Lançamento da revista Perícia Federal marca avanço no fortalecimento do combate à extração e ao comércio ilegais do ouro
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Nesta terça-feira (9/4), o diretor-presidente o Serviço Geológico do Brasil (SGB), Inácio Melo, participou do lançamento da revista Perícia Federal, edição especial do Programa Ouro Alvo, um projeto estratégico da Polícia Federal e prioritário para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, para fortalecer o combate à extração e ao comércio ilegais do mineral.
Melo destacou que o evento simboliza o fortalecimento da infraestrutura técnica necessária para enfrentar os desafios da criminalidade associada à exploração ilegal de minerais, além de reforçar a parceria estratégica entre o Serviço Geológico do Brasil e a Polícia Federal.
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Para o diretor-presidente, “a parceria entre o SGB e a Polícia Federal é fundamental no combate ao garimpo ilegal, representando uma abordagem estratégica e multidisciplinar para enfrentar um problema complexo que afeta a segurança, o meio ambiente e a economia do país. Essa colaboração interinstitucional combina expertise técnica, recursos e autoridade legal de maneiras que ampliam significativamente a capacidade do governo brasileiro de identificar, monitorar e coibir a exploração ilegal de recursos minerais, especialmente o ouro”, enfatizou.
Na ocasião, ocorreu a entrega simbólica de 20 novos espectrômetros de fluorescência de raios X por dispersão de energia, equipamentos que serão destinados aos serviços de perícia. Esta ação representa um avanço significativo para as atividades do Programa Ouro Alvo, evidenciando o compromisso com a inovação e a excelência técnica no campo da criminalística.
O programa Ouro Alvo, uma iniciativa da Polícia Federal, tem como objetivo combater a extração e comércio ilegais de ouro, especialmente em áreas protegidas e territórios indígenas. O programa enfatiza a rastreabilidade do ouro, utilizando tecnologias avançadas para análise e identificação, e conta com a colaboração de várias instituições, incluindo o SGB, órgãos ambientais e agências internacionais.
2ᵒ Seminário do Programa Ouro Alvo
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O 2ᵒ Seminário do Programa Ouro Alvo acontece de 9 a 12 de abril e conta com a participação da pesquisadora do SGB Stella Bijos Guimarães, representantes das Universidades de Brasília (UnB) e São Paulo (USP), entre outros.
Durante esses dias serão debatidos temas como geoquímica do ouro, estudo de casos, campanhas de amostragem, além de instruções de uso do equipamento.
Bijos enfatizou a relevância do seminário ao destacar sua importância como um fórum para compreender a construção e evolução do conhecimento nas áreas periciais e de pesquisa. “Este é o momento em que todas as instituições parceiras se unem com o objetivo comum de combater a extração ilegal de ouro, cada uma contribuindo com sua expertise e ferramentas específicas. Representa uma oportunidade valiosa para trocar informações e experiências, além de convergir ações e ferramentas que têm sido empregadas”.
Parceria SGB e Polícia Federal
Em 31 de janeiro de 2024, o Serviço Geológico do Brasil (SGB), sob a direção de Inácio Melo, firmou um Acordo de Cooperação Técnica com a Polícia Federal. Esse acordo visa promover uma colaboração estratégica entre as duas instituições, com foco na geologia, mineração e segurança nacional, englobando atividades como monitoramento, compartilhamento de dados, pesquisa e desenvolvimento, além de capacitação e treinamento. Saiba mais aqui.
Projeto Ouro Brasil
O projeto Ouro Brasil, coordenado pela pesquisadora do SGB Stella Bijos Guimarães, tem como meta avançar no conhecimento sobre a metalogenia do ouro no país, utilizando técnicas avançadas para identificar a assinatura geoquímica do ouro. O projeto já delimitou 22 províncias auríferas e selecionou quatro áreas-piloto para estudo.
A coordenadora informou que a recente aquisição de um equipamento de microfluorescência de raios X de última geração (modelo XGT-9000, da Horiba) pelo SGB amplia significativamente as capacidades analíticas da instituição, permitindo análises detalhadas de partículas de ouro, rochas, minerais e solos sem danificar as amostras. Leia mais aqui.
Essa série de iniciativas e investimentos tecnológicos sinaliza um passo significativo no combate à extração e ao comércio ilegais de ouro no Brasil, com implicações positivas para a proteção ambiental, a segurança nacional e o desenvolvimento sustentável do setor minerário.