Seminário Nacional discute turismo em áreas de Mata Atlântica

Seminário Nacional discute turismo em áreas de Mata Atlântica

Nos próximos dias 7 e 8 de novembro, Praia do Forte, em Mata de São João, recebe o Seminário Nacional de Turismo e Mata Atlântica, realizado pela Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) e o Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Turismo. Durante o evento, os participantes irão discutir e formular propostas para fortalecer o turismo sustentável no bioma Mata Atlântica, o que inclui a atividade turística nos Postos Avançados da RBMA – áreas de preservação reconhecidas internacionalmente como as mais importantes do planeta como locais de excelência para pesquisa científica, experimentação e promoção da conservação e desenvolvimento sustentável regional.

Maior detentora de RMBAs do Brasil, a Bahia teve quatro novas áreas reconhecidas em março deste ano, dentre as 15 totais. Foram elas: o Parque Municipal Klaus Peters e o Projeto Tamar, em Mata de São João, o Ecoparque da Mata, em Entre Rios, e a Reserva Particular do Patrimônio (RPPN) Lontra, único Posto Avançado de RMBA pertencente a uma empresa privada, a Bracell. Localizada em Entre Rios e Itanagra, a RPPN Lontra possui 1.377 hectares de mata atlântica, abrigando centenas de espécies da fauna e flora silvestres, muitas delas raras e ameaçadas de extinção.

Postos Avançados são centros de divulgação e informação das ideias, conceitos, programas e projetos desenvolvidos pela RBMA. Para que uma área seja reconhecida como Posto Avançado da RBMA é necessário que seus responsáveis desenvolvam pelo menos duas das três funções básicas de uma reserva, que são: a proteção da biodiversidade, desenvolvimento sustentável e o conhecimento científico. Os Postos Avançados são verdadeiras ‘vitrines’ da Reserva da Biosfera e demonstram, na prática, a implantação dos princípios do Programa Homem e Biosfera (MAB) da Unesco. Daí, a importância de se discutir o turismo sustentável nestas áreas, especialmente pela oportunidade de colocar o público em contato direto com iniciativas reconhecidas de proteção ambiental, contribuindo para a conscientização dos turistas acerca da necessidade de uso consciente dos recursos naturais.

De acordo com a organização do evento, além do seminário, será lançado, na ocasião, o piloto do primeiro ‘Roteiro da Biosfera’ do Brasil que terá como atrativos focais, nesta primeira fase, os 10 Postos Avançados da RBMA já reconhecidos no Litoral norte da Bahia. Os Roteiros da Biosfera são circuitos turísticos centrados na sustentabilidade tendo por base os princípios do Programa MAB.

Para Meryellen Oliveira, coordenadora de Meio Ambiente e Certificações da Bracell BA, o evento será uma oportunidade de acompanhar e contribuir para as discussões em torno do desenvolvimento do turismo sustentável nas áreas de Mata Atlântica da região. Segundo ela, a RPPN Lontra tem um elevado potencial turístico atraindo aventureiros em busca de trilhas na floresta e também quem busca atividades mais específicas, como a observação de aves.

“As visitas à RPPN Lontra podem ser feitas mediante agendamento pelo número 0800 284 4747. Porém, até o momento, por uma questão de estrutura física para acolher visitantes, o acesso à Lontra é especialmente direcionado a pesquisadores, exatamente porque estamos fazendo todo um reconhecimento profundo da RPPN a fim de oferecermos as melhores opções de trilhas de conhecimento, promovendo a educação ambiente entre os visitantes”, explica ela.

 

De acordo com Igor Estefane Macedo, biólogo e coordenador do Programa de Monitoramento da Fauna e Flora para Conservação da Biodiversidade da Bracell, até o momento, a equipe de monitores já identificou na RPPN Lontra 181 espécies da fauna, entre mamíferos, anfíbios, repteis e aves, e ainda 113 espécies da flora silvestre. Dentre elas, estão a surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta), a maior serpente peçonhenta das Américas, podendo atingir até 4,5 metros, e também o briba de folhiço (Coleodactylus meridionalis), o menor lagarto do mundo.

A RPPN Lontra integra os 60.600 hectares de áreas destinadas pela Bracell à recuperação e preservação ambiental. A empresa destina o equivalente a cerca de 40% do total de terras da empresa no litoral norte e agreste da Bahia á preservação ambiental. “Ao todo, em nossas propriedades, já foram identificadas 606 espécies nativas, sendo 398 da fauna – 48 de anfíbios, 29 de repteis, 216 de aves e 33 de mamíferos – e 208 da flora silvestre. Com base nos dados de monitoramento dos dois últimos anos, a expectativa é a de que o ano de 2019 finalize com um número de espécies de fauna e flora identificadas 20% maior do que até 2018. “E ainda temos muito o que estudar. Para se ter uma ideia, praticamente 40% da área total da Lontra ainda não foi pesquisada, devido à dificuldade de acesso”, complementa Igor.#conexaoin99#conectadocomanoticia

 

   

 

 

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