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Filme “Segundo Tempo” estreia na Mostra Novos Rumos no Festival do Rio

Rodado no Brasil e na Alemanha, SEGUNDO TEMPO, novo longa de Rubens Rewald que também assina o roteiro, utiliza-se das diretrizes de um road movie, acompanhando o movimento espacial dos personagens, para contar a história de Ana e Carl e suas jornadas de autoconhecimento. O longa fará sua estreia nos cinemas durante a 21ª edição Festival do Rio, que acontece de 9 a 19 de dezembro.

Nas décadas de 1930 e 1940, milhares de alemães fugiram de seu país em decorrência da perseguição nazista durante a II Guerra Mundial e precisaram se adaptar a um novo país. Situação semelhante acontece atualmente com os novos refugiados, que fogem das guerras, da fome, da crise econômica e política, buscando melhores condições de vida. Mas, hoje, num sentindo contrário, de volta à Europa, como o segundo tempo de um jogo.

Um destes imigrantes que teve que deixar seu país de origem foi Helmut, que migrou da Alemanha para o Brasil e aqui constituiu família. Os irmãos Ana e Carl são filhos desse mundo que Helmut deixou para trás e com o qual ele não conseguiu conviver e nem explicar a seus filhos.

Carl e Ana nunca se deram bem. Ambos não tem muito dinheiro nem perspectivas profissionais. Não sabem exatamente de onde vêm ou para onde vão. Na tentativa de encontrarem seu lugar no mundo, os irmãos partem para a Alemanha em busca de suas histórias e identidades. Eles tentam, de alguma forma, descobrir uma narrativa própria para que possam lidar com esse mundo caótico, que parece cada vez mais sem sentido. E, nessa jornada, aprendem a importância e a força do afeto – talvez a única arma que possuam para continuar sobrevivendo nesse mundo violento e injusto.

Para o diretor, mesmo de maneira indireta, o longa conta um pouco de sua história, pois é descendente de imigrantes. “A família de meu pai veio da Alemanha, fugindo da II Guerra Mundial, e a família de minha mãe veio da Hungria e da Turquia, fugindo da guerra entre a Turquia e a Grécia. Todos se conheceram em São Paulo durante a década de 1950, enquanto tentavam iniciar uma nova vida em um novo país. SEGUNDO TEMPO, embora completamente ficcional, carrega uma forte abordagem que deriva de meu imaginário pessoal e familiar”, explica.

Rewald destaca que o espaço urbano é mais do que um cenário; a cidade é uma das principais personagens do filme. “Uma questão crucial é sobre as famílias na cidade, suas histórias atuais e antigas. São Paulo é povoada por inúmeros migrantes e imigrantes, sendo que a identidade da cidade se forma a partir deste caldeirão étnico e cultural. Nesse sentido, há muitas histórias ocultas sobre pessoas ou famílias que apagaram seus passados para tentar se reinventar em uma nova vida”, conclui.

SEGUNDO TEMPO é uma produção Miração Filmes & Confeitaria de Cinema, com distribuição da Pandora Filmes e traz no elenco Priscila Steinman, Kaue Telloli e os alemães Michael Hanemann, Laura Landauer e Jochen Stern.

SINOPSE
Ana e Carl são dois jovens irmãos que nunca se deram bem, mas depois de sofrerem uma grande perda familiar, partem em busca de respostas. Os dois tentam encontrar no Brasil e na Alemanha, seus próprios caminhos e identidades, atravessando a História de sua família e do século XX.

FICHA TÉCNICA
Brasil, 2019, 107min
Roteiro e Direção – Rubens Rewald
Produção Executiva – Marina Puech Leão & Julia Walker
Fotografia – Humberto Bassanelli & Sergio Roizenblit
Som – Eduardo Santos Mendes
Montagem – Willem Dias
Direção de Arte – Ana Rita Bueno
Música – Claudio Faria
Produção – Miração Filmes & Confeitaria de Cinema

SOBRE A PANDORA FILMES
A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho, vencedores da Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Gustavo Steinberg, Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Roberto Moreira, Beto Brant, Fernando Meirelles, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa e Gabriela Amaral Almeida e Armando Praça.

Em 2019, a distribuidora criou o projeto Caixa de Pandora que visa programar filmes premiados, escolhidos através de uma cuidadosa curadoria para serem exibidos em salas comerciais da rede Cinépolis, em 20 cidades do Brasil.#conexaoin99#conectadocomanoticia

POR: Rita Moraes
Publicado em 13/12/2019