Médicos podem ter sido mortos por engano, aponta uma das linhas da investigação
O crime que chocou o Brasil, ocorrido na madrugada da última quinta-feira, 5, pode ter sido cometido por engano. Um áudio interceptado pela Polícia Civil é uma das evidências que indicam que traficantes podem ser os responsáveis pela execução dos médicos Perseu Ribeiro de Almeida, Diego Ralf Bomfim e Marcos de Andrade Corsato. Eles estavam no quiosque Naná, na Barra da Tijuca, quando três homens armados com fuzis dispararam ao menos 32 tiros, matando três e ferindo Daniel Sonnewend Proença.
Confundido com miliciano
O médico baiano Perseu Ribeiro Almeida, teria sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que faz parte de uma milícia envolvida em um conflito territorial com a facção criminosa Comando Vermelho. Comparando as fotos, eles são muito parecidos.
Na gravação, divulgada pela Rede Globo, um homem diz: “Acho que é Posto 2, v…”, seguido de uma resposta que não é possível compreender.
De acordo com os investigadores, a voz no áudio pertenceria ao traficante Juan Breno Malta, conhecido como “BMW”, considerado o braço direito de Philip Motta, conhecido como “Lesk”.
Motta era um miliciano que atuava na Gardênia Azul e posteriormente se associou ao Comando Vermelho durante a disputa pela região.
O traficante teria recebido a informação de que Taillon estava no Quiosque Naná, na Barra. Ele teria, então, tentado indicar onde ficaria a Avenida Lúcio Costa, local do crime.
O quiosque em questão fica entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor, onde os médicos estavam hospedados para um congresso.
A comunicação interceptada ocorreu pouco antes do crime, o que, juntamente com outros indícios, levou a polícia a suspeitar que o alvo dos criminosos era Taillon.
Carro usado pelos atiradores
Outra evidência que aponta para a autoria dos traficantes do Comando Vermelho é o rastreamento do veículo usado na execução, um Fiat Pulse branco. Após o crime, o carro foi levado até a Cidade de Deus, uma comunidade que é reduto dos traficantes.
Vinganca pela morte do miliciano Vin Diesel
A linha é investigada como uma ação de vingança pelo assassinato do traficante Paulo Aragão Furtado, conhecido como Vin Diesel, em 16 de setembro por milicianos.
Em vez do alvo da vingança, entretanto, os criminosos acabaram assassinando os médicos por engano.
Vin Diesel morreu no interior da comunidade da Gardênia Azul. Ele era um dos aliados do grupo de Philip Motta Pereira, o Lesk.
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