Luto no teatro baiano. Morre atriz e referência na dicção Lia Mara
Morreu no domingo, 21, a atriz e ex-professora da Escola de Teatro da UFBa, Lia Mara. Ela era uma das referencias na fonoaudióloga das mais competentes e requisitadas de Salvador, além de fundadora da Casa da Fala. Por lá passaram artistas e políticos conhecidos. Ela deixa cinco sobrinhos – Carlos, Beto, Milton, Rejane e Regina.
Lia Mara, cujo nome de origem é Elieth Leal d’Araújo, considerada uma das Damas do Teatro e “Senhora da Voz”, deixa uma lacuna
e uma legião de amigos, admiradores e ex-alunos .
Carreira
Formada em direção teatral, Lia Mara trabalhou com outros grandes diretores, sobretudo os que atuaram na capital baiana nas décadas de 1950 e 1960, dentro do circuito universitário de vanguarda da época do reitor Edgard Santos. A lista inclui nomes como o maestro alemão Hans Koellreuter, o diretor americano Charles McGaw e o encenador pernambucano Martim Gonçalves, fundador da Escola de Teatro da então Universidade da Bahia.
Em 2019, Lia recebeu homenagem dos alunos de Pós-Graduação da Escola de Teatro da Ufba e foi aplaudida de pé. Na época, Marcos Uzel do PPGAC/UFBA publicou artigo no jornal Correio da Bahia falando sobre a profissional. Ele escreveu:
“A arte é uma saída para o abismo”, emocionou-se a dama ao ser homenageada por docentes e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA na tarde do lançamento das novas edições da revista Repertório. A publicação eletrônica do PPGAC traz Lia como destaque nas páginas virtuais de seu 30º número. Diante do público que foi saudá-la no Teatro Martim Gonçalves, a homenageada deu lições de amor ao ofício. Mesmo andando com dificuldades, ela manteve a leveza ao nos ensinar que “para levar o teatro a sério, é preciso brincar”.
A brincadeira lhe rendeu uma carreira de respeito, no palco e na sala de aula como educadora da voz. Durante a homenagem, o diretor Luiz Marfuz ficou impressionado ao constatar que o tempo não ofuscou a qualidade vocal da veterana. É mesmo impressionante. Lia Mara ainda mantém pleno domínio do seu principal instrumento de trabalho. Pode fazer “voz de veludo” ou “voz de arame farpado” com a mesma limpidez. Com Lia, seguimos aprendemos sobre o valor da fala com emoção, do som com afeto e, principalmente, da arte com paixão.
Vale recordar a sua brilhante atuação na personagem Bernarda Alba, na peça “A Casa de Bernarda Alba”, de Federico Garcia Lorca, nos anos 70, encenada na Escola de Teatro, atuação ainda viva na memória dos baianos”.
Seu corpo será sepultado amanhã, segunda-feira, dia 22, às 15h, no Cemitério do Campo Santo.
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