Cientista brasileira é premiada em Paris pelo programa Para Mulheres na Ciência promovido pelo Grupo L’Oréal

Cientista brasileira é premiada em Paris pelo programa Para Mulheres na Ciência promovido pelo Grupo L’Oréal

 

 

 

A cientista brasileira, Alicia Juliana Kowaltowski, será homenageada em Paris, no dia 28 de maio, pelo Prêmio Internacional L’Oréal–UNESCO Para Mulheres na Ciência 2024, promovido pela Fundação L’Oréal, do Grupo L’Oréal, em parceria com a UNESCO. Ela é uma das cinco vencedoras que foram reconhecidas por seus projetos pioneiros nas áreas das ciências da vida e do ambiente. A pesquisa da professora de Bioquímica na Universidade de São Paulo (USP) tem uma importante contribuição para enfrentar os desafios globais de saúde pública, como doenças crônicas como obesidade, diabetes e infarto.
Em sua 26ª edição global, o prêmio busca promover o equilíbrio de gênero e incentivar a participação de mais mulheres na ciência. No total, cada vencedora vai receber um valor de € 100 mil para investir em seus projetos, além de bolsas de estudos voltadas para o doutorado e pós-doutorado. Desde a sua criação, o programa L’Oréal–UNESCO Para Mulheres na Ciência homenageou mais de 4400 mulheres pela excelência da sua investigação, incluindo 132 laureadas com prêmios internacionais e mais de 4000 jovens pesquisadoras.
Hoje, no Brasil, a participação de mulheres na ciência como autoras de publicações científicas cresceu 29% nos últimos 20 anos no país, deixando o Brasil na 3ª posição em uma lista com 18 países e a UE (União Europeia). Apesar disso, apenas 1,2% do PIB nacional é dedicado para pesquisa e desenvolvimento, segundo o Banco Mundial e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O que por vezes dificulta a vida de muitos jovens cientistas que têm o sonho de viver na área.
Projeto vencedor
O objetivo geral do projeto é analisar o papel de alterações de transporte de íons, metabolismo energético e oxidantes mitocondriais nestas condições fisiopatológicas. Como consequência do melhor entendimento do papel mitocondrial nestes processos, a cientista espera que seja possível propor intervenções dirigidas para controlar esses efeitos mitocondriais e celulares indesejados em processos patológicos de grande importância na saúde humana.
A cientista Alicia Kowaltowski, graduada em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 1997, obteve seu doutorado em Ciências Médicas pela mesma instituição em 1999 e foi selecionada pelo programa por sua pesquisa inovadora sobre o metabolismo energético, as complexas reações bioquímicas que permitem aos seres humanos obter energia dos alimentos para viver e funcionar. Sua investigação contribui significativamente para a compreensão de possíveis doenças como envelhecimento, obesidade, diabetes e infarto.

 

Paixão pela ciência
Desde muito cedo Alicia pensou em si mesma como cientista. Seus pais, ambos acadêmicos, apoiaram seus interesses, e ela particularmente gostava de aulas sobre o corpo humano e interações entre hormônios e órgãos, optando por se especializar em bioquímica na escola secundária. Como estudante de medicina, ela foi convidada por seu mentor para explorar mitocôndrias e metabolismo e se apaixonou. “O metabolismo é fascinante porque está no cerne da vida – todas as definições técnicas da vida devem incluir o metabolismo e o fluxo de moléculas sendo transformadas dentro de nós”, comenta Alicia.
Hoje, a professora incentiva estudantes brasileiros a realizarem bolsas, apoiadas pela agência paulista de fomento Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a fim de estimular suas pesquisas, ampliar seus horizontes e entregar resultados pioneiros. De acordo com Alicia, isso também torna o mundo um pouco menos desigual, pois todos acabam aprendendo que são mais parecidos do que diferentes. “Meu conselho aos cientistas em ascensão é para serem curiosos, fazerem boas perguntas, estarem abertos a resultados inesperados, encontrarem supervisores de apoio e nunca desistirem”, afirma.
Mulheres e o ambiente científico
Como mulher na ciência no Brasil, Alicia faz parte de uma minoria feminina nas áreas biológicas e considera que entender as condições propícias para que as mulheres prosperem na ciência pode ajudar a melhorar as condições. Isto inclui, licença maternidade remunerada, estruturas de acolhimento de crianças a preços acessíveis e período alargados para avaliações de subvenções e projetos, permitindo oportunidades mais justas e equitativas.
Em particular, ela acredita no poder dos modelos, incluindo o potencial de prêmios de alto nível para inspirar meninas jovens e perseguir seus sonhos. Ela também é uma firme defensora da diversidade, destacando que inúmeros estudos comprovam que a diversidade oferece melhores resultados de pesquisa. “Ainda estamos aprendendo como alcançar a diversidade e a igualdade ideais”, diz ela, que acrescenta: “Me sinto profundamente honrada em ser uma das cinco laureadas. Este prêmio representa um grande incentivo para continuar minha pesquisa e contribuir para o desenvolvimento de novos conhecimentos. Acredito que a ciência tem o poder de transformar vidas e espero que minha trajetória inspire outras mulheres a seguirem seus sonhos e buscarem a excelência em suas áreas de atuação”.
Sobre o Grupo L’Oréal

O Grupo L’Oréal se dedica à beleza há 115 anos. Com seu portfólio internacional único de 37 marcas diversas e complementares, o Grupo gerou vendas no valor de 41.18 bilhões de euros em 2023 e conta com mais de 90 mil colaboradores em todo o mundo. Como líder mundial em beleza, a empresa está presente em todas as redes de distribuição: mercados, lojas de departamento, farmácias e drogarias, cabeleireiros, varejo de viagens, varejo de marca e e-commerce. Pesquisa & Inovação, e uma equipe de pesquisa dedicada de 4.000 pessoas, estão no centro da estratégia da L’Oréal, trabalhando para atender as aspirações de beleza em todo o mundo. Reforçando seu compromisso de sustentabilidade, a L’Oréal anunciou o programa L’Oréal Para o Futuro e estabeleceu metas ambiciosas de desenvolvimento sustentável em todo o Grupo para 2030, visando capacitar seu ecossistema para uma sociedade mais inclusiva e sustentável.
No Brasil, quarto maior mercado de beleza do mundo, a companhia completa 65 anos em 2024 e é uma das líderes entre as empresas de beleza, com um portfólio de 21 marcas no país, como L’Oréal Paris, Maybelline, Garnier, Niely, Colorama, Kérastase, L’Oréal Professionnel, RedKen, La Roche-Posay, Vichy, SkinCeuticals, CeraVe, Lancôme, Giorgio Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren, Cacharel, Prada, Azzaro, Mugler e Aesop.
Sobre o programa no Brasil

Há 19 edições, o Grupo L’Oréal no Brasil realiza localmente o Para Mulheres na Ciência em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a UNESCO no Brasil, premiando sete pesquisadoras com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil reais nas áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática. No País, o programa já premiou 124 mulheres cientistas, somando mais de R$6 milhões de reais. As inscrições de 2024 estão abertas até o dia 10 de junho através do site Link.

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