 1995, 103 min. Terror. 18 anos.

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Álex Angulo, Armando de Razza, Santiago Segura, Nathalie Seseña, Terele Pávez

Sinopse

Padre Ángel encontra uma mensagem secreta no livro do Apocalipse de São João: o Anticristo nascerá em Madri, na véspera do Natal. Depois de decifrar o enigma, ele decide praticar o mal, seguro de que assim encontrará com Satanás. Sua estratégia é atrair o diabo para que este lhe diga onde o Anticristo está, matar o bebê demoníaco e salvar a humanidade. Para realizar a arriscada missão, Padre Ángel conta com a ajuda de um metaleiro e de um ocultista charlatão, estrela de um programa de TV.

Comentário

“Vou pecar, vou fazer todo o mal que possa”. Com essa frase, proferida pela quixotesca personagem de Álex Angulo, Padre Ángel, Álex de la Iglesia abre o premiado e polêmico O dia da besta. Um dos filmes de terror mais inteligentes e inventivos dos anos 1990, o terceiro longa do cineasta espanhol transcende a diversão para ecoar, com graça e originalidade, traumas da sociedade espanhola. A Madri que surge nas telas é suja, kitsch, miserável e acossada por um grupo de extrema-direita que caça moradores de rua e imigrantes. Os milicianos higienistas são as verdadeiras entidades do mal que Padre Ángel quer destruir.

MUERTOS DE RISA, de Álex de la Iglesia

Espanha, 1999, 113 min. Comédia. 18 anos.

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Santiago Segura, El Gran Wyoming, Álex Angulo, Carla Hidalgo, Eduardo Gómez

Sinopse

Nino é cantor de uma boate e sua carreira não vai a lugar nenhum. Da mesma forma, Bruno é um fracassado comediante. Certo dia, um agente de talentos decide juntá-los para compor uma dupla num programa popular da televisão espanhola. Enquanto Nino treme em cima do palco, Bruno o esbofeteia e arranca calorosos risos da plateia. Essa situação é o estopim para a trajetória das duas celebridades, que se relacionam de uma maneira curiosa – quanto mais sucesso fazem, mais se odeiam. Entre bastidores, novas modas e os anos que passam, a convivência entre eles vai se encaminhando para as raias do delírio e da pura violência.

Comentário

Em Muertos de risa, Álex de la Iglesia revisita a história do showbizz espanhol ao situar a narrativa no meio televisivo dos anos 1970 e 1980, período de grandes transformações culturais e políticas na Espanha, incluindo a queda da ditadura de Francisco Franco. O filme reúne dois astros locais: o ator Santiago Seguro, um dos protagonistas de O dia da besta, e parceiro do diretor em vários filmes, e o humorista El Gran Wyoming, conhecido do público espanhol. Muertos de risa foi um dos grandes sucessos de bilheteria da carreira do cineasta.

PERDITA DURANGO, de Álex de la Iglesia

Espanha/México, 1997, 129 min. Policial. 18 anos.

Roteiro: Barry Gifford, Jorge Guerricaechevarría, David Trueba, Álex de la Iglesia I Baseado no romance de Barry Gifford

Elenco: Rosie Perez, Javier Bardem, Harley Cross, Aimee Graham, James Gandolfini

Sinopse

Perdita Durango é uma bandida sexy e destemida. No México, ela conhece Romeo Dolorosa, ladrão e traficante afeito a rituais macabros. Eles se envolvem amorosamente e acabam sequestrando dois jovens norte-americanos. Entre gangsters mexicanos, assassinos, traições e o transporte de uma estranha carga humana, os quatro partem numa frenética viagem em direção a Las Vegas. No seu encalço, está um agente do FBI.    

Comentário

Pelo olhar original de Álex de la Iglesia, os astros Rosie Perez e Javier Bardem encarnam o mito do casal de bandoleiros que atravessa estradas e cidades a cometer atos bárbaros e a passar por cima dos que se colocam em seu caminho – tal como o eterno par criminal Bonnie e Clyde. O que une estes amantes é um sentimento selvagem, incondicional e trágico. Em seu terceiro longa, o diretor embarca numa vereda semelhante a de obras como Coração selvagem (1990), de David Lynch. Barry Gifford, roteirista de Perdita Durango e autor do romance no qual a história se inspira, também assina o argumento do clássico de Lynch. Destaque para a participação de James Gandolfini, estrela da série Família Soprano (1999), no papel do policial que persegue os amantes psicopatas. 

A PRAGA, de José Mojica Marins

Brasil, 2021, 70 min. Terror. 16 anos

Roteiro: Rubens Francisco Lucchetti

Elenco: Wanda Cosmo, Felipe Von Reno, Silvia Gless

Sinopse

O filme conta a história de um jovem e belo casal – Juvenal e Marina – que no feriado de Sexta-Feira Santa vai passear por uma região rural para tirar fotos. O casal acaba se deparando com uma velha exótica, que Juvenal começa a fotografar, enquanto debocha dela, chamando-a de bruxa. A velha então joga uma praga no inconsequente rapaz: “Suas carnes se abrirão em cancro, cairão em pedaços e arderão como brasas!”. É o início da desgraça de Juvenal, que passa a ser atormentado por terríveis pesadelos, torna-se irritadiço e violento e por fim afunda em um processo de loucura e paranoia.

Comentário
Filmado em 1980 e dado como perdido, A Praga é o único filme inédito de Mojica conhecido até o momento. As latas de negativo em película super-8 com as filmagens foram encontradas quando a Heco Produções realizava a Retrospectiva José Mojica Marins: 50 anos de carreira, em 2007. Após um longo processo que incluiu digitalização, dublagem, novas filmagens e pós-produção, o lançamento de A Praga representa uma importante adição à obra de José Mojica Marins, preenchendo uma lacuna na filmografia de um dos mais importantes, longevos e prolíficos cineastas do país. 

Sobre os debatedores

CARLOS PRIMATI é crítico e pesquisador especializado em cinema fantástico. Publicou artigos em livros sobre a obra do cineasta José Mojica Marins, sobre o Horror no Cinema Brasileiro e sobre o cineasta Carlos Hugo Christensen, em mostras dedicadas à produção nacional no gênero, e nas revistas Filme Cultura, Preview, Cineplot, Acrobata, LumeScope e Teorema. Membro da Abraccine, colaborou com artigos para os livros sobre animação brasileira e curtas-metragens organizados pela associação. Ministra cursos de cinema sobre Alfred Hitchcock, Expressionismo Alemão, Cinema de Horror, Ficção Científica da Década de 1950, Horror Independente, Zé do Caixão, Horror Ficção Científica e Fantasia no Cinema Brasileiro, Apocalipse Zumbi, Horror Britânico, entre outros.

ANDRÉ PEREIRA é um produtor e roteirista focado em longas-metragens originais. Seu primeiro longa Mato sem Cachorro, dirigido por Pedro Amorim, vendeu mais de um milhão de ingressos no cinema, e recebeu três indicações ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, incluindo Melhor Roteiro Original. O Rastro, dirigido por JC Feyer, quebrou o recorde de bilheteria de um filme de terror nacional desde a Retomada. Através da sua produtora, Lupa Filmes, desenvolveu projetos com parceiros como Imagem Filmes, Fox, Disney, Netflix, Amazon, GloboFilmes. Atualmente, André está em finalização com a comédia dramática Vilã das Nove, co-produção e distribuição da Disney, e o longa de terror Abraço de Mãe,coprodução com o grupo Morbido no México, e dirigido pelo argentino Cristian Ponce, de História do Oculto. André participou da coletânea “Antologia Dark”, uma homenagem à obra de Stephen King, publicada pela DarkSide Books, organizada por Cesar Bravo.

O Cinema de Álex de la Iglesia

Patrocínio: Banco do Brasil

Curadoria: Daniel Celli e Rafael Carvalho

Produção: Ginja Filmes

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

www.bb.com.br/cultura

 

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

De 24 de agosto a 10 de setembro de 2023, quinta a domingo

Rua Primeiro de Março 66, Centro

Contato: tel (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br

Sala de Cinema 1 (102 lugares, sendo 4 para cadeirantes)

Ingressos: ENTRADA FRANCA – ingressos disponibilizados às 9h do dia da sessão na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura

Para o debate, ingressos disponibilizados gratuitamente 1h antes do evento, somente na bilheteria física do CCBB.

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INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA:

Claudia Oliveira – 21 98799-5742 | claudiamac.oliveira@gmail.com

Assessoria de Imprensa CCBB Rio de Janeiro

Giselle Sampaio – 21 3808-2346 | gisellesampaio@bb.com.br

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