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Festival de Cinema Brasileiro em Baku ganha nova edição

 

O Festival de Cinema Brasileiro está volta a Baku. De 30 de outubro a 3 de novembro aconteceu a segunda edição consecutiva do evento, no Cinema Plus, do Deniz Mall. O festival foi uma realização da Linhas Produções Culturais com o apoio da Embaixada do Brasil em Baku. Neste ano, reúne 5 filmes contemporâneos dos mais diversos gêneros foram selecionados. As exibições acontecem sempre às 19 horas.

No dia 30, segunda-feira, foi exibido na sessão de abertura o romance Eduardo e Mônica. O filme é baseado na música, de mesmo nome, de uma banda de rock brasileira que embalou muitas gerações a partir dos anos 80. Dirigido por René Sampaio, Eduardo e Mônica mostra o romance de um casal muito diferente, mas que nasceu um para o outro para emocionar as pessoas de todas as idades. Apesar de não serem parecidos em nada, eles se apaixonam perdidamente apesar das diferenças culturais, de idade e até de gostos. O filme, que já venceu festivais internacionais, tem como protagonista a atriz Alice Braga, também famosa pela atuação em Hollywood em filmes como Elysium, com Matt Damon e Jodie Foster, e Eu Sou a Lenda, com Will Smith, e Gabriel Leone, jovem revelação do cinema brasileiro.

Na terça, 31, foi a vez do filme As Verdades, drama de ficção de José Eduardo Belmonte. Um policial busca resolver um crime ocorrido numa pequena cidade do sertão brasileiro. A história é narrada através de três pontos de vista: um matador de aluguel, uma noiva e um empresário. Tudo com muita ação, suspense e mistérios que envolvem também o relacionamento do policial com a noiva.

Na quarta, dia 1º, foi exibido o documentário Elis & Tom – Só tinha de ser com você, de Roberto de Oliveira. O maestro e compositor Tom Jobim foi um dos maiores gênios da música mundial, famoso pela parceria com Vinicius de Moraes em “Garota de Ipanema”. Elis Regina foi uma das maiores intérpretes da música brasileira. O documentário mostra os bastidores da gravação do álbum da dupla, gravado em Los Angeles, em 1974 – um material que estava inédito até este ano.

Na quinta, dia 2, foi a vez de Pixinguinha – Um homem Carinhoso, de Denise Saraceni e Allan Fiterman, filme biográfico sobre a vida e a obra de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, um dos artistas mais admirados do Brasil no século 20. O longa retrata momentos marcantes de sua vida, do início de sua carreira aos 14 anos, a temporada em Paris com o seu grupo e sua relação com a esposa.

Na sexta, 3, a sessão de encerramento exibiu o drama baseado em fatos reais Pureza, de Renato Barbieri, que ganhou diversos prêmios internacionais. Pureza mostra a busca desesperada de uma mãe pelo filho que saiu para trabalhar em um garimpo na Amazônia e não mais deu notícias. Pureza percorre cidades, entra em fazendas e descobre um sistema cruel de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Inspirado na história verídica de Pureza Lopes Loyola, cuja luta inspirou a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, a primeira ação da história do Brasil de combate ao trabalho escravo em todo o território nacional.

Para o embaixador do Brasil em Baku, Manoel Montenegro, a realização do festival pelo segundo ano consecutivo é uma prova inequívoca do sucesso do cinema brasileiro e do interesse do povo azeibaijano pela cultura. “Acreditamos que o cinema é um dos melhores caminhos para que os mais diversos povos conheçam com diversidade e profundidade a cultura de um país. No ano passado já percebemos um grande interesse do povo azerbaijano, ao lotar as salas de cinema. Queremos oferecer a todos um pouco mais de nossa essência a partir dos filmes, dos mais diversos gêneros”, ressalta.

Segundo Fernanda Bulhões, diretora Linhas Produções Culturais, um dos principais cuidados do festival é reunir não apenas filmes recentes, mas também oferecer ao público azerbaijano um mix de emoções e gêneros que mostram qualidade e diversidade das produções. “Este ano, em especial, o público será brindado com histórias fortes, impactantes, com base na vida real, como Pureza, mas também vai conhecer melhor grandes ícones de nossa música, como Tom Jobim, Elis Regina e Pixinguinha. Os amantes do cinema e da cultura brasileira, em especial, terão grandes surpresas e emoções”, afirma.

POR: Rita Moraes
Publicado em 10/11/2023