Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura apresentam

Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura apresentam

 

Nome incontornável da música brasileira, compositora e intérprete de mão cheia, Leci Brandão é uma mulher à frente do seu tempo, pioneira em tudo o que tem feito em quase meio século de carreira. Primeira mulher a integrar a Ala de Compositores da Mangueira, e segunda mulher negra a ser eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo, Leci assumiu a homoafetividade publicamente no fim dos anos 70, em entrevista ao jornal Lampião da Esquina, e, alguns anos depois, rompeu com a gravadora multinacional por não aceitar abrandar as letras contestadoras. É autora de sucessos atemporais como Papai vadiouIsso é fundo de quintalEssa tal criaturaOmbro amigo e Zé do Caroço, este último regravado por artistas tão diversos como Seu Jorge, Anitta, Mariana Aydar, Grupo Revelação e a banda de rock Canto Cego.

Para reverenciar a vida e a obra de Leci Brandão, o diretor Luiz Antonio Pilar leva o musical Leci Brandão – Na Palma da Mão, com texto do jornalista e escritor Leonardo Bruno, para apresentações gratuitas nas zonas Norte, Oeste e Centro entre os meses de junho e julho nas seguintes datas:

  • 29/6 (sábado), 19h • Areninha Terra, Guadalupe
  • 5/7 (sexta), 19h • Areninha Gilberto Gil, Realengo
  • 6/7 (sábado), 16h • MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, Centro
  • 12/7 (sexta), 19h • Arena Abelardo Barbosa, Pedra de Guaratiba
  • 14/7 (domingo), 18h • Arena Dicró, Penha
  • 19/7 (sexta), 19h • Areninha Hermeto Pacoal, Bangu
  • 20/7 (sábado), 20h • Areninha João Bosco, Vista Alegre
  • 21/7 (domingo), 19h • Arena Jovelina Pérola Negra, Pavuna

Este projeto é contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.

O espetáculo estreou em janeiro/2023 no SESC Copacabana no Rio de Janeiro, onde teve todas as suas sessões esgotadas, além de fazer uma temporada de sucesso no Teatro João Caetano, os circuitos Firjan SESI Cultura e Festival SESC de Inverno pelo interior do estado do Rio de Janeiro e uma curta temporada em São Paulo no Itaú Cultural – com um público total estimado de mais de 6 mil pessoas em mais de 50 apresentações até agora. O musical ganhou em 2024 o Prêmio Shell de Teatro na categoria Direção, para Luiz Antonio Pillar, além de ter sido indicado nas categorias Ator (Sergio Kauffmann) e Iluminação (Daniela Sanchez). Também está indicado ao Prêmio APTR na categoria Atriz Coadjuvante (Verônica Bonfim).

 

Caixa Cultural Recife apresenta Leci Brandão no espetáculo musical “Eu sou  o samba” – Radar Metropolitano

 

As atrizes Tay O’Hanna e Verônica Bonfim interpretam Leci Brandão e sua mãe, D. Lecy, respectivamente, e Sérgio Kauffmann representam personagens masculinos presentes na vida da cantora, como o líder comunitário Zé do Caroço, inspiração de uma de suas músicas mais famosas.

A narrativa é construída a partir da relação entre mãe e filha, muito forte até a morte de D. Lecy, aos 96 anos, em 2019. “O espetáculo é contado sob o ponto de vista da mãe, referência maior na vida de Leci. São reminiscências dela. No espetáculo, às vezes, a mãe canta canções significativas do repertório da Leci para a Leci. Em Das coisas que mamãe me ensinou, fizemos uma alteração na letra ‘tudo isso é resultado das coisas que sua avó (ao invés de mamãe) me ensinou’: a avó da Leci ensina pra mãe, que ensina pra Leci e Leci deixa seu legado. A ideia foi construir um espetáculo cujo arcabouço mostrasse toda a tradição familiar e religiosa, o respeito e a educação de uma família preta, que a Leci traz”, resume o diretor Luiz Antonio Pilar.

O texto de Leonardo Bruno marca sua estreia no universo teatral: “Para a pesquisa que eu havia feito para o livro Canto de Rainhas (Agir, 2021) já me chamava a atenção como ela era muito avançada para a época. Os cinco primeiros discos, lançados na segunda metade dos anos 70, falam de coisas que estamos discutindo agora – mulheres, negros, LGBT, desigualdade social e por aí vai. E ainda foi corajosa ao romper com a gravadora que queria lhe impor repertório. As letras dizem muito sobre quem ela é, falam da sua história de vida, facilitou muito na hora de escrever”, conta. Para a montagem do espetáculo, o texto original ganhou adaptação dramatúrgica feita a seis mãos pelo diretor Luiz Antonio Pilar, a assistente de direção Lorena Lima e a diretora de movimento Luiza Loroza.

A simbologia do Candomblé, muito presente na vida da artista, é um dos fios condutores da dramaturgia. Filha de Ogum e Iansã na religião africana, Leci passou cinco anos sem gravar desde que se afastou da Polygram, por não aceitar reescrever suas letras. Em uma consulta às entidades no terreiro, ouve que tudo ficará bem. Ela assina com uma gravadora nacional, grava um disco com seu nome e estoura. Em agradecimento, todos os seus discos a partir de então tem uma saudação a um Orixá. “O espetáculo está estruturado dessa forma. A primeira saudação é para Exu, para abrir os caminhos. A todo momento esses Orixás vêm e assim vamos alicerçando a cena”, explica o diretor.

Grande parte dos 17 números musicais do espetáculo são composições de Leci Brandão, como A filha da Dona LecyOmbro amigoGente negra Preferência. Outras, como Corra e olhe o céu, de Cartola, e o samba-enredo da Mangueira História pra ninar gente grande, campeão de 2019, são significativas na trajetória da artista. Além do trio de atores, que também canta, estão no palco quatro músicos que tocam ao vivo – Matheus Camará (violão, clarinete e agogô), Thainara Castro Pedro Ivo (percussão) e Rodrigo Pirikito (violão, cavaquinho e xequerê). “Eu trouxe para fazer a direção musical o Arifan Junior. É uma figura onipresente nas rodas de samba da cidade e tem feito com o Awurê um resgate muito importante dos sambas religiosos, de reafricanizar o samba, mas também para dar um caráter mais orgânico e verdadeiro à parte musical, trazendo o clima de uma roda de samba real, com menos rigor e apuro, como em geral é visto nos musicais”, define Pilar.

O espetáculo não tem uma linha cronológica e faz algumas licenças poéticas, como a troca da música Cadê Marisa?, com a qual Leci ganhou um festival ainda bem jovem, por Papai Vadiou. “Minha intenção maior foi sempre integrar a música, o figurino e o cenário numa coisa só, uma concepção global, em que tudo se relaciona”, conta o diretor. Dentro desse conceito, a cenógrafa Lorena Lima, homônima da assistente de direção, detalha a ambientação cênica: “A árvore, de 2,50m, rodeada por pedras, é o destaque do cenário, que será um grande quintal, um terreiro em tons terrosos e verde, com o chão todo coberto de folhas secas de mangueira”. Dessas folhas, surgem peças do figurino criadas por Rute Alves, que serão usadas pelos atores, que não saem de cena durante o espetáculo.

Leci Brandão estendeu sua luta política para o plenário e, já radicada em São Paulo, filiou-se ao PCdoB e foi eleita deputada estadual em 2010 com 86.298 votos. Atualmente em seu quarto mandato, recebeu 90.496 votos em 2022. Aos 78 anos, segue ativa na música e na vida parlamentar, conclamando o povo a levar na palma da mão a luta pelas causas de todos os marginalizados.

FICHA TÉCNICA:

Texto e pesquisa: Leonardo Bruno
Adaptação dramatúrgica: Lorena Lima, Luiz Antônio Pilar e Luiza Loroza
Direção: Luiz Antonio Pilar
Direção Musical: Arifan Júnior
Assistente de direção: Lorena Lima
Direção de Movimento: Luiza Loroza
Figurino: Rute Alves
Cenografia: Lorena Lima
Iluminação: Daniela Sanchez
Direção de Produção: Bruno Mariozz
Atriz/Cantora: Verônica Bonfim
Ator/Cantor: Sérgio Kauffmann
Atriz/Cantora: Tay O’Hanna
Violão, clarinete e agogô: Matheus Camará
Cuíca, tantan, surdo, caixa, tamborim, congas e efeitos: Pedro Ivo
Violão, cavaquinho e xequerê: Rodrigo Pirikito
Pandeiro, atabaque, congas, repique de anel, repinique e efeitos: Thainara Castro
Preparador Vocal: Pedro Lima
Assistente de Direção Musical: Rômulo dos Anjos
Assistente Figurino: Diogo Jesus
Assistente Cenografia: Tarso Tabu
Cenotécnico: Vicente Mota
Identidade Visual: Patricia Clarkson e Rafael Prevot
Comunicação: Natasha Arsenio
Produção Executiva: Angélica Lessa
Produção: Palavra Z Produções Culturais
Idealização e Realização: Lapilar Produções Artísticas

 

 

SERVIÇO:

 

Leci Brandão – Na Palma da Mão

 

29 de junho (sábado), às 19h • Areninha Terra

Rua Marcos de Macedo s/nº – Guadalupe

 

5 de julho (sexta), às 19h • Areninha Gilberto Gil

Av. Marechal Fontenelle 5000 – Realengo

 

6 de julho (sábado), às 16h • MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira

Rua Pedro Ernesto 80 – Centro

 

12 de julho (sexta), às 19h • Arena Abelardo Barbosa

Rua Soldado Eliseu Hipólito, s/n – Pedra de Guaratiba

 

14 de julho (domingo), às 18h • Arena Dicró

Parque Ary Barroso – Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/nº – Penha

 

19 de julho (sexta), às 19h • Areninha Hermeto Pascoal

Praça 1º de maio s/nº – Bangu

 

20 de julho (sábado), às 20h • Areninha João Bosco

Av. São Félix, 601 – Parque Orlando Bernardes – Vista Alegre

 

21 de julho (domingo), às 19h • Arena Jovelina Pérola Negra

Praça Ênio, s/nº – Pavuna

 

Entrada franca

Duração: 80 min
Classificação indicativa:
 14 anos
Redes sociais: @napalmadamaomusical

 

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