Investigado por 42 mortes, médico é preso

Investigado por 42 mortes, médico é preso

 

Investigado por 140 erros médicos, incluindo a morte de 42 pacientes no Rio Grande do Sul, o cirurgião João Couto Neto foi preso ontem em Caçapava, interior de São Paulo.

Couto Neto é investigado por realizar até 25 cirurgias em um único plantão. Atuou quase sempre no Hospital Regina, onde alugava o centro cirúrgico em troca de uma porcentagem dos procedimentos que realizava.

A vida do médico começou a mudar em novembro do ano passado. Foi quando um grupo de 15 pessoas procurou a polícia para denunciar supostos erros médicos, com relatos que chegam a 2010. Hoje, a polícia investiga 156 casos —como dilaceração de órgãos, perfurações no intestino e cortes desnecessários—, incluindo 42 mortes.

 

Eram intervenções cirúrgicas totalmente desastrosas, que beiravam a crueldade e desumanidade.
Delegado Tarcisio Lobato Kaltbach.

Couto Neto foi preso às 17h de ontem. “O médico se encontrava trabalhando no Hospital Municipal de Caçapava”, confirmou ao UOL o delegado Tarcisio Lobato Kaltbach. A prisão preventiva, solicitada por ele no dia 12, recebeu parecer favorável do Ministério Público e foi autorizada pela Justiça em Novo Hamburgo.

Advogado do médico, Brunno de Lia Pires disse que “a prisão pegou a defesa de surpresa”. “Vou entrar com um habeas corpus hoje mesmo para pô-lo em liberdade”, afirmou.

Em dezembro do ano passado, Couto Neto foi proibido pela Justiça de praticar cirurgias por seis meses. No meio do ano, o prazo foi prorrogado por mais quatro meses.

Em outubro deste ano, ele foi autorizado a realizar cirurgias, mas não operou ninguém, diz o advogado. “Ele não é bandido, tem endereço atualizado e fixo. A prisão era desnecessária”, declarou Pires.

Conhecido em Novo Hamburgo como João Couto Neto, ele passou a se identificar em São Paulo como João Batista. Seu nome completo é João Batista do Couto Neto. No estado de São Paulo, ele foi contratado indiretamente como autônomo ou terceirizado para trabalhar em órgãos públicos e filantrópicos.

 

 

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