Marc Jacobs volta a criar para a Michael Kors

Marc Jacobs volta a criar para a Michael Kors

O estilista Marc Jacobs retorna para a Michael Kors, depois da queda nas vendas nos últimos anos.  A empresa demitiu vários funcionários da Marc Jacobs Inc., incluindo o designer de sapatos John Targon, cujas coleções não agradou aos milhares de clientes da marca, que buscam design com preços acessíveis,  justamente a cereja do bolo no mercado de Marc Jacobs. 

Os  produtos da marca, que englobam desde roupas, bolsas, sapatos até acessórios, perfumes, relógios e óculos, são comercializados em mais de 3.700 pontos de venda de lojas de departamento e multimarcas do mundo e através de aproximadamente 500 lojas próprias, entre as quais algumas delas no formato de outlet. Boa parte de suas lojas próprias está localizada nos Estados Unidos, tendo também unidades no Canadá, Inglaterra, Alemanha, Itália, Coréia do Sul, Emirados Árabes Unidos, França, Japão, entre outros. No Brasil são 5 lojas da marca, em São Paulo, São Roque, Curitiba e Rio de Janeiro, esta última a primeira a ser inaugurada em 2013.

Fundada em 1993, a Marc Jacobs – que inclui a marca de ready-to-wear Marc by Marc Jacobs – é controlada pelo grupo francês LVMH e vive uma fase ruim, que segundo os especialista de mercado é  é em parte atribuída à ausência de Jacobs no comando dos negócios. 

O estilista Marc Jacobs apresentou seu último desfile à frente da marca de moda e acessórios Louis Vuitton nessa quarta-feira, 2 de outubro de 2017, em Paris. A confirmação foi feita em uma entrevista concedida ao jornal Women’s Wear Daily, uma espécie de bíblia do setor. Durante os 16 anos de atuação, o norte-americano foi o responsável pela transformação da empresa francesa em um gigante do luxo mundial.

Apesar de ser um dos nomes mais celebrados da moda norte-americana, Marc Jacobs parece não ter em suas lojas o mesmo sucesso delineado nas resenhas de seus desfiles — sempre um ponto alta da Semana de Moda de Nova York. Não à toa, muitas de suas flagships acabaram fechando as portas nos últimos anos— incluindo a brasileira (do shopping Iguatemi de São Paulo) que encerrou suas atividades em 2014. Agora, a frente da Michael Kors, Jacobs promete corrigir os erros e voltar a ser uma das grifes mais populares entre os fashionistas.

História da Michael Kors

A marca americana, comandada pelo estilista de mesmo nome, combina casualidade e sofisticação para compor o estilo esportivo luxuoso, mas acessível, que anda fazendo a cabeça, os pés e as mãos de milhares de americanas, celebridades e mais recentemente das brasileiras habituais à uma passadinha em Nova York ou antenadas em moda. 
 
Karl Anderson, Jr., mais conhecido como Michael Kors e filho de uma ex-modelo, nasceu no dia 9 de agosto de 1959, em Long Island, subúrbio da cidade de Nova York. O talento do estilista para atrair holofotes se manifestou logo na infância, quando o então ator mirim vivia entre constantes viagens rumo ao centro da cidade para participar de testes de comerciais. Depois, estudou design de moda na Fashion Institute of Technology, badalada e conceituada instituição nova-iorquina e, com apenas 19 anos, já criava coleções para a histórica butique Lothar’s, ponto de encontro de fashionistas na Manhattan dos anos de 1970. Não demorou muito para atrair a atenção das revistas de moda e, daí para o lançamento de sua marca própria, em 1981 e com a ajuda de seu sócio John Orchulli, foi uma consequência rápida.
 
A primeira coleção de roupas femininas MICHAEL KORS, que traduzia a mistura entre a sofisticação e a sensibilidade modernista, foi parar direto nas luxuosas araras e prateleiras das lojas de departamento mais conceituadas da cidade, como por exemplo, Bloomingdale’s, Bergdorf Goodman, Lord & Taylor, Neiman Marcus e Saks Fifth Avenue. O estilo de MK, como ele ficaria conhecido, foi influenciado, principalmente, pelo estilista Roy Halston, ícone da moda americana nos anos de 1960 e 1970, que chegou a vestir ícones como Liza Minelli e Elizabeth Taylor, além da bela Jacqueline Kennedy. Sua combinação de luxo e sofisticação com a simplicidade de uma camiseta deu novo sentido ao termo “sportswear” e era dedicada a mulheres de qualquer idade e qualquer nacionalidade, que fossem ligadas em moda, mas longe de consideradas “fashion victims” (termo criado para descrever pessoas que compram qualquer peça que apareça nas páginas de revistas especializadas, sem nenhum discernimento).
 
Seu segredo era mesclar peças simples e esportivas com detalhes luxuosos e muito brilho, especialmente combinando camisetas básicas com pérolas e saias clássicas até os joelhos, jeans com estolas de pele ou mesmo vestidos de jérsei com pesadas jaquetas de esqui. O sucesso nos primeiros anos foi enorme. Em 1983 recebeu seu primeiro prêmio por originalidade na moda americana, o DuPont American Original Award, e desde então, o “mais velho jovem estilista de Nova Iorque”, como ele mesmo costuma se intitular, já foi nomeado para um sem número de premiações de talento e reconhecimento. Já em 1984 suas coleções estrearam nas passarelas. E no final desta década, a marca expandiu sua linha de produtos com o lançamento de sua primeira coleção de calçados femininos. No início da década seguinte, como forma de conquistar outro público alvo, a marca lançou a KORS LIGHT, uma linha de roupas mais acessíveis que a original. Outro evento importante ocorrido nesta época foi a primeira campanha da marca protagonizada por Christy Turlington e fotografada por Steven Meisel. Kors foi nomeado diretor criativo da maison francesa Celine em 1997, na qual permaneceu por seis anos, e foi apontado como o principal responsável por reinventar e trazer a marca de volta aos holofotes do mundo da moda.
 
Com coleções disponíveis nas maiores lojas de departamentos nos Estados Unidos, sua primeira loja própria foi inaugurada somente em 2000, no número 974 da Madison Avenue, em pleno coração de Nova York. Nos anos seguintes, a marca ganhou mais quatro endereços exclusivos: na Rodeo Drive, reduto do luxo mais famoso em Los Angeles, na costa oeste americana; em Manhasset, próximo a Long Island; em Tóquio, no Japão; e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ainda neste período, ampliou sua linha de atuação ao lançar acessórios femininos como bolsas, sapatos e óculos de sol; as primeiras fragrâncias; uma completa linha de relógios, que se tornou um verdadeiro sucesso de vendas; além de sua coleção de roupas masculinas. A partir de 2004, o estilista criou duas novas linhas: MICHAEL Michael Kors, introduzida simultaneamente em aproximadamente 350 pontos de venda espalhados pelos Estados Unidos, que incluía também acessórios de couro e alfaiataria masculina; e a KORS, composta por versões fiéis em tecidos alternativos e, portanto, de menor valor, das peças mais luxuosas de sua própria coleção, como casacos com aplicações de pele e vestidos elaborados. E foi justamente a partir deste momento quando Kors começou a aparecer como jurado do popular programa de TV Project Runway, que a marca realmente decolou. Um ano antes, ele se associou a John Idol, antigo executivo da Ralph Lauren, para expandir a marca para as massas, criando assim um “luxo populista”.
 
Desde então, os negócios da marca MICHAEL KORS vêm se expandindo mundialmente em uma velocidade vertiginosa. O resultado: além de lançar oficialmente sua aclamada coleção de relógios no Brasil em 2008, a marca inaugurou em 2010 sua maior loja âncora em plena cidade de Paris, na chique e sofisticada Rue St. Honoré. O estilista Michael Kors, que invariavelmente veste camiseta preta com blazer da mesma cor, detém atualmente 2% das ações da empresa. O restante, que já pertenceu ao conglomerado de luxo LVMH, foi comprado em 2003 pela Sportswear Holdings, empresa comandada pelos investidores Silas Chou e Lawrence Stroll, que após a abertura de capital na Bolsa de Valores, em 2011, ganharam muitos sócios investidores. E o sucesso da marca foi tanto nos anos seguintes, que hoje em dia é difícil caminhar pelas ruas de uma grande cidade como Nova York ou andar pelo metrô sem avistar inúmeras bolsas ou os grandes e chamativos relógios da marca, que une o glamour europeu com a praticidade americana. E não por acaso, Michael Kors Michael entrou para a restrita lista dos bilionários do mundo da moda.

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