Morre a fadista portuguesa Mísia, aos 69 anos: ‘voz fundamental para a renovação do fado’

Morre a fadista portuguesa Mísia, aos 69 anos: ‘voz fundamental para a renovação do fado’

Morre, aos 69 anos, a fadista portuguesa Mísia

Morre, aos 69 anos, a fadista portuguesa Mísia Divulgação/Museu do Fado
 

Morreu no sábado, 27,  aos 69 anos, em Lisboa, a fadista portuguesa Mísia. Segundo o jornal português “Público”, ela estava internada há pouco mais de uma semana no Hospital de Santa Maria. Desde 2016 ela lutava contra uma doença oncológica. Em nota oficial, a ministra da cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, destacou que a cantora foi fundamental para a renovação do fado, gênero musical tradicional português.

“Com uma vasta carreira, Mísia foi uma voz fundamental na renovação do fado, sem receio de experimentar novas sonoridades e abordagens menos convencionais. Deixa-nos uma vasta lista de colaborações com músicos de todo o mundo, que demonstra a sua versatilidade e o seu talento”, diz o comunicado oficial.

Adriana Calcanhotto, Carminho, o escritor Richard Zimler e mais amigos foram às redes para lamentar a morte da cantora que já gravou com Maria Bethânia (no disco “Para Amália”), e se apresentou com a brasileira, no Brasil e em Portugal, em 1998.

Em 2014, Mísia fez em Porto Alegre o show “São 3”, em que cantava Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Cartola, com direção de Calcanhotto. Foi um desafio proposto pela amiga: o de procurar o que havia de fado nos três brasileiros, acompanhada por músicos portugueses.

Mísia — Foto: Reprodução/redes sociais
Mísia — Foto: Reprodução/redes sociais

— Inicialmente, seria só o Caymmi. “É doce morrer no mar” ficou tipo um fado de Coimbra, lindíssimo. E como era época do centenário do Lupicínio, vimos que poderíamos incluir suas canções. Mas, como eu achava que dois compositores só não poderia ser, acrescentamos ainda o Cartola. Os espetáculos foram gravados, gostaria muito de fazer um disco deles — disse Mísia, em entrevista ao GLOBO, em 2015, quando voltou ao país para uma série de (outros) shows, em celebração à Amália Rodrigues.

Ainda na mesma entrevista ela disse:

— O que mais me emociona cantar é mesmo o fado, mas sou como Fernando Pessoa, há vários em mim

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