Quase 50% dos tripulantes de cabine contratados pela LATAM Brasil em 2024 são negros
Alif faz parte dos quase 50% de tripulantes de cabine negros contratados pela LATAM Brasil neste ano. Crédito: Arquivo pessoal
Comprometida em construir uma aviação cada vez mais profissional e diversa, a LATAM encerra os seis primeiros meses do ano com 438 novos comissários de voo contratados no Brasil. Com um processo seletivo inovador e que busca ampliar oportunidades para pessoas de todo o País, a companhia registrou no quadro de contratações de tripulantes deste período mais de 46% de representatividade negra, 32% de residentes fora da região Sudeste do Brasil e 1% de pessoas transgêneras.
Além da diversidade, a LATAM também tem valorizado seus talentos internos interessados na carreira de comissário. Do total de novos contratados, mais de 40% são resultado de promoções internas de funcionários da própria companhia.
“Estamos muito contentes com todas essas contratações e o que elas significam para a LATAM. Aos poucos, estamos rompendo com os estereótipos que a profissão de comissário carregou por muito tempo”, afirma Diogo Carvalho, gerente de Tripulação de Cabine na LATAM Brasil. “O nosso foco é estabelecer uma aviação cada vez mais orientada pelo profissionalismo, segurança e diversidade”, finaliza o executivo.
Agora, a LATAM conta com um total de 4.789 tripulantes de cabine em sua operação brasileira e prevê contratar outros 270 profissionais entre julho e dezembro, finalizando 2024 com mais de 700 novos comissários.
REPRESENTATIVIDADE INSPIRAM SONHOS
Alif faz parte dos quase 50% de tripulantes de cabine negros contratados pela LATAM Brasil neste ano. Natural de Porto Velho, Rondônia, tem 29 anos de idade e vive há 11 anos em São Paulo.
Nos anos 80, seu pai foi mecânico de duas grandes companhias aéreas que não estão mais no mercado e sempre contou suas experiências ao filho com muito brilho nos olhos, o que incentivou Alif a querer ingressar no mundo da aviação.
Quando adolescente, teve a oportunidade de voar de LATAM como passageiro para São Paulo e em seu voo tinham duas comissárias negras. “Naquele momento, eu tive a oportunidade de contemplá-las nesta profissão e eu me enxerguei. Acreditei que um dia poderia ocupar aquele espaço”, afirma Alif. Foi ali que decidiu que queria se tornar comissário de voo.
Em 2013, mudou-se para São Paulo e iniciou o seu curso de Aviação Civil. Realizou o processo seletivo na LATAM e em outra companhia aérea para alcançar o seu sonho de trabalhar na aviação e, apesar de ter recebido antes a aprovação na outra empresa, decidiu esperar, especialmente por conta daquela lembrança em sua adolescência ao ver mulheres negras ocupando espaço nos voos. Logo depois, Alif recebeu a sua aprovação na LATAM e trabalhou durante três anos e meio em função administrativa, como auxiliar de tripulação. Neste período, realizou o curso de comissário de voo, fez o processo de migração interna e tornou-se tripulante em 2018.
Em 2020, por conta da pandemia, Alif saiu da companhia, mas durante todo o tempo em que esteve fora, pensava em seu retorno. Foi em 2022 que teve a oportunidade de voltar como auxiliar de escala e, agora em 2024, foi selecionado novamente para fazer parte do quadro de comissários de voo da LATAM. “Hoje, por conta da sociedade em que vivemos, carregamos determinados medos e pensamos que alguns ambientes não são pra gente, mas desde a primeira vez em que vesti o meu uniforme, foi como se estivesse em um escudo, no qual me sinto forte, bonito e sei que serei respeitado”, declara Alif. “Aqui na companhia, me sinto representado na gestão, em outros setores da empresa e em outros colegas. E também quero ser exemplo para outras pessoas que sonham em estar nesta mesma profissão. Quero que enxerguem em mim uma inspiração para que alcancem o seu lugar”, finaliza o tripulante.
DA INSTRUÇÃO PARA O VOO
Ronaldo Stracieri está há 17 anos na LATAM e iniciou a sua carreira como bombeiro civil. Em 2011, passou a ser instrutor, lecionando aulas de primeiros socorros, brigada de incêndio, saúde e segurança, segurança na operação de empilhadeiras e trabalho em altura e espaço confinado. A partir da convivência diária com tripulantes de cabine e por incentivo de amigos, em 2022 começou o curso de comissário para também fazer parte do grupo de voo, considerando essa uma transição natural em sua carreira.
Aos 43 anos de idade, Ronaldo realizou neste ano o processo seletivo de migração interna, foi aprovado e hoje faz parte dos mais de 430 comissários contratados pela LATAM no primeiro semestre de 2024. “Admiro profundamente a profissão de comissário de voo e me identifico plenamente com seus desafios e recompensas. Sinto que esta mudança é não apenas uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, mas também uma maneira significativa de sair da zona de conforto e expandir horizontes”, destaca o tripulante. “Estou entusiasmado para contribuir com meu melhor em segurança, serviço aos nossos passageiros e representar os valores excepcionais da LATAM”, finaliza Ronaldo.
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MAIS DE 230 HORAS DE TREINAMENTO PARA CADA TRIPULANTE
A LATAM oferece um treinamento completo para todos os seus tripulantes de cabine que atuam em voos domésticos no Brasil e internacionais de curta e longa distância. O treinamento inicial, ou seja, para recém contratados, tem uma carga aproximada de 234 horas e as atividades são aplicadas e conduzidas especialmente de acordo com o modelo da aeronave que o tripulante irá voar e suas configurações.
Os treinamentos são tanto online quanto práticos, e englobam simulação de atividades como pouso na água ou em floresta/mata; operação de portas e saídas de emergência da aeronave; manuseio das galleys (cozinha do avião); evacuações de emergência; primeiros socorros; atividades com fumaça e técnicas de resgates de passageiros nessas situações; além de aulas de serviço de bordo e atendimento.
PROCESSO SELETIVO MAIS INCLUSIVO
Uma das mudanças implementadas pela LATAM para garantir processos seletivos mais diversos e inclusivos diz respeito à exigência do idioma (inglês ou espanhol), que deixou de ser obrigatória e passou a ser desejável para o cargo de comissário(a) de voo. A companhia continuou a aplicar o teste de idiomas para mapeamento, mas os critérios para a escolha dos candidatos são agora totalmente baseados em outras capacidades técnicas para exercício da função e em suas competências comportamentais. Outra iniciativa é a realização do processo seletivo 90% de forma online, com apenas exames e entrevista final ocorrendo presencialmente próximos ao candidato. Isso contribui para que pessoas de todos os estados possam se candidatar e participar das etapas sem a necessidade de deslocamento até São Paulo, como era feito anteriormente.
Os requisitos mínimos exigidos para ser tripulante de cabine da LATAM Brasil, vale lembrar, são: ter 18 anos e ensino médio completos, desejável formação no curso de comissário de voo com aprovação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), com CCT (Certificado de Conhecimento Teórico) – que é o código ANAC – e CMA (Certificado Médico Aeronáutico) válidos.
LATAM AVANÇA EM DIVERSIDADE E INCLUSÃO
Para se tornar mais diversa e inclusiva, a LATAM vem trabalhando em diversas frentes, como na capacitação para sensibilização de todos os colaboradores sobre o tema diversidade, implantação de processos seletivos inovadores e, finalmente, na definição de seus compromissos de Diversidade e Inclusão. São eles: garantir a equidade de oportunidades e mais equilíbrio na representatividade de mulheres; ter representatividade de pessoas com deficiência; ampliar a heterogeneidade em áreas profissionais para aumentar o multiculturalismo e criar mais espaços para maior diversidade social, étnica, raça/cor, educacional, etária, de gênero, etc; e desenvolver uma cultura mais global e fortalecida pelas diferenças entre os colaboradores e colaboradoras do grupo LATAM.
A LATAM realizou mais de 3 mil contratações no Brasil em 2023, em áreas como Aeroportos, Cargas, Manutenção, Tripulação, entre outras. A companhia avançou em diversidade para melhor representar a sociedade brasileira em seu quadro, ampliando significativamente a contratação de pessoas plurais, com foco em mulheres, pessoas negras, LGBTQIAPN+ e Pessoas com Deficiência (PcD). Dentre os funcionários que foram contratados na LATAM nos últimos 2 anos, a companhia alcançou um nível de representatividade de pessoas LGBTQIAPN+ que reflete as porcentagens presentes na sociedade, a exemplo o quadro de pessoas transgêneros, próximo de 2% desse volume.
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