Trump não descarta possível recessão nos EUA e Bolsas caem
As bolsas de Nova York e de São Paulo cairam fortemente nesta segunda-feira,10, após declarações do presidente americano Donald Trump no fim de semana. Ele se recusou, em uma entrevista divulgada neste domingo, a prever se haverá ou não uma recessão nos Estados Unidos este ano.
“Detesto fazer previsões como essas”, disse Trump ao canal Fox News, ao ser questionado sobre uma possível recessão na economia americana em 2025. As declarações alimentaram o temor de que uma guerra comercial pode desencadear uma desaceleração econômica. Por isso, muitos investidores estão retirando suas aplicações de Bolsas internacionais e indo para o dólar, considerado um porto seguro em momentos de crise.
Por volta das 14h, o Dow Jones Industrial Average caía 1,42%, enquanto o S&P 500 perdia 2,48%. O Nasdaq Composite tinha queda de 3,99%. Dentre as maiores quedas no exterior, Nvidia perdia 5,22%, enquanto a Meta e a Amazon.com baixas de 5,42% e 3,43%, respectivamente. Aqui, o Ibovespa caía 0,48%, para 124.448 pontos enquanto o dólar comercial subia 0,44%, para R$ 5,815.
Trump não descartou que podem acontecer aumentos nos preços ainda neste ano, nos EUA. Para ele, sua estratégia de tarifas (que sobretaxam importações, como as do aço) e cortes de gastos públicos fazem parte de uma “transição necessária”. As demissões no setor público lançadas pelo governo por seu assessor bilionário.
Inflação nos Estados Unidos não é bom para os negócios no mundo todo. Isso porque a escalada de preços aumenta os juros e prejudica as empresas, que vendem menos e pagam mais caro para financiar seu crescimento. Os investidores deixam de investir na Bolsa e vão para o Tesouro Americano, aproveitar as taxas maiores.
Essas previsões de recessão ganharam força depois que o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) de Atlanta estimou uma contração de 2,4% no PIB no primeiro trimestre. Seria o pior resultado desde o auge da pandemia de covid-19. Isso, mais as declarações pouco incisivas de Trump, segundo Christopher Galvão, analista da Nord Investimentos, fizeram os investidores ligarem o sinal de alerta. “Mas até o momento, no geral, o que temos são sinais de uma economia forte nos EUA, uma inflação pressionada. Entretanto, há sim uma necessidade de acompanhamento em relação às tarifas de importação e também à política de imigração que também impacta a economia americana”, diz ele.
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