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Não foi só a Seleção “Brasileira” Que perdeu a Copa do Mundo. Artigo do jornalista Alex Ferraz.

 
O futebol, como esporte representativo de uma nação, de talentos cultivados a partir de uma base unida como um só organismo, por assim dizer, sofreu uma derrota fatal, depois de ter piorado a cada campeonato mundial.
Explico: antes de virar um esquema bilionário e vitrine para grandes empresas, cabia aos técnicos escolher talentos nacionais, bastante jovens (lembrem Pelé com 17 anos), e, mediante longa temporada de treinos, criar o chamado conjunto.
 
Não havia problema nisso porque a maioria absoluta dos atletas vivia, no nosso caso, no Brasil.
Geralmente ganhavam pouco e usavam a camisa pelo nome do país, pela vibração apaixonada de uma torcida que sabia estar aplaudindo um “produto” nacional legítimo.
 
Hoje, nada disso acontece.
A começar pelo técnico, que, além do salário literalmente milionário, age com pompa e circunstância para anunciar um time que vive no exterior (basicamente Europa), tendo como pano de fundo, na TV e fotos em geral, um painel cheio de marcas dos mais diversos produtos, espaços que devem custar um fortuna.
 
Hoje, aqui e lá fora, a ditas estrelas milionárias do futebol se afogam em patrocínios vitalícios, mansões, iates, marinhos, e celebridades na cama.
São tudo e, de quebra, jogadores.
Trocam de time como se troca de camisa (sem trocadilho).
 
As gigantescas fortunas e compromissos publicitários que envolvem o futebol hoje geram, claro, grossa corrupção e negociatas por baixo do pano para beneficiar imagens de jogadores que na maioria não passam de painéis vivos de publicidade.
 
De forma mais explícita no caso brasileiro, na hora H o técnico reúne um time montado por jogadores de salto alto, que vivem na Europa faturando fortunas, amarrados a multinacionais.
E no frigir dos ovos, joga mesmo quem os anunciantes querem. Eles é que são donos do jogador.
 
Paixão pela camisa, patriotismo, formação de base, conjunto? Para quê?
A preocupação é com a “imagem”.  A preocupação é não se machucar porque há contratos bilionários com clubes e empresas a cumprir.
 
Na minha modesta opinião de leigo no assunto, o “futebol” de uma seleção voltará a ser FUTEBOL quando retornarmos à modéstia, ao cultivo de jogadores novos, todos escolhidos no país e sem compromissos outros que não seja o de jogar bem e com coragem.
 
O resto é circo para fabricar dólares e euros.
POR: Rita Moraes
Publicado em 12/07/2018