Como a vacinação contra a gripe H1N1 pode evitar emergências pediátricas em tempos de pandemia?
A Campanha de Vacinação contra a Gripe começou dia 12, e já imunizou mais de 53 mil pessoas. A iniciativa contempla diversos grupos prioritários, incluindo crianças entre 6 meses e 6 anos. Para a pediatra Juliana Cabral de Oliveira, a vacinação contra a gripe é muito importante para, principalmente neste contexto de pandemia, reduzir os casos de gripe e diminuir as falsas suspeitas de infecção por coronavirus. “Como o aparecimento de qualquer sintoma gripal já levanta a suspeita de covid-19, a vacina contra H1N1 é fundamental, não apenas para reduzir a incidência da gripe e suas complicações, mas também para reduzir os sintomas que podem ser confundidos com os da COVID-19”, explica.
Na tarefa de resguardar os pequenos de doenças que possam impactar seu sistema imunológico, muitos pais e responsáveis têm dúvidas sobre como agir da melhor forma. Pensando nisso, a médica Juliana Cabral de Oliveira esclarece as principais questões que podem surgir nessa hora:
Levar a criança ao hospital é sempre a melhor opção?
Segundo a pediatra, nem sempre levar ao hospital deve ser a primeira providência a tomar. “Muitos pais, pela preocupação, insegurança ou ansiedade, levam os filhos imediatamente para uma unidade de emergência, mas, antes disso, é importante procurar o pediatra da família, que conhece o histórico da criança e já acompanha seu desenvolvimento há mais tempo. Muitas vezes, a situação pode ser resolvida com consulta domiciliar ou agendamento em consultório”, destaca. “Além disso, o pronto-socorro é um local onde há grande exposição à contaminação por várias doenças, para além da covid-19”.
Quando é necessário levar a criança ao hospital?
Os principais motivos para levar as crianças para o atendimento hospitalar são: febre que não cessa por mais de 48 horas, diarreia que evolui para vômitos, dificuldade para respirar e problemas associados à febre e tosse. “Também é importante ter atenção redobrada com sintomas alérgicos, coceira, além de acidentes domésticos, cortes ou queda que evoluem para sonolência, dor de cabeça forte e intoxicação, que devem ser direcionados ao atendimento de emergência”, alerta.
Quais os cuidados necessários?
Caso seja necessário levar a criança ao hospital, uma série de cuidados devem ser adotados. “Durante o percurso, dentro do carro, é preciso que haja sempre alguém ao lado da criança para ficar vigilante e conversar com ela mantendo o grau de consciência. Além disso, também é necessário manter a cabeça elevada para evitar que, em caso de vômito, ela sufoque. Também é importante ter atenção com a velocidade do veículo, para evitar freadas bruscas. Em casos de traumas, o mais indicado é solicitar uma ambulância”, explica a médica Juliana. Além disso, é importante manter sempre a utilização de máscaras, levar uma muda de roupa extra, lencinhos de higiene e optar por roupas confortáveis e de fácil retirada.
Como a prevenção pode evitar situações de internamento?
As medidas de isolamento social, por outro lado, têm reduzido os atendimentos de emergência e também as internações de pacientes pediátricos por doenças respiratórias, já que, por passarem mais tempo em casa, as chances de adoecerem devido ao contágio ou até mesmo de queda em brincadeiras, diminuem. Na maior parte da Europa e nos Estados Unidos, as emergências hospitalares pediátricas foram reduzidas em 70%. Para evitar a necessidade de internamentos, riscos à saúde ou situações de emergência é fundamental preservar a saúde da criança de forma integrada e seguir à risca todos os protocolos de biossegurança. “Além da vacinação, o acompanhamento pediátrico possibilita que o profissional identifique os fatores de risco para certas complicações e possa agir de forma precoce para evitar o agravamento do quadro”, afirma.
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