Portugueses lamentam morte da poetisa Adília Lopes, aos 64 anos
A poeta portuguesa Adília Lopes morreu, aos 64 anos, no fim da tarde de segunda-feira, 30. Reconhecida por uma obra literária marcada por uma melancolia cômica, a autora estava internada no Hospital de São José, em Lisboa. Desde o início de sua carreira, em 1984, a escritora publicou 36 livros — o mais recente, “Dobra”, lançado este ano, reúne alguns de seus trabalhos já conhecidos em uma edição que inclui ainda poemas inéditos.
Filha de uma bióloga e de um professor, Adília Lopes nasceu na capital portuguesa em 1960 e era o pseudônimo de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira. A poeta foi revelada em 1984 na primeira edição do Anuário de Poetas Não Publicados, da editora Assírio & Alvim, que continua a publicar suas obras mais recentes. Ela iniciou seu trabalho com a poesia logo após ingressar no curso de Física na Universidade de Lisboa, mas acabou escolhendo seguir apenas com a literatura pouco antes de concluir os estudos.
Depois, ela ingressou na licenciatura de Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com especialização em Ciências Documentais. Neste período, publicou o seu primeiro livro de poesia, “Um jogo bastante perigoso”.
Neste ano, 2024, Adília Lopes havia comemorado os 40 anos de sua carreira literária com uma obra marcada por títulos como “O poeta de Pondichéry”, “Manhã”, “Irmã Batata”, “Bandolim”, “Estar em casa”, “Dias e dias” e “Choupos”.
Ao lamentar a morte da poeta, a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, afirmou que ela se tornou “uma das mais originais e inconfundíveis vozes da poesia portuguesa”. “A partir da dimensão afetiva que atravessa os seus versos, soube inovar através de uma exploração linguística profundamente original, sendo, por isso, reconhecida e acarinhada pelos seus leitores”, disse.
O escritor Walter Hugo Mãe prestou homenagem a poetisa em suas redes sociais: “querida Adília que triste saber que não virás mais as ruas, não riras de tudo, como fazias. obrigado por tua poesia, tua ingenuidade, tua fé. és sempre linda. mesmo quando estavas deixava saudades. agira que não estás deixas saudades. beijo enorme”
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