Viúva do marchand de arte era mantida era cárcere privado pela filha

Viúva do marchand de arte era mantida era cárcere privado pela filha

Depois de ser mantida refém pela filha a viva do marchand de arte Jean Borhieri, Genoveve Birghieri deixou apartamento de luxo, onde morava com criminosa.

O prédio é antigo, mas tem um apartamento por andar é amplo e arejado, com vista para o mar de Copacabana, na Zona Sul do Rio.

A acusada, a atriz Sabine Coll Boghici, filha do marchand Jean Boghici, morto em 2015, morava com a mãe, de 82 anos.

No duplex localizado na Avenida Atlântica, moravam apenas as duas e foi aí que a mulher teria sido mantida refém pela filha, além de agredida e ameaçada por meses.

Após conseguir fugir do local, funcionários contam que ela trocou todas as fechaduras do imóvel e proibiu a entrada da filha.

Em depoimento, a viúva do colecionador de artes contou que Sabine ameaçou esfaqueá-la no pescoço e na barriga quando já estava isolada na própria casa.

Funcionários e moradores contaram que desde o Natal do ano passado a idosa não foi mais vista no apartamento. Eles contam que a viúva de Jean Boghici não pisou mais no duplex desde então por “estar abalada”. Segundo os investigadores, a mulher estaria morando na casa de uma amiga.

O telefone celular da mulher está desligado e não recebe ligações ou mensagens. Quem está defendendo a idosa é o advogado Mauro Fernandes. Procurado, ele disse que sua cliente não iria se pronunciar sobre o que aconteceu.

Sabine, a namorada, Rosa Stanesco Nicolau, o filho dela e uma prima de Rosa foram presos na última quarta-feira na Operação Sol Poente, da Polícia Civil.

Segundo o delegado Gilberto da Cruz Ribeiro, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti), a idosa teria ouvido uma conversa entre Sabine e Rosa, que se apresentava como “Valéria de Oxóssi” e se dizia  vidente .

— Em uma ligação, a idosa disse que escutou a Valéria mandar (Sabine) matar a mãe, dizendo que ia ficar com tudo, e que aquilo tudo ia ser delas —  afirmou o delegado, que completou: — A Rosa teria dito: “Mata essa velha!”. Isso teria acontecido mais de uma vez, enquanto Sabine mantinha uma faca no pescoço da mãe — destacou.

Advogada da filha contesta as acusações. Sérgio Guimarães Riera, que defende a atriz, afirmou nesta quinta  que “não houve golpe”. O que existe, segundo ele, é uma disputa judicial envolvendo os bens do pai da sua cliente. Para o advogado é preciso “deixar os preconceitos de lado e analisar os fatos”.

Prejuízo

  • Roubo de 16 quadros: R$ 709 milhões;
  • Roubo de joias: R$ 6 milhões;
  • Pagamento pelos “trabalhos espirituais”: R$ 5 milhões;
  • Transferências sob ameaça: R$ 4 milhões.

Presos

A filha, que não teve sua identidade revelada, foi a mentora do plano para roubar as obras de arte e extorquir a própria mãe. 

Rosa Stanesco Nicolau é a companheira da filha da viúva e teria sido apresentada à vítima como “Mãe Valéria de Oxóssi”. Ela, que também é meia-irmã de Diana Stanesco, foi indicada por um dos envolvidos do esquema para realizar trabalhos e reverter quadro falso de saúde da própria filha. 

Gabriel Nocolau Traslaviña Hafliger, filho de Rosa, foi uma das pessoas que ameaçou a idosa durante o golpe e recebeu cerca de R$ 4 milhões transferidos pela vítima. Segundo os investigadores, o valor foi depositado na conta dele. 

Jacqueline Stanescos, prima de Rosa e Diana, foi a segunda vidente contratada pela filha da vítima para convencer a viúva de que a filha corria mesmo risco de morte. Ela seria a “segunda opnião” sugerida à vítima para afastar suspeitas. 

Procurados

Diana Rosa Aparecida Stanesco Vulet foi a primeira pessoa a abordar a viúva no golpe. Ela se apresentou como vidente e disse que a filha da vítima teria um “mal incurável”. Foi ela quem iniciou o golpe orquestrado para extorquir a idosa. 

Slavko Vuletic, identificado como pai de Diana e padrasto da Rosa, teria recebido em sua conta a quantia de R$ 37 mil da vítima. O pagamento foi feito em uma dessas chantagens psicológicas praticadas contra a viúva. Ele teria morrido meses após receber o valor.

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