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Morre Luiza Câmera, referência nacional na luta pelos direitos das pessoas com deficiência

Faleceu na tarde de ontem, 19, Luiza Câmera, aos 76 anos, de pneumonia, após se recuperar do Covid-19. Ela estava internada desde o dia 11 de agosto no Hospital da Bahia. Luiza era reconhecida pela sua atuação a frente dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil, a frente da ABADEF (Associação Bahiana de Deficientes Físicos),  que fundou em meados de 1980.

Atuante, Luiza Câmera recebeu a Comenda Dorina Nowill, concedida pelo Senado Federal, por se destacar na luta pelos direitos da pessoa com deficiência. Sempre alegre e determinada, Luiza Câmara inovou no carnaval da Bahia, quando lançou o Bloco Me Deixe à Vontade, possibilitando há 24 anos, que pessoas com deficiência física participem da folia momesca, com  alegria e segurança. O projeto é uma mensagem de respeito e inclusão nas ruas durante o Carnaval de Salvador. 

O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Alexandre Carvalho Baroni, destacou que Luiza é um grande símbolo no ativismo nacional. “Mulher, mãe, avó mas sobretudo uma cidadã que hoje nos deixa e segue para um novo plano. Estou certo que o Brasil e a Bahia perdem um grande símbolo de garra e luta e de muita, muita alegria e superação. Siga em paz, Luiza, e saiba que seu grito de “NENHUM DIREITO A MENOS” será sempre o nosso grito! Gratidão!”, escreveu Baroni.

A Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) divulgou nota de pesar. O Governador Rui Costa, também se pronunciou: ” Recebi há pouco, com muita tristeza, a notícia da morte de Luiza Câmera, uma guerreira incansável pelos direitos das pessoas com deficiência. Referência na Bahia e no Brasil, ela deixa um legado de muito trabalho por inclusão e respeito. Meus sentimentos aos familiares. Nas redes sociais, muitos demonstraram tristeza pela morte de Câmera. 

Biografia

Nascida em Itabuna, no interior da Bahia, Luiza se mudou para Salvador junto com a mãe ainda na infância por conta dos estudos. Quando jovem foi diagnosticada, com a doença de Still – autoimune, que gera inflamações no corpo, desgastes progressivos nas articulações – e perdeu o movimento nas pernas. Se formou em biblioteconomia pena Universidade Federal da Bahia. Desde a descoberta da doença, não se abateu e se tornou ainda mais aguerrida e de maneira incansável se tornou referência nacional na luta pelos  diretos das Pessoas Com Deficiência. A partir do seu exemplo várias Associações foram fundadas   

Luiza deixa duas filhas, Bárbara e Betania e quatro netos. 

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POR: Rita Moraes
Publicado em 20/08/2020