Maclaren chega ao Brasil apesar da crise
A McLaren inaugurou nesta terça-feira, 08, em São Paulo, sua primeira loja no Brasil. A montadora é classificada dentro do mercado de luxo, como a que fabrica e comercializa os itens mais exclusivos. Escolher o acabamento do carro requer cuidado e desprendimento e disponibilização financeiro, pois a dependendo da seleção, a diferença de preço do veículo pode chegar a R$ 1 milhão. “O acabamento em fibra de vidro acrescenta £ 200 mil ao preço (ou quase R$ 1 milhão)”, exemplifica Bruno Senna, sobrinho de Ayrton Senna e embaixador da McLaren.
Os modelos disponíveis na loja começam com o valor de R$ 1,9 milhão. O maior preço, de R$ 8 milhões, é o modelo do McLaren Senna, batizado em homenagem ao piloto brasileiro, Ayrton Senna.
Segundo o diretor Henry Visconde, da Eurobike, representante oficial da marca no Brasil, o superesportivo tem edição limitada a 500 unidades em todo o mundo. Para o Brasil, estão disponíveis apenas duas unidades, com entrega previstas somente para o ano que vem. No entanto, ambas foram vendidas antes mesmo da inauguração da loja da marca.
Segundo Visconde, a McLaren é uma das poucas montadoras importantes de superesportivos que não estavam no Brasil. O País já tem revendas oficiais de Ferrari, Maserati e Lamborghini (todas são representadas pelo grupo Via Italia).
O crescimento dos modelos de luxo, segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), se equipara ao do mercado total de automóveis e comerciais leves, com alta de 20,4%, somando 738,5 mil unidades.
Embora com a economia brasileira crescendo pouco, o executivo da McLaren diz que a negociação com a marca se estendeu por vários anos – e os investidores locais não queriam perder a oportunidade de oferecer o produto, que antes chegava só por importações independentes. “Sabemos que o momento não é bom, por causa da queda do mercado e a alta do câmbio”, explica Visconde.
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Nos primeiros anos da crise, em 2013, 2014 e 2015, as vendas totais de automóveis e comerciais leves caíram 0,9%, 7,1% e 26,6%, respectivamente, enquanto as de modelos premium cresceram 38,4%, 18,2% e 16,4%. Foi nesse período que Audi, BMW, Mercedes-Benz e Land Rover abriram fábricas no País.
Análise
Para a economista Cristina Helena Pinto de Mello, pró-reitora de Pesquisa da ESPM, enquanto grupos estabelecidos da classe alta continuaram a trocar seus carros de luxo anualmente, a classe emergente, que não tem renda estável, manteve o carro antigo na crise. “Esse grupo caracteriza a lentidão desse segmento.”
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