Pernambuco, Bahia e DF lideram o ranking de pontos de reciclagem de pilhas e eletroeletrônicos

Pernambuco, Bahia e DF lideram o ranking de pontos de reciclagem de pilhas e eletroeletrônicos

A cena é recorrente no cotidiano do brasileiro: a pilha acaba, é hora de trocar, mas o que fazer com a usada? Não é um material que se joga no lixo comum, pois ele é um resíduo considerado perigoso. Se descartados de forma incorreta, podem causar danos ao meio ambiente e à saúde. O mesmo acontece com os eletrônicos quando ficam obsoletos: qual destino dar para esses produtos? E o que acontece quando eles são descartados?

Em uma situação como essa, o ideal é procurar um dos pontos de coleta de reciclagem. São 9,3 mil Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) espalhados pelo país, sendo que a maior concentração desses pontos se encontra nos estados de Pernambuco, com mais de 300 pontos de pilhas e 61 de eletroeletrônicos, da Bahia, com 236 PEVs de pilhas e 32 de eletroeletrônicos, e do Distrito Federal, com 210 PEVs de pilhas e 61 de eletroeletrônicos. A obrigatoriedade de instalação desses pontos foi instituída em 2010, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).

A legislação estabelece a obrigatoriedade de o setor implementar um sistema de logística independente do sistema de limpeza urbano, capaz de realizar “o retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, e de manejo dos resíduos sólidos, pelos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes”.

Para se alinhar às exigências, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) criou a Green Eletron, que representa 84 empresas do setor.

Veja os dados de PEVs dos 5 principais Estados:

Estado PEVs Pilhas Estado PEVs Eletroeletrônicos
PE 314 PE 61
BA 236 DF 61
DF 210 BA 32
GO 174 ES 23
CE 157 AM 23

 

Mas afinal, o que acontece com o material descartado?

De um único aparelho eletroeletrônico é possível retirar plástico, vidro, cobre, metais preciosos como ouro e prata, papel e muitos outros que voltam para a cadeia produtiva para a fabricação de novos produtos.

O material recolhido é destinado a uma das oito recicladoras de lixo eletrônico da Green Eletron, com uma em cada região brasileira e algumas concentradas no Sudeste. Todos os itens descartados nos coletores da gestora são transportados para esses locais.

Após a separação, triagem e trituração dos materiais, é a hora de levar para as indústrias que vão fabricar novos produtos, que variam desde novos eletroeletrônicos até assoalhos e cimento.

E se não for descartado corretamente?

O gerente-executivo da Green Eletron, Ademir Brescansin, explica que o descarte incorreto desse material pode causar contaminação do solo e da água, além de ser um desperdício de matéria-prima.

“Se o material for jogado no lixo comum, ele pode ir para dois caminhos: ser coletado pelo sistema e ir para um aterro, ou ser jogado no lixão e contaminar o solo e a água por causa das substâncias que contém. Além disso, há um desperdício de matéria-prima”, afirma Ademir.

A empresa também faz campanhas em escolas visando conscientizar sobre a importância de coletar e destinar corretamente esse material. “Nossa ideia é levar uma mensagem clara e incentivar, principalmente, as crianças, sobre a coleta correta”, explicou o gerente-executivo.

Só no ano passado, a Green Electron reciclou mais de cinco milhões de toneladas de eletroeletrônicos e pilhas.

Logística reversa

A Política Nacional de Resíduos Sólidos representou um passo importante no processo de promoção da economia circular no país. Gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo destaca que ter um uso mais consciente dos produtos, investir em ressignificá-los e considerar todo ciclo de vida do produto é um passo importante em tornar o mundo mais sustentável.

“Dar uma nova vida ao produto, encontrar maneiras criativas de usá-lo por mais tempo, tudo isso também faz parte. Embora não seja exatamente a economia circular, o processo envolve compartilhamento, experimentar diferentes situações para utilizar esse produto em outras situações, usar a tecnologia e a inovação para tentar descobrir nossos usos e evitar jogar esse produto no lixo”, diz Bomtempo.

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