Tensão em Moscou: Finlândia, país vizinho da Rússia, anuncia que quer se juntar à Otan
O presidente e a primeira-ministra da Finlândia anunciaram neste domingo (15) que o país nórdico pretende se inscrever na Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, abrindo caminho para a aliança militar ocidental de 30 membros se expandir em meio à guerra da Rússia na Ucrânia.
Sauli Niinisto e Sanna Marin fizeram o anúncio durante uma entrevista coletiva no Palácio Presidencial, em Helsinque.“Este é um dia histórico. Uma nova era começa”, disse Niinisto.
Agora, espera-se que o Parlamento finlandês aprove a decisão nos próximos dias. Porém, essa aprovação é considerada uma formalidade.
Um pedido formal de adesão também será submetido à sede da OTAN em Bruxelas, provavelmente na próxima semana.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a possível adesão da Finlândia à Otan marca uma “mudança radical na política externa do país” e alertou para contramedidas de retaliação.
O vice-presidente sênior de operações do sistema de energia da Fingrid, Reima Päivinen, disse que o fornecimento foi efetivamente cortado às 12h CET de sábado (07h pelo horário de Brasília).
Ele acrescentou que a suspensão não teve nenhum impacto no mercado e que a Finlândia “pode lidar” com o corte, já que a eletricidade russa representa uma pequena fração do consumo total do país.
“Também estamos entrando no verão e menos eletricidade será necessária”, disse Päivinien, acrescentando que está “confiante de que não haverá grandes problemas” no próximo inverno.
Na sexta-feira, Fingrid disse que a Rússia estava suspendendo as exportações de energia devido a problemas no recebimento de pagamentos, motivo não confirmado por Moscou.
Limite com a Rússia
A Finlândia compartilha uma fronteira de 830 milhas com a Rússia, e sua adesão significaria que a Rússia compartilharia uma fronteira com um país formalmente alinhado com os EUA.
“A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, para deter as ameaças à sua segurança nacional que surgem a esse respeito”, afirmou.
No final de abril, a Gazprom disse que interrompeu totalmente o fornecimento à empresa de gás polonesa PGNiG e à Bulgargaz da Bulgária depois que se recusaram a atender a uma demanda de Moscou de pagar em rublos em vez de euros ou dólares.
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