Neojiba completa 15 anos com festival gratuito, vidas transformadas e planos para o futuro

Neojiba completa 15 anos com festival gratuito, vidas transformadas e planos para o futuro

Há 15 anos transformando a vida de jovens baianos através da música, os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba) prepararam uma série de eventos comemorativos gratuitos, no Parque do Queimado, na Liberdade, sede da instituição em Salvador. Além das apresentações de música erudita, até domingo, 23, a história do programa é contada em uma exposição, com fotos, vídeos, instalações e experiências imersivas.
As comemorações começaram na quinta-feira, 20, e também contam com feira gastronômica e um grande palco montado para o evento. Nesta sexta, 21, a exposição estará aberta para visitação nos estúdios 1 a 6, das 14h às 20h. Já na Sala Neojiba, às 15h, haverá o Recital de Música de Câmera e, às 18h, apresentação do Coro Comunitário. A programação completa dos próximos dias pode ser conferida no site www.neojiba.org.
Com 13 núcleos em sete municípios baianos, mais de 12 mil crianças, adolescentes e jovens já escreveram parte da sua história através do Neojiba. São musicistas como Ana Júlia Couto, 20 anos, de Simões Filho. Estudante de música desde 2017, ela toca baixo acústico no Núcleo Cesa, em seu município e, este ano, fez a primeira turnê internacional. “O feito mais incrível na minha vida foi a turnê que fizemos na Europa, no último mês de setembro. As apresentações começaram no Teatro Castro Alves e seguiram pela Itália, Dinamarca, Bélgica, Holanda, França e Portugal. Foi marcante”. A jovem pretende avançar no ofício. “Quero continuar alcançando coisas que eu nunca achei possíveis na minha realidade e servir de espelho para outras pessoas que já estiveram na minha posição”.
Espaço de excelência
Idealizado pelo diretor-geral da instituição, o maestro Ricardo Castro, o Neojiba conta com um espaço de excelência para a prática e o estudo da música. “São 15 anos de vitórias, uma grande conquista para crianças e jovens baianos. Esse movimento, iniciado em 2007, tem recebido um apoio incondicional. Ultrapassamos várias barreiras, mas alcançamos conquistas inéditas, como esse excelente espaço do Parque do Queimado, no padrão dos melhores do mundo. Esperamos que esses primeiros 15 anos sejam apenas o início desse programa que ainda transformará a vida de muitas pessoas na Bahia, incentivando o Brasil e o mundo”. De acordo com o maestro, a acústica do espaço foi projetada pelo Nagata Acoustic, que assina as melhores salas de concerto do mundo, como a nova Philarmonnie, de Paris e o Disney Hall, em Los Angeles. “Isso torna o Espaço do Queimadinho o melhor para o estudo e a prática musical na Bahia e no orte Nordeste”.
O Parque é uma atração à parte. Recuperado pelo Estado da Bahia, foi a primeira central de tratamento e distribuição de água do Brasil, em 1600. A fonte, que abasteceu a Soledade e a Lapinha até o século XVIII, foi descoberta por padres jesuítas. Em 1852, o governo imperial construiu o prédio no estilo neoclássico.
Planos para o futuro
Ricardo Castro afirma que o Neojiba está retomando o crescimento, interrompido pela pandemia. “Planejamos novos núcleos territoriais para grandes territórios do estado e o desejo de ver o Neojiba presente nas escolas públicas baianas. Queremos acolher cada vez mais crianças. Também almejamos que esse programa do Estado da Bahia beneficie outros municípios brasileiros”. O programa tem 13 núcleos que atendem 2.324 integrantes diretos e 4.500 beneficiários indiretos. Foram mais de 1.700 apresentações, vistas por 856 mil pessoas. Só em 2021, aconteceram quase nove mil atendimentos psicossociais a integrantes e familiares.

Repórter: Raul Rodrigues

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