Morte do missionário e ativista Uilson de Sá: polícia afirma que o padre praticou asfixia auto erótica

Morte do missionário e ativista Uilson de Sá: polícia afirma que o padre praticou asfixia auto erótica

A polícia descartou que defensor da reserva extrativista das mangabeiras de Aracaju, Uilson de Sá, encontrado morto por familiares dia 28 em sua casa, na Zona Norte da cidade tenha sido homicídio.

Segundo as investigações, o ativista morreu em decorrência de asfixia por estrangulamento autoprovocado, de maneira acidental. A causa da morte foi identificada como insuficiência respiratória aguda secundária a um processo de asfixia mecânica por constrição cervical.

A Polícia Civil descartou a possibilidade da morte do ativista e presidente da Associação de Catadores de Mangaba, do bairro de Santa Maria, em Aracaju, de 48 anos.

O resultado das investigações foi apresentado pelo delegado Tarcísio Tenório nesta sexta-feira, 30.

A morte de Uilson provocou a manifestação de movimentos sociais e de autoridades de Sergipe, além da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB/Bahia e Sergipe).

De acordo com a polícia, coleta de depoimentos, e estudo de imagens do local e do celular da vítima excluem que outra pessoa tenha estado na cena do crime.

Segundo as investigações, o ativista morreu em decorrência de asfixia por estrangulamento autoprovocado, de maneira acidental.

Causa da morte

A causa da morte foi identificada como insuficiência respiratória aguda secundária a um processo de asfixia mecânica por constrição cervical.

“É possível que seu Uilson, em sua intimidade sexual, tenha praticado consigo mesmo essa situação de amarração. A literatura forense destaca casos de autoflagelo, lembrando que seu Uilson era uma pessoa religiosa. E também tem a possibilidade da prática de asfixia auto erótica. No ambiente foram encontrados objetos de cunho religioso e sexual”, explicou.

Ao todo, foram emitidos cinco laudos periciais: de morte violenta, perícia genética forense, toxicologia forense, computação forense e pericial cadavérico.

“Ele estava no pavimento superior da casa, cercado por grades. Ouvimos vizinhos, nenhuma movimentação suspeita confirmada coloca a possibilidade de alguém ter acessado o ambiente. As imagens foram analisadas, reavaliadas, para se confirmar alguma movimentação”, disse o delegado.

Além da Polícia Civil de Sergipe, também participaram da investigação a Polícia Federal e a Polícia Científica.

Quem era Uilson de Sá

Além de presidente da associação, Uilson de Sá da Silva era uma referência com relação a ações sociais e religiosas.

Uilson nasceu no município de Brejo Grande, região do Baixo São Francisco e era o filho mais velho de uma família de 10 irmãos. Quando adolescente se mudou para um terreno na capital sergipana com a família, onde havia muitas mangabeiras. Nessa época, foi iniciada a relação de Uilson com a fruta, que seria responsável por sua sobrevivência e razão de sua luta em defesa da preservação daquele lugar. [A mangaba é típica do cerrado e das áreas de restinga do Nordeste].

Para ajudar no sustento, a mãe e ele vendiam mangabas na região do Aeroporto.

Religioso, o sergipano resolveu se dedicar aos trabalhos sociais da igreja católica e morou por aproximadamente dois anos na Paraíba, onde estudou e se tornou missionário leigo – que são pessoas com grande engajamento em sua comunidade, que cultivam a espiritualidade e estão atentas aos problemas sociais.

Por defender a reserva, Uilson passou a sofrer ameaças de morte e, em 2018, entrou no Programa de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH) onde recebia acompanhamento individualizado por parte da polícia.

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