Milionário indiano ergue mansão em arranha-céu e não pode morar nela
Mansão é uma réplica da Casa Branca e fica no alto do Kingfisher Towers de Bangalore
O milionário indiano Vijay Mallya, de 67 anos, construiu uma mansão no topo de um edifício de 120 metros de altura, na Índia, mas não poderá morar nela por estar envolvido em problemas com a Justiça após o colapso financeiro de sua empresa aérea.
Segundo informações do jornal La Nación, o empresário tem uma série de dívidas e foi para o Reino Unido em 2016 para tentar escapar das acusações de crimes financeiros. A saída do magnata é para tentar protelar um eventual julgamento.
A mansão não pode ser ocupada porque as leis indianas indicam que, em caso de condenação, os ativos relacionados às atividades ilícitas podem ser confiscados pelo governo. Apesar dos esforços das autoridades para garantir a extradição do empresário e resolver a disputa legal, o destino da mansão permanece incerto.
A mansão é uma réplica da Casa Branca, a residência do presidente dos Estados Unidos, e fica no alto do Kingfisher Towers de Bangalore. Para construir a mansão de quase 4.000 metros quadrados, foram gastos US$ 20 milhões (R$ 105 milhões, na cotação atual).
O imóvel tem amplos jardins, uma adega de vinhos, piscina infinita e um heliponto particular. Ele conta ainda com um deck de observação de 360 graus, segundo o Business Insider.
A mansão conta ainda com elevadores privativos, para que o seu morador não tenha que dividir o mesmo espaço com outras pessoas do empreendimento.
Vijay Mallya conquistou seu lugar entre os bilionários mais influentes da Índia por meio de seus negócios, que incluem a famosa cerveja Kingfisher e a Kingfisher Airlines. No entanto, sua reputação foi questionada por alegações de empréstimos não pagos e lavagem de dinheiro, o que o levou a deixar seu país natal.
O estilo de vida e a história de Vijay Mallya inspirou a Netflix a criar o documentário Bad Boys e Bilionários, em 2020, ao lado de outros dois milionários indianos que também possuem histórico de ganância, fraudes e corrupção, segundo descrição do serviço de streaming.
Quem é Vijay Mallya?
A BBC já se referiu a Vijay Mallya como “o empresário mais polêmico da Índia”. Segundo reportagem de 2018, o magnata indiano está envolvido em escândalos financeiros desde 2012.
Mallya se tornou presidente do conglomerado United Breweries Group — a principal cervejaria da Índia e de propriedade parcial da gigante global Heineken — em 1983, com apenas 28 anos. Ele herdou o cargo após a morte de seu pai, Vittal Mallya.
A cervejaria é mais conhecida pela Kingfisher, a cerveja mais popular da Índia. No entanto, ainda segundo a BBC, o negócio também se ramificou em produtos químicos, tintas e editoração — comprando o jornal The Asian Age e a revista de cinema de Bollywood Cine Blitz.
Porém, foram outros empreendimentos do empresário que geraram polêmica. A Kingfisher Airlines, lançada em 2005, cresceu e se tornou a segunda maior transportadora doméstica da Índia, mas acumulou dívidas de mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,1 bilhões) com bancos indianos — muitas das quais ainda permanecem pendentes.
A companhia aérea foi fechada em 2012, em meio a relatos e acusações de que pilotos e tripulação trabalharam sem remuneração durante 15 meses.
Além disso, Mallya também foi forçado a renunciar ao cargo de presidente da United Spirits, a maior destilaria da Índia, depois que o novo proprietário da empresa o acusou de irregularidades financeiras.
Apesar das polêmicas, Mallya ajudou a fundar uma equipe de Fórmula 1, a Force India. De acordo com a BBC, ele também comprou a franquia de críquete da Premier League indiana, Royal Challengers Bangalore, por mais de US$ 76 milhões (R$ 393 milhões).
Foi membro do Parlamento indiano
O magnata foi até membro do parlamento indiano, tendo sido eleito em 2002 e novamente em 2010. Ele renunciou em 2016, em meio às acusações de irregularidades.
Fuga da Índia em 2016.Depois de não pagar as dívidas, Mallya fugiu para o Reino Unido em 2016. Segundo a Forbes, ele ainda está morando lá, e é objeto de um esforço de extradição.
Mesmo diante de todas as acusações, o empresário tem patrimônio líquido de cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,1 bilhões), segundo o The Independent. Ele nega qualquer irregularidade e tem lutado contra a extradição nos tribunais.