Janja mostra danos no Palácio do Alvorada e objetos que Bolsonaro deixou para trás
A primeira-dama, Janja Lula da Sílvia, abriu as portas do Palácio do Planalto para a imprensa e mostrou os danos encontrados e provocados nos quatro anos de Jair Bolsonaro.
Na entrevista, concedida à GloboNews, nesta quinta-feira, 5, ela mostrou os tapetes sofas rasgados, piso danificado, variadas infiltraçoes, falta de moveis e de muitas obras de arte.
Segundo ela muitos móveis e obras de arte ainda não foram localizados. “O que a gente percebe é que não teve cuidado, não teve manutenção”, disse.
O estado geral do edifício exige reparos. Por isso, Lula e Janja não irão se mudar tão cedo. A expectativa é que eles passem a residir no local em 20 dias, já que a mudança será feita apenas quando um “inventário completo do que tem aqui dentro, de como ele foi entregue para gente” seja finalizado, explicou a socióloga.
Outra dificuldade, segundo Janja, está no rastreamento dos objetos. Em tese, tudo o que sai do Palácio é registrado, mas até o momento nenhum registro foi encontrado. A Presidência da República tem um depósito, onde os móveis e obras de arte possam estar ou talvez tenham sido transferidos para outras residências do governo.
O Alvorada é a residência oficial da Presidência da República. Com 7 mil m², o edifício icônico foi o primeiro a ser construído em Brasília. Sua importância para a arquitetura e história do Brasil levou o edifício a ser tombado.
Com o sumiço de peças e deterioração do espaço, a primeira-dama planeja “tombar” também as obras de arte e mobiliário que fazem parte do local. “Estamos pensando em fazer o tombamento das coisas que estão dentro do Alvorada. Para que não aconteça mais isso, de um governante chegar e retirar as coisas que são patrimônio do Estado brasileiro”, disse.
Obra Orixás de Djanira foi retirada e colocada no depósito
Em dezembro de 2019, quase um ano após o início de seu mandato, o então presidente Jair Bolsonaro tratou de fazer algumas mudanças no Palácio do Planalto, edifício que abriga o gabinete da presidência do Brasil. Uma delas chamou atenção. A obra “Orixás”, da pintora Djanira (1914-1979), foi retirada do lugar de destaque que ocupava no Salão Nobre do edifício e mandada para a reserva técnica do palácio. No mesmo lugar, foi colocada uma réplica da tela “Pescadores” (1958), também de Djanira.
À época, a retirada de “Orixás” do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi considerada intolerância religiosa por parte do governo, que não explicou o motivo da mudança.
O que ficou para trás
No Palácio, também foram encontrados objetos do ex-presidente Jair Bolsonaro, como uma caneta Bic, que estava sobre a mesa da biblioteca oficial, equipamentos de vídeo utilizados para as famosas lives do ex-mandatário, peças de roupas de Michele Bolsonaro e até um cilindro de oxigênio, que foi encontrado no quarto principal do Palácio, que costuma ser ocupado pelo presidente.
Roupas femininas foram retiradas depois que Bolsonaro e Michelle viajaram para os EUA
Janja também relatou que roupas femininas foram encontradas no closet do quarto. Imagens de camêras de segurança mostram, segundo ela, que uma pessoa entrou no local e retirou essas peças.
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