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Nelma Kodama, que atuou como doleira na operação Lava Jato foi presa por suspeita de envolvimento em tráfico de drogas internacional

A doleira Nelma Kodama, já envolvida na Lava Jato, foi presa pela Polícia Federal na manhã desta terça, 19. Ela está hospedado em um hotel cinco estrelas de Lisboa e é suspeita de integrar uma rede internacional de tráfico, atuando como doleira.

A operação Descobrimento, deflagrada pela PF, tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atua no tráfico de cocaína. Estão sendo cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva na Bahia, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.

Em Portugal, policiais federais brasileiros acompanham a polícia local no cumprimento de três mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, nas cidades do Porto e Braga.

Nelma Kodama é conhecida pela condenação na operação Lava-Jato em 2014. Dois anos depois, em 2016, ela saiu da prisão após delação premiada e passou a utilizar tornozeleira eletrônica. Em 2018, ela foi investigada, ainda, por receptação de jóias roubadas.

As investigações que levaram à prisão desta terça-feira tiveram início em 2021, quando um jatinho executivo pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo pousou no aeroporto internacional de Salvador, Bahia. Durante inspeção, foram encontrados cerca de 595kg de cocaína escondidos na fuselagem.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa atua no Brasil e em Portugal e é composta por fornecedores de cocaína, mecânicos e auxiliares de aviação, transportadores e doleiros – responsáveis pelas movimentações financeiras do grupo.

As medidas judicias da operação foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador e pela Justiça portuguesa. A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.

Relembre o papel dela na Lava Jato 

Em agosto de 2019, a Justiça Federal autorizou que a doleira Nelma Kodama retirasse a tornozeleira eletrônica e fosse solta. A autorização se deu com base no indulto natalino editado pelo ex-presidente Michel Temer em dezembro de 2017.

Um dos episódios marcantes com a doleira aconteceu em 2015, quando cantou a música de Roberto Carlos, Amada Amante durante um depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Na ocasião, ela disse que os euros apreendidos com ela no Aeroporto de Guarulhos não estavam na calcinha.

Nelma Kodama voltou à mídia em 2018, quando se tornou algo de investigação por receptação de joias roubadas. Na época, a polícia informou que ela apareceu em uma foto nas redes sociais utilizando um conjunto de par de brincos, um anel e pingente de rubis, avaliado em R$ 150 mil.

 

POR: Rita Moraes
Publicado em 19/04/2022