Novo Aeroporto de Salvador é entregue à população
Com 90% das obras concluídas em outubro deste ano, o Aeroporto de Salvador teve sua entrega oficial, na tarde desta quarta-feira, 11, com a presença de autoridades municipais, estaduais, federais e empresários. Em reforma desde janeiro do ano passado, o empreendimento foi ampliado e aumentou sua capacidade para receber 15 milhões de passageiros por ano, um incremento de 50% na capacidade anterior. O investimento no conjunto de ações é da ordem de R$ 700 milhões.
A abertura artística do evento ficou por conta de apresentação de Armandinho, das Ganhadeiras de Itapuã, Olodum e Yacoce Simões. Participaram da solenidade o prefeito de Salvador, ACM Neto; o governador do estado, Rui Costa; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; o presidente da Agência Nacional de Aviação (ANAC), José Ricardo Botelho; e Nicolas Notebaert, CEO e presidente da Vinci, empresa que administra o aeroporto.
O aeroporto passou por uma significativa renovação durante 18 meses, que incluiu a reforma da pista principal, um novo píer com seis pontes de embarque, nova infraestrutura comercial e um novo sistema de manuseio de bagagem e inspeção de segurança.
O aeroporto internacional Luís Eduardo Magalhães funcionará com base no crescimento sustentável, contando com um sistema de água de reuso, um centro de coleta seletiva de lixo, iluminação de LED e painéis fotovoltaicos.
Ao contrário do que foi anunciado, o presidente Jair Bolsonaro não compareceu ao evento por questões de saúde. Foi representado pelo ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ao lado do presidente da Vinci Airports, Nicolas Notebaert.
“O Brasil conseguiu, há cerca de 15 anos, oferecer uma forma de estabilidade no regime de concessões”, disse Notebaert à imprensa, evocando “a continuidade total da política de concessões, qualquer que seja o governo”.
Questionado sobre as próximas rodadas de leilões no Brasil até 2022, com cerca de 40 aeroportos para investimentos de até 2,2 bilhões de euros – entre eles Santos Dumont, no Rio, e Congonhas, em São Paulo -, Notebaert não descartou nada.
“Em princípio, olhamos tudo. Vamos olhar atentamente quais serão as restrições. Isso vai depender do âmbito de cada licitação”, afirmou.
Para o diretor da consultoria na área de aviação ICF, Carlos Ozores, a Vinci “entrou em um bom momento” no Brasil.
“Nas primeiras ondas de privatizações, os preços a pagar eram muito mais altos, o real estava forte. A situação hoje é mais razoável, o mercado mostra sinais positivos de crescimento”, disse ele à AFP.
“Os aeroportos operados pela Infraero estavam realmente subexplorados. Poderão promover a identidade de Salvador, vender Salvador, o que não existia antes”, completou.
Ao ser perguntado sobre os riscos sociais e políticos para o transporte aéreo em um continente bastante agitado nos dias atuais – do Chile à Bolívia, passando pela Colômbia -, Ozores lembra que “as concessões têm um prazo muito longo, 30 anos”.
“E, em 30 anos, é claro que haverá turbulências em uma região como a América Latina. O que vai acontecer nos próximos dois, ou três, anos, não conta. O Brasil é um mercado que tem muito potencial”, ressaltou.
A Vinci Airports é o segundo operador aeroportuário do mundo.
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