Genial como sempre e mais atual do que nunca, “Cabra Marcado para Morrer” chega na próxima quinta (30/09) no Petra Belas Artes À La Carte
Que o cinema brasileiro tem lugar garantido no À La Carte, o streaming dos melhores filmes, não é mais novidade. Toda semana chega um ótimo filme nacional no caprichado cardápio, junto com clássicos e cults internacionais. Para a próxima quinta (30/09), o À La Carte anuncia um filme brasileiro que pode, sim, ser chamado de obra-prima do cinema mundial: “Cabra Marcado para Morrer” (1984), de Eduardo Coutinho (1933–2014), um filme histórico, necessário, mais do que uma joia cinematográfica, um registro que continua a refletir a realidade sócio-político-cultural do Brasil de hoje. O diretor Eduardo Coutinho começou a rodar este documentário na Paraíba, Nordeste do Brasil, em 1964, quando veio o golpe militar. Obrigado a interromper o projeto, Coutinho voltou a ele em 1981, procurando os mesmos lugares e pessoas, mostrando o que havia acontecido desde então, e tentando reunir uma família cujo patriarca, um líder político que lutava pelos direitos dos camponeses, havia sido assassinado dois anos antes das filmagens originais. Este homem era João Pedro Teixeira. Líder da liga camponesa de Sapé, município paraibano, ele se tornou um símbolo histórico de resistência, um lutador contra a criminalização dos movimentos populares no campo, no período pré-golpe de 64. No dia 02 de abril de 1962, João Pedro foi assassinado a tiros de fuzil, disparados por dois policiais enquanto voltava de João Pessoa para a sua casa, vítima de um crime encomendado por um grupo de latifundiários liderados por Agnaldo Veloso Borges, que assumiu, às pressas, um cargo político, apenas para garantir sua imunidade, enquanto os demais envolvidos foram condenados e absolvidos de seus crimes três anos depois. “Cabra Marcado para Morrer” tem como protagonista Elizabeth Altino Teixeira, viúva de João Pedro. Ela, que por algum tempo assumiu as causas de seu companheiro assassinado, sendo presa diversas vezes, sobreviveu a mais de uma tragédia familiar e passou a viver na clandestinidade, adotando um nome falso e se refugiando no Rio Grande do Norte. Em 1981, quando foi reencontrada por Eduardo Coutinho, para a retomada e conclusão do filme, ela, enfim, voltou para a Paraíba, indo morar em João Pessoa, numa casa que ganhou do próprio Coutinho. Homenageada com o Diploma Bertha Lutz e a Medalha Epitácio Pessoa, hoje Elizabeth tem 96 anos de idade. João Pedro Teixeira, por sua vez, além de se manter vivo neste documentário e na memória nacional, virou nome de rua no município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Narrado por Ferreira Gullar, imortal da Academia Brasileira de Letras e um dos mais importantes poetas do Brasil, “Cabra Marcado para Morrer” ganhou diversos prêmio nacionais e internacionais, e, em 2015, entrou para a lista da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Embora para muita gente ele seja “o melhor filme brasileiro já feito”. Genial como sempre, mais atual do que nunca, “Cabra Marcado para Morrer” sempre será um clássico que todo mundo precisa conhecer.
Prêmios: – XXXV Festival de Berlim 1985 (Berlim/Alemanha): Prêmios FIPRESCI e Interfilm do Fórum de Cinema Jovem – FesTróia – Festival Internacional de Cinema de Tróia 1985 (Setúbal/Portugal): Prêmio Golfinho de Ouro – VI Festival do Novo Cinema Latino-americano 1984 (Havana/Cuba): Prêmio Coral de Melhor Documentário – I FestRio 1984 (Rio de Janeiro/RJ): Prêmio Tucano de Ouro de Melhor Filme, Prêmio da Crítica, Prêmio OCIC (Ofício Católico Internacional de Cinema) e Prêmio D. Quixote da FICC (Festival Internacional de Cinema) – 13º Festival do Cinema Brasileiro de Gramado 1985 (Gramado/RS): Prêmio Hours Concours – Festival de Cine Realidade 1985 (Paris/França): Grande Prêmio.
Sobre o diretor: Nascido em 11 de maio de 1933, em São Paulo (capital), Eduardo Coutinho foi graduado em Cinema na França pelo IDHEC (Institut Des Hautes Études Cinématographiques). Ele iniciou no cinema na década de 1960, participando do movimento Cinema Novo, passando a trabalhar na TV nos anos 70. Considerado um dos maiores diretores de documentários do Brasil, Coutinho escreveu e dirigiu filmes antológicos, como “Cabra Marcado para Morrer” (1984), “Edifício Master” (2002), “Santo Forte” (1999) e “Jogo de Cena” (2007). Com apenas dois longas-metragens ficcionais em sua filmografia, “O Homem Que Comprou o Mundo” (1968) e “Faustão” (1971), o diretor deixou uma filmografia de 23 títulos, incluindo quatro curtas, e uma longa lista de mais de 40 premiações em prestigiados festivais nacionais e internacionais. Eduardo Coutinho faleceu em 02 de fevereiro de 2014, aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Sinopse: Cabra Marcado para Morrer Brasil, 1984, cor e p/b, 119 min., documentário, idioma: português, 12 anos. Direção: Eduardo Coutinho Elenco: Elizabeth Teixeira e Eduardo Coutinho, com narração de Ferreira Gullar e Tite de Lemos. Em 1962, o líder da liga camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato. As filmagens são interrompidas pelo Golpe Militar de 1964. Dezessete anos depois, em 1981, o diretor Eduardo Coutinho retoma o projeto e procura Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro, e outros participantes do filme interrompido.
Confira as sinopses dos demais filmes:
Crepúsculo do caos (The Last of England) Reino Unido | Alemanha Ocidental, 1987, Drama, 92 min, 18 anos Direção: Derek Jarman Elenco: Tilda Swinton, Spencer Leigh, ‘Spring’ Mark Adley Sinopse: Uma visão pessoal do diretor sobre o declínio de seu país em uma linguagem mais próxima da poesia do que da prosa. Uma meditação sombria em Londres sob Thatcher.
Vítimas do poder (Eminent domain) França | Israel | Canadá, 1990, Drama, 106 min, 14 anos Direção: John Irvin Elenco: Donald Sutherland, Anne Archer, Paul Freeman Sinopse: Um membro do Politburo polonês de alto escalão foi banido do partido e deve descobrir por quê. Ambientado em 1979 na Polônia, antes dos eventos do Solidariedade.
Gangue de Ladras (Brave Ragazze) Itália, 2019, Comédia, 95 min, 14 anos Direção: Michela Andreozzi Elenco: Ambra Angiolini , Ilenia Pastorelli , Serena Rossi , Silvia D’Amico Sinopse: A história é baseada em uma gangue de ladras francesas disfarçadas de homens, que operou na área de Avignon em meados da década de 1980.
Para Sempre e um Dia (Forever and a day) EUA, 1943, Drama, 104 min, 12 anos Direção: René Clair, Edmund Goulding, Cedric Hardwicke, Frank Lloyd, Victor Saville, Robert Stevenson e Herbert Wilcox. Elenco: Kent Smith; Ruth Warrick; George Kirby, Doreen Munroe, May Beatty Sinopse: Durante a 2ª Guerra Mundial um americano viaja até a Inglaterra para vender uma velha propriedade da sua família, que fica nos arredores de Londres. Entretanto, ele encontra na casa uma mulher que lá vive e é contra a venda. Eles conversam e ela lhe conta a história da mansão, desde a construção por um almirante inglês em 1804 até o presente. Tanto o americano quanto a moradora da casa ficam exultantes, pois após um bombardeio a pintura do fundador da casa continua intacta, uma simbólica prova da resistência da Inglaterra nos momentos mais difíceis. |
|
Serviço: Planos de assinatura com acesso a todos os filmes do catálogo em 2 dispositivos simultaneamente. Valor assinatura mensal: R$ 9,90 | Valor assinatura anual: R$ 108,90 Super Lançamentos: Com valores variados, a sessão ‘super lançamentos’ traz os filmes disponíveis no cardápio para aluguel por 72hs. Para se cadastrar acesse: www. Ou vá direto para a página de cadastro: https://www. Aplicativos disponíveis para Android, Android TV, IPhone, Apple TV e Roku. Baixe Belas Artes À LA CARTE na Google Play ou App Store. |
#conexaoin
#conectadocomanoticia
Deixe um comentário