Queda do dólar impulsiona a procura de brasileiros por imóveis nos Estados Unidos
O dólar fechou o primeiro semestre de 2023 com desvalorização de 9,27% frente ao real. Esse movimento ocorreu após um início de ano conturbado, no qual a moeda americana flutuou na casa dos R$ 5,20, com o real desvalorizado como reflexo da situação política e econômica do país – novo governo, aperto monetário, indefinição fiscal, crise de empresa locais como Light, Oi e a falência de bancos regionais americanos. Com o real encontrando um caminho mais favorável em termos de valorização – refletindo fatores como a sensação de maior estabilidade fiscal e aumento do investimento americano com a Selic nas alturas – investir na principal moeda do mundo passou a ser alvo de muitos investidores que buscam oportunidades na terra do Tio Sam ao diversificar seu patrimônio com investimentos em ativos como o Tesouro Americano (Treasuries) – considerado um dos mais seguros do mundo e que tem entregue rendimentos na casa de 5% ao ano – ou apostar no mercado imobiliário local. André Duek, empresário brasileiro que está à frente do Duek Lara Group – que tem a ONE Sotheby’s International Realty como parceira exclusiva – afirma que, após os efeitos da pandemia, o mercado de real estate está operando com preços mais estáveis, oferecendo oportunidades interessantes que não existiam há dois anos. “Nós estamos aproveitando a queda do dólar e a demanda represada por imóveis de luxo em Miami para buscar as melhores oportunidades para os clientes que nos procuram”. De acordo com dados da pesquisa Global Luxury Markets Insight, a venda de casas de luxo na região aumentou 20% no ano passado. Preços e oportunidades De acordo com o relatório Trends by ONE Sotheby’s International Realty, em algumas regiões do sul da Flórida, como Broward County, onde fica a famosa cidade de Fort Lauderdale, apartamentos de alto padrão estão sendo vendidos com um preço 22% menor do que 2022, enquanto casas de luxo têm sido arrematadas por um valor 11% inferior. “Em Palm Beach, as vendas de casas cujo valor ultrapassa os US$ 5 milhões saltou mais de 80% em relação ao volume do ano passado”, relata André. Desde sua criação, em 2012, o Duek Lara Group já acumula mais de US$ 500 milhões em vendas de unidades cujo preço médio varia em torno de US$ 1,5 milhão – foi o primeiro time de brokers brasileiros da região da Flórida a contabilizar mais de US$ 100 milhões em vendas anuais. Vivenciou tempos de bonança como o período entre 2014 e 2015, por exemplo, quando o dólar estava baixo e a economia brasileira caminhando a pleno vapor, o que movimentou fortes investimentos de brasileiros em imóveis nos Estados Unidos. Investidores dos quatro cantos do mundo Além dos brasileiros que estão em busca de imóveis para comprar e extrair rendimentos deles com a locação nas férias, feriados ou em períodos mais curtos – além de desfrutá-los em seus próprios dias de descanso – André aponta que nos últimos tempos está ocorrendo uma mudança no perfil de compradores. Condutas monetárias O que vai acontecer com o dólar daqui em diante vai depender dos próximos movimentos monetários, tanto do Brasil, com o Copom ao definir se haverá queda na taxa Selic, e nos Estados Unidos, com o Federal Reserve, banco central americano, sobre a continuidade ou interrupção do ciclo de alta dos Fed Funds, hoje na faixa entre 5,00% e 5,25%. O mercado de real estate agradecerá se a moeda mais forte do mundo se mantiver em patamares reduzidos. |
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