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Ausências ou sintomas? – Uma jornada digital de Gustavo Caboco em colaboração com a Fundação Bienal de São Paulo

 

Gustavo Caboco, artista visual Wapichana nascido em Curitiba, Roraima, em 1989, é reconhecido por sua produção artística versátil, abrangendo desenho-documento, pintura, texto, bordado, animação e performance. Sua obra aborda temas profundos, como os deslocamentos dos corpos indígenas e o cultivo da memória Wapichana. Sua pesquisa independente em acervos museológicos visa apoiar as causas dos povos indígenas na luta por seus direitos. Gustavo Caboco foi um dos participantes da 34ª Bienal de São Paulo.

 

A partir de sua extensa pesquisa em acervos, a Fundação Bienal de São Paulo abriu as portas do Arquivo Wanda Svevo para Gustavo Caboco, proporcionando-lhe a oportunidade de criar uma obra digital e um livro comissionados. Para essa pesquisa, Gustavo trabalhou com Tipuici Manoki para refletir sobre a ausência indígena no Arquivo Histórico Wanda Svevo. Tipuici é cineasta e tem uma pesquisa sobre a importância da mulher no processo político e ritual do povo Manoki. Nesse processo, o artista e a cineasta se questionaram sobre o que é um “arquivo” para os povos indígenas.

O Arquivo Histórico Wanda Svevo, também conhecido como Arquivo Bienal, possui mais de um milhão de documentos relacionados às Bienais de São Paulo e sua influência na história da arte na América Latina. “Fomos convidados para pesquisar a presença indígena na história das Bienais, mas o que aconteceu foi um diálogo com as ausências. Assim fizemos uma publicação, para começar a tratar desse assunto das ausências e convidamos os parentes indígenas para um evento público e refletir sobre ‘o que é arquivo’ para as populações indígenas”, explica Gustavo.
Com essas questões em mente, Gustavo Caboco produziu uma obra de arte digital que estará disponível ao público a partir de 28 de outubro de 2023 no site bienal.org.br, intitulada Ausências ou sintomas?. e uma publicação intitulada “Isso tudo não me diz nada”, cuja versão digital em pdf estará disponível no site da Bienal. Esses projetos foram inteiramente comissionados pela Fundação Bienal de São Paulo.

 

Neste sábado, 28 de outubro, Gustavo e Tipuici apresentam esse processo para o público no evento Conversa com ausências, que faz parte da programação pública da 35ª Bienal de São Paulo. A conversa contará ainda com a presença de Almires Martins Guarani e Boe Libério.

Sobre a Fundação Bienal de São Paulo

Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas, cujas ações têm como objetivo democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística.

A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior.

A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea que é referência (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico.

Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.

Mesa Conversa com Ausências – Gustavo Caboco com Almires Martins Guarani, Boe Libério e Tipuici Manoki

28 de outubro, 2023

sábado, 15h

auditório, andar azul

35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível

Pavilhão Ciccillo Matarazzo

Parque Ibirapuera, portão 3

Av. Pedro Alvares Cabral, s/n

São Paulo, SP

admissão gratuita

POR: Rita Moraes
Publicado em 26/10/2023