ConexãoIn


O mundo relembra a luta de Martin Luther King em seu 50° aniversário de morte

O dia 4 de abril marca uma passagem triste na história dos Direitos Humanos no mundo, essa data marca o 50° aniversário de sua morte de Martin Luther King. Nesse mesmo dia, em 1968, Luther King era assassinado por um segregacionista branco na sacada do Lorraine Motel (Tennessee).  Uma bala calibre 30 entrou atingiu a face do líder negro, às 06:01 da noite. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e foi declarado morte às 07:05 da noite. Tinha apenas 38 anos, mas segundo o biógrafo Taylor Branch, a autópsia mostrou que seu coração parecia o de um homem de 60 pelo efeito do estresse.

O assassinato provocou uma onde de motins raciais em 60 cidades dos Estados Unidos que provocaram numerosas mortes e obrigaram a intervenção da Guarda Nacional. Cinco dias mais tarde, o presidente Johnson decretou um dia de luto nacional (o primeiro por um afro americano) em honra de Martin Luther King.

Após o assassinato, a cidade de Memphis negociou o fim da greve de uma maneira favorável aos lixeiros.

A figura de Martin Luther King é presente na sociedade norte-americana e mundial. Sua mensagem, com a qual ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1964, continua sendo um dos escudos das pessoas que lutam contra o racismo e a discriminação social. “Se eu soubesse que o mundo acabaria amanhã, eu, ainda hoje, plantaria uma árvore”, disse King em uma ocasião.

Dois meses depois da morte de Martin Luther King, James Earl Ray, um foragido, foi capturado no aeroporto de Londres Heathrow quando tentava sair do Reino Unido com um passaporte falso canadense em nome de Ramón George Sneyd. Ray foi extraditado rapidamente a Tennessee e acusado da morte de Martin Luther King; reconheceu o assassinato em 10 de março de 1969 e se retratou três dias depois.

Martin Luther King foi sepultado nos campos do Centro King de Atlanta (Estados Unidos).

Defensor dos Direitos dos Negros

Martin Luther King é considerado o principal militante da não violência contra a discriminação racial na legislação norte-americana. Suas campanhas em prol dos Direitos Humanos dos negros o levaram a percorrer 9,3 milhões de quilômetros durante 13 anos, nas quais falou 2.500 vezes em público, foi preso pela polícia em mais de vinte ocasiões e agredido fisicamente em pelo menos outras quatro. 

Após uma campanha para reconhecer sua figura, o à época presidente Ronald Reagan assinou, 35 anos após seu assassinato, uma lei que estabelecia esse dia como feriado nacional. Alguns Estados norte-americanos começaram a chamar a data com nomes alternativos e combiná-la com outras festividades como sinal de protesto pela iniciativa. No ano 2000, o Martin Luther King Day foi comemorado oficialmente pelos 50 Estados da União dos EUA.

Como tudo começou

Em março de 1968, Martin Luther King se instalou em Memphis, Tennessee, Estados Unidos, para apoiar aos lixeiros negros locais que estavam em greve desde 12 de março com o objetivo de obter uma melhora salarial e um melhor tratamento. Na época, eram pagos 1 dólar e 70 centavos por hora, obrigados a trabalhar, mesmo em condições climáticas desfavoráveis, enquanto os trabalhadores brancos eram dispensados das atividades.

Por conta dos protestos dos negros realizados pacificamente se instalou uma onda de violência contras eles que resultou no assassinato de um jovem americano. A partir daí, uma série de crimes foram cometidos pela polícia, que reprimia os manifestantes, 

Em 03 de abril no Mason Temple, Martin Luther King fez um discurso profético “I´ve been to the Mountaintop (Eu estive no topo da Montanha)” diante de um auditório eufórico que derivou pouco tempo depois em sua trágica morte.

“Não é verdadeiramente importante o que agora ocorre… Alguns tem começado a […] falar de ameaças que se perfilam. O que poderia me acontecer por parte de um de nossos cruéis irmãos brancos? … Como todo mundo, eu gostaria de viver muito tempo. A longevidade é importante, mas isso é algo que agora não me preocupa. Eu só quero cumprir a vontade de Deus. E ele me autorizou a subir na montanha! E mirou em torno de mim e viu a terra prometida. Pode ser que eu não vá ali com vocês. Mas quero que saibam que esta noite que nós chegaremos como o povo a terra prometida. E estou feliz esta noite. Não tenho nenhum temor. Não tenho medo de nenhum homem. Meus olhos tem visto a glória da vinda do Senhor!”

 

POR: Rita Moraes
Publicado em 04/04/2018