04jul
Há cerca de dois meses enviei uma sucinta e “misteriosa” mensagem às pessoas do meu grupo de zap: “A Lava Jato acabou.”
Ninguém entendeu direito e houve uma chuva de “por quês?”
Bem, veio a Copa do Mundo e junto com ela, do lado de cá do Atlântico, a resposta.
Enquanto Neymar cai lá, a reação consistente, política e judicial, contra o combate à corrupção sobe aqui.
Nos bastidores das batucadas, frevos, foguetório e urros de gol que tomaram conta do país e encobertos pelo verde e amarelo de camisas, bandeiras e bandeirolas, políticos de todas as cores vêm se encarregando de criar legislações contra a operação que prometia arrasar com a corrupção.
E mais: contando agora com escancarada parceria do Judiciário, que mais do que nunca dedica-se com afinco a soltar presos, arquivar processos, e desafiar abertamente o juiz Sérgio Moro, inclusive sob o aplauso das ditas esquerdas.
Friso: todas as “ideologias”, sem exceção, se uniram para defender a impunidade.
Gosto de futebol. Porém, cada vez fico mais chocado com o poder que “a pátria de chuteiras” tem de alienar completamente duas centenas de milhões de pessoas cuja maioria teria que trabalhar séculos, se emprego tiver, para juntar uma quantia equivalente, digamos, a um décimo por cento do que recebem Neymares e Tites.
Bem, amigos, é isso aí.
Quando os refletores dos estádios russos se apagarem, com taça ou sem taça, nós teremos que cair na real. A maioria dos jogadores seguirá sua vida nababesca no Primeiro Mundo e os mortais comuns minimamente assalariados deste Brasil-ziu-ziu voltarão à consciência das balas perdidas, da violência desmedida, da pobreza.
E para completar a ressaca moral, passarão a ser assediados pelos candidatos que ora ajudam a destruir a Lava Jato para que tudo fique como dantes neste empoeirado quartel de Abrantes.
Bora Brasil!
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