Transexual de 62 anos é a mais nova influenciadora digital da marca Nivea

Transexual de 62 anos é a mais nova influenciadora digital da marca Nivea

A marca de cosmético Nivea inova no mercado publicitário e elege como garota propaganda nas redes sociais Ana Carolina Apocalypse. A influenciadora e transexual acumula mais de 110 mil seguidores no  Twitter. Por lá, Ana, que pé transexual tem 62 anos e iniciou somente aos 57 anos de idade. Na sexta-feira, 17 de julho seus seguidores foram surpreendidos com a novidade.  “O pessoal da NIVEA foram uns amores comigo e me enviaram vários mimos muito chiques!”, disse. Logo em seguida, anunciou que é a mais nova parceira da marca de beleza. “Me convidaram para ser influenciadora deles, tô chique demais!”, comemorou, avisando que vem muito conteúdo legal pela frente.

Seus fãs comemoraram. “Merecedora! Orgulho de ser apocalypser”, disse um. Em resposta, Ana Carolina postou uma nova foto agradecendo o carinho e prometendo mais dicas de beleza: “Oi meus Amores! Estou tão feliz por ter tamanha repercussão. Gente olha eu de fiz o vídeo porque eu amo demais vocês e quero cada vez mais agregar dicas de beleza e acolhimento a todos!”. Logo, 20.800 seguidores comentaram a notícia. No Instagram, Ana possui 33.600 seguidores. 

Conheça a história de Ana Carolina – Me inspirei na novela “A Força do Querer”

Após 59 anos vivendo de acordo com as expectativas da sociedade, com corpo e nome masculinos, Ana Carolina Apocalypse decidiu passar por uma transição de gênero para exteriorizar o que sempre foi: uma mulher. Ela tem contato suas descobertas e sobre sua transição nas redes sociais, que têm ganhado mais fãs todos os dias. 

Para ela, como mostrou uma reportagem publicada pelo Universa, a possibilidade de mudança se tornou real depois que acompanhou a novela global ‘A Força do Querer’, de 2017. A trama acompanhou a evolução de Ivana (Carol Duarte), que se percebeu como um homem transexual ao longo dos capítulos e modificou o corpo a fim de adequá-lo à sua verdadeira identidade, se tornando Ivan. 

Espantada com a semelhança entre as cenas e sua própria história de vida, Ana procurou o SUS (Sistema Único de Saúde) e passou por um time de profissionais da saúde para realizar seu sonho. Agora, aos 62 anos, ela se sente preparada para contar mais sobre o processo. 

Em entrevista para o portal Universa, do UOL, Ana Carolina conta que sempre foi menina, “mas com corpo de menino”“Tenho uma irmã e, quando era pequena, costumava pegar as roupas dela para vestir. Como tinha receio da reação das pessoas, só fazia isso às escondidas, dentro de casa”, relembra. 

Com a chegada da vida adulta, precisou lidar com a perda de dois amigos para o HIV, algo que a deixou introspectiva e com receio com relação à própria saúde. Apesar de namorar rapazes na época, o destino levou Ana Carolina a uma heteronormatividade compulsória.

Em 2017, o estalo para a mudança: a novela ‘A Força do Querer’ apresentou a personagem Ivana que, desde criança, foi forçada pelos pais a usar roupas das quais não gostava. Mais tarde, ela fazia adaptações na vestimenta em frente ao espelho para deixar a imagem menos parecida com o gênero feminino, porque era um menino. No último capítulo, depois de passar por um longo processo, finalmente era chamado de Ivan e podia andar livremente sem camisa na praia. 

Ana Carolina lembra que se sentia exatamente como Ivan da novela, mas, no seu caso, estava em um corpo masculino. Depois de pesquisas sobre transição, procurou a ajuda do SUS, para realizar sua jornada de maneira segura e saudável. 

“Primeiro fui encaminhada para um endocrinologista, para fazer exames e saber se meu organismo estava apto para a ingestão de hormônios. Em seguida conheci a psicóloga que me acompanha até hoje. Por fim, em 2019, fiz a cirurgia para colocação da prótese mamária, que foi para mim a maior das realizações. Estava tão feliz e completa que nem senti dor na cicatrização”.

Para Ana Carolina, nenhum momento do processo foi difícil, pois tratava-se de encontrar quem ela realmente era. Ela conta ainda que contou com o apoio da família, inclusive da filha, que a apoiou durante o processo. Viva a liberdade! 

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