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Michelle estaria envolvida em esquema de “rachadinha” com Mauro Cid

 

Após a prisão do ex-Ajundante de Ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, a  Polícia Federal identificou uma suspeita de desvio de recursos e rachadinha por meio de depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid à ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro. Entre os envolvidos está também uma assessora de Michelle.

Audios da PF foram vazados para o site de noticias UOL, do grupo Folha de São Paulo.  Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio em uma operação da Polícia Federal sobre fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

Defesa

A defesa de Bolsonaro e Michelle negou as irregularidades e afirmou, em nota, que tem “absoluta convicção que todos os pagamentos referentes ao dia a dia da família eram feitos com recursos próprios.”

“Se ela (Michelle) perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então, não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente”, disse Mauro Cid, em 25 de novembro de 2020, a Giselle dos Santos Carneiro da Silva, assessora da então primeira-dama, de acordo com áudio obtido pela PF.

“É a mesma coisa do Flávio”, disse Mauro Cid a Giselle em outro trecho do áudio, reforçando a preocupação com o caso.

A PF também identificou uma empresa com contrato na Codevasf como origem de recursos transferidos a um integrante do Palácio do Planalto, que seria responsável pelo pagamento das despesas de Michelle Bolsonaro. Foram encontrados, em mensagens por WhatsApp, sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid, enviados por imagens. O dinheiro foi encaminhado às assessoras da ex-primeira-dama. Segundo a PF, os comprovantes foram localizados tanto no grupo de WhatsApp da Ajudância de Ordens da Presidência da República, quanto em trocas de mensagens.

Valores

Os repasses totalizaram R$ 8.600,00. Os depósitos eram feitos em pequenos valores, de forma fracionada, para impedir o alerta aos órgãos de controle e a identificação de irregularidades, uma prática comum nos casos de rachadinha, segundo a investigação.

Por serem pagamentos em dinheiro vivo, não há como identificar a origem dos valores. O inquérito da PF apura se os pagamentos seriam provenientes do desvio de recursos públicos do Palácio do Planalto.

Outra transferência bancária, no valor de R$ 5.000,00 foi realizada em junho de 2021 diretamente da conta de Mauro Cid para a conta de Michelle.

Devido às transações, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a quebra do sigilo bancário de Mauro Cid e outros servidores que trabalhavam na Ajudância de Ordens da Presidência. A quebra do sigilo bancário de Cid foi revelada em setembro do ano passado pelo jornal Folha de S.Paulo. A PF busca identificar outras transações suspeitas envolvendo a primeira-dama e a Ajudância de Ordens.

POR: Rita Moraes
Publicado em 15/05/2023